terça-feira, 24 de julho de 2012

Incêndios e bombeiros

Nasci assim e já não mudo: tudo o que é ajuda ao próximo, em termos de combate a fogos florestais, tem uma marca registada, a dos Bombeiros Voluntários, a que se juntam uns tantos populares e uns mirones. O resto, isso de Protecção Civil, e, mais, de Autoridade Nacional da Protecção Civil, cheira-me a estado a mais e solidariedade cívica a menos. Gosto muito mais, que me perdoem esses amigos, da gente do meu Quartel, o de Oliveira de Frades e de todos os outros que se espalham pelo País. Não tenho culpa disso. Nasci assim e já não mudo, a esse respeito. Já agora, quero homenagear o José Vaz, de Paranho de Arca, que morreu em pleno incêndio e que as Companhias de Seguros, muito injustamente, nunca olharam para sua família com o respeito e a consideração que lhes é devida. Quero também relembrar o António Cortinhal, de Vouzela, que faleceu, há dezenas de anos, num fogo em Oliveira de Frades, onde tem um pedestal em sua memória. Quero abraçar as dezenas e centenas de Bombeiros que, por todo o lado, perderam a vida ao serviço desta tão nobre causa: em Sintra, em Águeda, em Armamar, em S. Pedro do Sul e por aí fora. Mas desejo, sobretudo e agora, pedir aos Governantes que olhem para esta gente com mais coração e com muito mais razão também. Que colaborem com eles nesta sua e nossa luta e que façam erguer bem alto o seu ideal de uma solidária "Vida por vida". Dito de outra forma: que se valorize mais o seu papel e se diminua o de quem por aí anda, mais como profissional do que por vocação. Em resumo: que a ANPC tenha o seu lugar, um outro, mas que se não meta na vida de quem sabe de fogos - os Bombeiros Voluntários, ponto final.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Sou da capital do frango do campo

Nascido em terra de afamados peixeiros, mais concretamente, de sardinheiros, essa gente do litoral que, então, aqui buscou refúgio e criou prosperidade, a todos os níveis, vi-me, na década de sessenta, entalado - e bem - numa nova proposta e aposta económica, a avicultura. Passo a passo, esta terra, antes do boom industrial - outra visão de rasgo estratégico e muitos proveitos - foi conquistando espaço e divulgando essa mesma actividade, o que aconteceu também por Lafões, a ponto de, nesta região, terem prosperado dois afamados colossos desse mesmo ramo: a Uniávila, em Oliveira de Frades e a Cooperativa Agrícola de Lafões, em Vouzela. Uma e outras destas instituições vieram a sucumbir, décadas mais tarde. Mas, uma e outra, deixaram sementes e o mundo continuou, talvez até com mais garra e sustentabilidade. Hoje, quando Oliveira de Frades foi "declarada" Capital do Frango do Campo, por acção da Campoaves, uma filha indirecta da citada Uniávila, sinto que esse esforço todo valeu a pena. Obrigado a estes meus conterrâneos, que assim souberam aproveitar uma área de negócio que tem feito escola e permite cursos (?) sem fim para quem anda nesse ramo. Já agora, entre esta alegria, sinto uma enorme tristeza por ver as minhas freguesias a serem engolidas nesta voragem política que não tem nem rei nem roque. A última AM de Oliveira de Frades, ao ter deixado partir Sejães e Souto de Lafões, teve uma atitude que não me agrada, apesar de não contar para nada a esse respeito. Adorei a posição firme e muito digna do Presidente da JF de Souto, esse jovem professor, meu colega, que tudo fez ( até assumir que punha o seu lugar à disposição para Souto continuar a ser independente... )para não deixar cair a sua terra. Assim é que é, António Zé!... Querem que vos diga mais: reforço a minha ideia . Nenhuma AM deveria dar trunfos a quem quer que seja. Uma só posição admito: nada dizer. Quem vier desfazer isto tudo, que se assuma e não se apoie nestas decisões de meia tigela. Ao Governo cabe seguir o seu caminho e se este passa por dar cabo das freguesias, para poupar cerca de 6.5 milhões de euros (para já, que amanhã até pode perder... ), que opte por isso. E depois ver-se-á o que vai acontecer. Cada uma de nossas terras tem o dever de ser solidária com as demais. E os autarcas muito mais!... Um abraço, Tó Zé!...

terça-feira, 10 de julho de 2012

Miguel, ajuda Passos Coelho

Meu caro Miguel! Esta carta aberta tem uma missão especial: pedir-te o sacrifício de saíres, com urgência e sem estrondo, deste nosso Governo, que já lhe colocaste lama que chegue. O Pedro Passos Coelho, teu amigo do peito, já nem dorme duas horas seguidas, tantos os pesadelos que lhe estás a causar. Há dias, acordou estremunhado, pegou no computador e só te não enviou um email de despedida, à francesa, porque, ele próprio, teve medo das "escutas". Recuou a tempo, porque, caso contrário, poderia ser chamado à pedra por se estar a meter contigo e isso não é tarefa fácil. Olha, Miguel, a Universidade Lusófona e tu mesmo, arriscam-se a levar uma carrada de processos, porque quem por ali anda e andou sente-se injustiçado com a forma como conseguiste o teu canudo. Porra, se há gente que trabalha no duro e ali vai para se enriquecer em matéria de conhecimentos credíveis, é justo que, agora que toda a gente deixou de bater na Independente do Sócrates para se virar contra esta tua, a Lusófona, minha também, mas em jeito muito sério e com grande esforço, bem está no seu direito de pedir indemnizações a uma Instituição que se deixou ir na tua onda sedutora... Desculpa lá, Miguel, mas isto incomoda-me e tenho um azar danado em me cruzar com tanta coisa onde estás metido: votámos os dois no mesmo Partido, alinho a minha vida com o jornalismo e tu até me podes telefonar (que te não ligo patavina) a mandar-me calar, queres dar cabo das autarquias e eu já por lá passei - e com muito orgulho! -, não pedes à Ministra da Justiça para se deixar de atirar tribunais ao charco, e continuas de pé, aí no teu Ministério, aquele que devia dar o melhor dos exemplos, por seres Adjunto e tutelares (?) o Parlamento...Isto é que me dá cabo dos miolos... Já vi: o PM não te manda embora, porque tem medo. Tu não sais, porque ainda não olhaste bem para ti, de modo a tirares a conclusão das óbvias conclusões: sair do Governo e ires para o Ribatejo, meses e anos, em retiro profundo. Relvas és tu, mas estás muito longe da dignidade daquele que, em 5 de Outubro de 1910, da varanda dos Paços do Concelho, de Lisboa, proclamou a nossa querida República. Poupa-a, Miguel! E não dês cabo deste Governo, destroçado já, de Passos Coelho, agora que ele tem tanto a fazer para remediar aquilo (de bom) que o Tribunal Constitucional lhe fez... Miguel, põe-te a andar, que estás a mais nestas carruagens. Desculpa lá, Miguel, que assim fale, mas eu quero, ainda dar um segunda oportunidade, ao meu ( e teu ) amigo Passos Coelho... Poupa-o, se és homem!... Desculpa, mas nada mais tenho a dizer-te, por ora!...

terça-feira, 3 de julho de 2012

Vale a pena um esforço conjunto

Nos últimos dias, a propósito da tão falada ( e muito contestada, inclusivamente por mim próprio) reorganização administrativa, começam de surgir perigosos sinais de viva crispação interna partidária, o que só facilita a tarefa de quem não quer deixar de dar esta estocada nas nossas freguesias. O concelho de Viseu, o de Vouzela, aqui tão próximo de mim e onde me sinto tanto ligado também, e outros estão a deixar vir ao de cima a guerrilha de pacotilha, quando não de falsos e bacocos protagonismos, o que põe em causa toda a luta que se tem vindo a travar. Essa decisão de colocar em cima da mesa autarquias a abater não lembra nem ao diabo... Como opinião muito pessoal, saída daqui da encosta sul da Serra do Ladário, no município de Oliveira de Frades, tenho uma ideia muito clara: nenhuma Assembleia Municipal deve colaborar nesta operação, aliás, no seguimento das tomadas de posição da ANMP e da ANAFRE, que recusaram fazer parte de qualquer estrutura ou comissão a esse fim destinadas. Se aplaudo esta clarividência de atitudes, deixando que outros, os que estão em Lisboa, cortem a seu bel-prazer, arcando com as consequências desse seu monumental erro, penso que é hora de as AM seguirem o mesmo caminho - não dar qualquer passo nesse sentido. Mas, por aquilo que vejo, leio e ouço, anda para aí muita mistela pelo meio e há gente que está a dar tiros nos pés, não de pistola apenas, mas de rajada. Assim sendo, nota negativa para as AM de Vouzela e Viseu e outras que tais... Já agora, um forte abraço a quem foi a Lisboa, ao Terreiro do Paço, para dizer à insensível Ministra da Justiça que o seu mapa judiciário é uma ofensa a esses 54 concelhos e, a nós, por aqui, em particular, quando vemos anunciado o desaparecimento dos Tribunais de Sever do Vouga, Oliveira de Frades, Vouzela e Castro Daire. Depois, para estragar ainda mais a sua má pintura, aquela recusa em receber estes legítimos representantes das nossas comunidades é de bradar aos céus e pedir a Deus Nosso Senhor que lhe ensine o único caminho possível - o da saída, já, do cargo que ocupa. Não nos venha, sequer, com a treta dos apeadeiros da justiça local, que isso é conversa fiada e um logro pegado. Ou Tribunal em cheio, ou nada... Ainda há tempo, numa e noutras destas situações: pare-se com estes desmandos, para evitar males maiores...