quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Uma nova Europa

Nem de propósito: depois de praticamente um mês de ausência deste recanto de reflexão e de exposição dos nossos sentimentos, o regresso dá-se no momento em que a União Europeia ganhou um novo fôlego, quando a República Checa, finalmente, acaba de assinar o Tratado de Lisboa!... Feliz coincidência, grande salto na vida de todos nós: esta é uma outra "Europa", aquela que se vai continuar a construir sob um manto diferente, talvez mais profundo, provavelmente mais a caminho de qualquer coisa de novo, novo, de certeza, mas desconhecido quanto baste!
Um baque no computador, que me era familiar, levou-me a esta fuga de contacto com o mundo. Como a minha mestria no manuseamento destas máquinas não é nada por aí além, aquela falta da caixa que tanto me tem acompanhado deu-me cabo da mioleira. Notícias, só aquelas que os outros me traziam, poucas descobertas por mim mesmo, a partir das teclas que agora tenho de novo à minha frente: ao ver que há Tratado de Lisboa, da nossa Lisboa, sinto-me um cidadão com sorte.
Nascido sete anos antes do Tratado de Roma e cerca de 365 dias a antecederem o Tratado CECA, nestas décadas, muitas, as mudanças apareceram aos trambolhões: vi juntarem-se países atrás de países neste imenso projecto comum, assisti aos tempos áureos da adesão de Portugal e da Espanha, vi cair o Muro de Berlim, senti a emoção de ver caminhar para aqui, para a UE, aquelas nações saídas do Império Soviético, admirei Jacques Delors, aprecio a força de Durão Barroso e, agora, vejo o nome da minha capital no edifício legislativo desta nossa Casa. Sou, na realidade, um europeu com sorte, porque vou ter a oportunidade de acompanhar uma ideia-obra que agora tem mais pernas para andar.
Que se vá em frente, assim o desejo!