quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sim "SCUT", olhe, pense...

Vivo com o A25 a dois palmos. Vejo-o da minha varanda, sinto parte do zum-zum das suas viaturas - muitas e ainda bem, por serem sinal que sempre se justificou - e até quase que as podia contar, se para tanto tivesse pachorra e jeito.
Tenho como suporte de sangue e terra um concelho, Oliveira de Frades, que respira bastante bem, porque teve a sorte de ter sabido aproveitar o anterior IP 5 e o actual A25, uma via a suceder à outra e não em paralelo. Esta realidade faz toda a diferença: sem alternativa à vista, sem uma qualquer resposta satisfatória em termos de acessos para além deste auto-estrada, pensar em portagens é uma ofensa ao desenvolvimento - que ainda está, a nível geral deste eixo - muito longe de qualquer média europeia.
Estes têm sido requisitos essenciais para o actual estatuto. Mascarar esta realidade, para aplicar quaisquer encargos, aqui e agora, aqui e agora, aqui e agora, é uma bofetada de mão pesada que, por muito doer e muita ferida fazer, não pode ser tolerada e tem de ser evitada a todo o custo.
Cá estou. Sim"SCUT" é o meu lema.
Sim "SCUT" mesmo tudo.
Tudo e é tudo de SCUT, neste A25 e noutros que tais.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Mudar

À primeira vista, isto parece p(e)lágio, perto de um Santo padroeiro da Igreja "velha" da sede do meu concelho, Oliveira de Frades, mas não se trata de nada disso. É apenas coincidência: estou a falar do tempo, daquela converseta da treta que todos temos quando nada mais há a dizer.

É isso mesmo: da minha varanda só escuto - e com algum prazer - a surdina da chuva, mas do sol não vejo nem o rasto, agradecendo-lhe, todavia, a energia que nos fornece, quer de dia, quer de noite. Este astro-rei, e só ele para os incrédulos, que não para mim, é a maior das realidades que cercam a nossa vida. Colocando-o, p' ra aí num segundo (? ) lugar de importância, dele, visível, já tenho saudades.
Mas voltemos ao " Mudar ": isto não é tirado a ninguém, mas não posso deixar de dizer que gostei de ouvir uma voz, uma daquelas que muito tem falado, a agarrar neste tema e a trazê-lo a público, dela fazendo um alerta para novos rumos de que tanto se precisa.
É "a" voz?
Essa é que continua a ser a minha grande dúvida.
Mas como a perfeição nunca se alcança, por muito que porfiemos em a conseguir, esta postura já é mais do que o pouco que tenho visto e que até mereceu a minha aprovação então entusiástica... Dadas as circunstâncias, já vejo uma luzita ao fundo do túnel.
Que ainda brilha pouco, isso é verdade. Chega? Não, para já. Será ela o futuro? Talvez, se nada de melhor por ai se der à luz...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Museu Grão Vasco, um bom viveiro

Se às três é de vez, desta feita apenas podemos falar em duas situações. Mas a sua sequência mostra que o Museu Grão Vasco, em Viseu, é um bom laboratório e viveiro para a carreira de quem quer singrar na vida. Primeiro, Dalila Rodrigues saiu desta casa e foi dirigir o MNAA. Agora, calhou a sorte a António Filipe Pimentel, que fez as malas e aí vai de abalada para a casa lisboeta, uma espécie de céu museológico a que todos aspiram.


Como diz o "Público", aqui temos mais um profissional com uma grande ambição, mas, acescentamos nós, com uma lacuna de vulto: a veia para a gestão. Acreditamos, no entanto, que a sua experiência profissional e académica possa ultrapassar aquilo que a Ministra não viu em Paulo Henriques, se tal argumento não tiver sido a poeira para os olhos com que, frequentemente, somos brindados.
Mas, com esta partida de terras de Viriato para a Capital, pela parte que nos toca, ficamos algo agradecidos. Afinal, ao menos, servimos para gerar gente que salta do interior para a Casa Grande, aquela que, em carreira, todos desejam.
Tememos é que tal ida cheire a muito passsageiro, porque a longevidade daquele cargo não é presságio de nada de bom: Dalila viu-se forçada a abandoná-lo, com muita pena nossa; Paulo Henriques, idem-idem.
Resta saber quais são as cenas seguintes do livro que agora se reinicia. Se Deus quiser, aqui estaremos, então, para o saber.
Cá por mim, que de História também sou, MNAA, uf!, nunca: não tenho vocação para fechar e abrir portas vezes demais.
Ao novo Director, apesar de tudo, boa sorte!
Resta esperar para descobrir quem está a caminho de Viseu, que o seu Museu, sendo bom viveiro, não pode ser visto como uma qualquer rectaguarda para Directores em trânsito, uma espécie de comarca de ingresso, daquelas de antigamente.

Se nos agrada que a escolha tenha recaído em quem viveu de perto com "Grão-Vasco", esta constatação não augura nada de bom. É que Dalila Rodrigues teve o triste destino que se conhece e, como agora, os prazos também foram água-vai, bem pode acontecer que Pimentel não aqueça o lugar.

Está visto que a Arte Antiga não se dá muito bem com esta "modernice" de nomeações: por dá cá aquela palha lá se pira o Director pela porta pequena, para não falarmos numa outra "corrida" qualquer...

Ou há ali uma grande pedra no sapato, ou aquela Casa tem enguiço.

De História sou eu, mas, uf!, ali nunca poria os pés

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Haiti

Num dia destes, de grande tristeza e comoção, só um palavra nos ocorre: solidariedade.
Perante aqueles cenários de morte, destruição e horror, só essa ideia, a da solidariedade activa, nos motiva.
Olhemos para o Haiti com atenção.
Elevemos o nosso pensamento por quem partiu para sempre.
Saibamos cuidar dos vivos com o carinho e cuidados de que precisam e tanto merecem.
Partamos em seu auxílio.
Testemunhemos o nosso apreço por quem está a ir para o terreno e para quem pensa em fazê-lo.
Apelemos à Comunidade Mundial no sentido de dar tudo sem olhar a meios, ou pedir qualquer coisa em troca.
Nós, que vemos a vida na dimensão eterna, é para Deus que nos voltamos. Que Ele ajude toda aquela gente que tanto sofre!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Neve e chuva alimentam rios

Este Inverno tem-nos trazido um pouco de tudo. Envergando vestes de outrora, trajado a rigor de capote e capucha, ora aparece com um frio de rachar, ora se verte todo em águas-mil, ora nos brinda com um poderoso manto de neve tão branca que faz doer os olhos, ora deixa escapar uns raios de sol, ora bufa, assanhado, por todos os lados, ora grita desmedidamente, quase a meter medo, ora se esgueira de nós sem dizer palavra e aí vai cedinho para a cama, fugindo por entre as águas do mar, para voltar, de novo, no dia seguinte com o seu ar de improviso, por mais que se esforcem os homens em querer ler a sua sina...
Hoje mesmo e nos dias imediatamente anteriores, todas estas sensações se entranharam nas nossas vidas, com particular interesse. Por aquilo que vimos, o planeta terra ainda tem algumas boas reservas, que convém não desperdiçar, para que se conservem tal como sempre foram: estações do ano, à antiga e à maneira de nossos queridos e saudosos avós.

Dicas do dia

Nas andanças da vida, melhor, na necessidade de ter o carro em ordem, tivemos de ir a Tondela, lá em baixo, onde o vale de Besteiros se apresenta senhor de si mesmo: plano, aprazível, cheio de barro preto e muita arte e até uma povoação que tem nome de África, mas fica ali a dois passos do centro de mais uma das nossas novas cidades. Com Marrocos no seu património, um concelho assim é sempre mais rico e mais cosmopolita.
Feita esta visita europeia e "africana", chegou a hora do almoço e lá fomos nós, aí pela décima vez, até à "Varanda do Criz". Coube-nos em sorte um saboroso coelho estufado, envolvido na maior das surpresas: um Rio, aquele, o Criz, cheio que nem um ovo, melhor, que ovo partido com a força que imanava do seu interior, porque as suas águas inundavam as margens, quase abafavam a porta do moinho, ouvindo-se dizer que, em sete anos, aquela era uma enchente de se lhe tirar o chapéu.
Com as suas fontes a serem a chuva e a neve caramulana "derretida", a quererem caminhar para o mar, via Dão e Mondego, um Rio assim vale a pena ser visto e lembrado.
Por mim, não vou esquecer tão depressa o espectáculo que me foi dado apreciar daquela "Varanda" especial...
Prometo voltar, de certeza.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Vagueira - Sul

Ontem, quando entrámos no Ano da Biodiversidade, pus-me a olhar o Oceano Atlântico, admirado e apreciado através da costa da Vagueira-Sul, reflectindo na sua riqueza e na necessidade de nós, os seres humanos, reflectirmos sobre as questões do futuro, que tanto nos inquietam e que tão pouco cuidamos.
Ao abrir-se mais este Ano, o de 2010, cabe-nos dar um contributo activo, porque a defesa do nosso meio ambiente não é tarefa anónima, mas um espaço de acção individual, que ninguém pode alienar.
Ao olhar esse imenso Oceano, visto da costa Vagueira-Sul, recordei quantos o sulcaram, dele partindo para o mundo inteiro, em corredores de água e globalização, dedicando-lhes este desabafo pessoal, porque aquele é ...
Mar que nos toca,
Mar pai, mar sustento,
Mar que afaga,
Mar que une e separa,
Mar riqueza e infinito,
Mar medo e aspirações,
Mar português, mar do mundo
Mar da Vagueira, mar da China,
Mar de Belém, mar do Velho do Restelo,
Mar do Japão, mar da Terra Nova,
Mar dos Açores, mar da Madeira,
Mar do Brasil, mar de S. Tomé,
Mar da Guiné, mar de Angola,
Mar de Moçambique, mar de Timor,
Mar de Cabo Verde, mar de Macau,
Mar de mares, mar da eterna Índia,
Mar português, mar do mundo
Mar ouro, mar canela, mar doce, doce mar,
mar mártir, mar escravo,
Mar Vouga, mar Tejo,
Mar água, mar peixe,
Mar caixão, mar memória,
Mar calmaria, mar tormenta,
Mar sal, mar sol, mar estrela,
Mar perto, mar distante,
Mar limite, mar ponte,
Mar de ontem, mar de sempre,
Um abraço, mar meu,
Mar português, mar do mundo
Mar para sempre português e do mundo,
Mar, meu amigo MAR...