segunda-feira, 23 de julho de 2018

Aeroporto de Beja, uma boa bofetada na cara de quem tem vindo a decidir o nosso destino...

A aterragem do maior avião do mundo na pista do novo/morto aeroporto de Beja, que agora mostra saber ressuscitar, é uma tremenda reprimenda em toda a gente que tem vindo a mandar (???) nestas coisas do desenvolvimento. Com uma galinha dos ovos de ouro ali colocada há anos, esqueceram-se delas anos a fio, deixaram de lhe dar milho e mataram-na sem apelo nem agravo. Uma vergonha! Agora, hoje, dia 23 de Julho, ali aterrou com êxito o maior avião do mundo. Que grande bofetada, um forte chapadão, na cara de tanta gente! Se as políticas de investimento público no nosso país são isto que vemos, que gente é essa que ocupa os bancos do poder? Porra!!! Com umas dezenas de passageiros que ali aterraram em tantos anos, quanto desperdício foi feito ao longo dos tempos? E agora: será que esta lição vai ter sucesso? Esperamos que sim. Ou então o mundo, o nosso, está mesmo virado do avesso....

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Boa comunicação é precisa e urgente....

Cada vez mais necessária uma boa comunicação social O ser humano andou milénios ao sabor dos sons e símbolos mais próximos, pouco ou nada sabendo do que acontecia além do seu círculo restrito de amigos e vizinhos. Prosseguiu a aventura da comunicação com o exterior mais distante por meio de sinais de fogo, por gritos nos cimos das montanhas, por tudo quanto fosse acessível ao ouvido e ao olhar de uma forma muito simples e rudimentar. Descoberta a escrita, os mensageiros começaram a correr pelos montes a transmitir novidades, mas a um conto acrescentavam sempre um ponto. Nós somos filhos desses estádios de civilização, que teve, nos últimos séculos, um papel activo nos almocreves e noutros agentes informais. Com a divulgação da era de Gutenberg (cerca de 1450) e sua prensa de tipos móveis, operou-se uma revolução e as alterações sucedem-se, em livros publicados e, no que à comunicação mais diz respeito, em jornais, alguns deles muito simplórios e pouco exigentes nas suas regras e métodos de informação, mas com títulos altamente pomposos, como este, o primeiro em Portugal no ano de 1641, “Gazeta em que se relatam as novas que houve nesta e que vieram de várias partes”, posto a circular, em doze páginas, no dia 3 de Dezembro. Cingindo-nos à nossa nação e a esta nossa região, até ao século XIX pouco se avançou neste campo da comunicação social. Com a revolução liberal, a partir de 1820, com a necessidade de as várias forças partidárias e ideológicas expandirem as suas opiniões, os jornais aparecem quase como cogumelos, com cores variadas e textos para todos os gostos. A imprensa, até então a caminhar muito devagarinho, começa a fazer corridas cada vez maiores. A sua força mede-se em termos políticos e é esta vertente que a bitola. Longe ainda estávamos da rádio, muito mais da televisão e a milhas dos actuais sistemas de comunicação em massa por via digital. Para se ter uma ideia do peso dos jornais e da sua proliferação a partir dos anos de 1800 em diante, anotem-se estes títulos que se localizaram nas nossas terras, numa distribuição por concelhos e com eventuais falhas: Oliveira de Frades – O Lafões(1892), Mocidade de Lafões, O Azorrague, Ecos de Lafões, O Lafonense, Jornal de Lafões, O Ribeiradiense, Oliverdade, Rádio de Oliveira de Frades (1986); S. Pedro do Sul – O Lafonense (1891), Jornal de Lafões, A Comarca, O Vouga, O Progresso, Voz da Beira, Ecos do Vouga, O Innonimado, Povo da Beira, A Democracia de Lafões, a Tribuna de Lafões, Gazeta da Beira (duas fases), Correio de S. Pedro do Sul, Ecos da Gravia, Notícias de Lafões, Rádio Valadares e Rádio Lafões; Vouzela – Aurora do Vouga (1887), A Democracia de Lafões, O Beirão, A Revista de Lafões, O Presente, O Echo de Lafões, Aurora de Lafões, O Vouzelense, Correio de Lafões, O Lafões, Alvorada, O Lafões, Correio de Vouzela, Notícias de Vouzela, Vouga Livre, Rádio Regional de Fataunços, Rádio Vouzela – VFM. Esta alinhavada lista bem acentua quanto a comunicação social tem sido importante ao longo dos tempos. E hoje muito mais do que nunca, por estranho que pareça. Como seres consumidores de informação, cada vez estamos mais ávidos de a ela termos acesso. Respondendo a este crescente apetite, os últimos tempos têm gerado carradas e carradas de uma dita comunicação, em blogues, em redes sociais, em novos meios de divulgação de notícias e opinião, falada, vista e mista. Mas tem-se perdido em matéria de conhecimento e em fontes seguras de informação. Nesta avalanche de dados que nos invadem o quotidiano e quase nos sufocam, tudo se confunde: verdade e mentira convivem à mesma mesa e isso é altamente perigoso. Para a verdadeira e real destrinça de tudo isto, separando o trigo do joio, cada vez mais é necessária uma imprensa, uma comunicação social de referência, com valores, com ética, com rigor, com verdade, com respeito pelo cidadão e seus direitos a uma correcta e credível comunicação. É aí que, no nosso caso, os jornais têm de se posicionarem para virem a ter futuro e a assegurarem o próprio futuro das nossas comunidades. Na bagunça em que vivemos, ninguém ficará a lucrar. Essa é que é a verdade. Por isso, impõe-se uma regra de ouro: que cada jornal, que cada rádio, que cada televisão se afirmem pela honra do trabalho que fazem. O resto é conversa da treta. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Lafões”, 19 Jul 18

Uma sopa, a de Alcofra, que é um hino às tradições

Alcofra faz gala da sua Sopa Seca V Mostra Gastronómica CR Pela quinta vez, o espaço envolvente à Torre de Alcofra encheu-se de gente para apreciar um pitéu de alta qualidade e com um enorme valor identitário, a Sopa Seca. Recordando tempos difíceis, os das migrações, em grupos e às centenas, para o Alentejo, dali veio esta iguaria, ontem alimento dos pobres, hoje colocada no pedestal da nossa gastronomia regional. Neste ano de 2018, o apetite recebeu uma boa pedalada com a realização do Passeio Pedestre – Por terras de Alcofra, que levou aos seus caminhos rurais e pontos turísticos de excelência um bom número de entusiastas das boas caminhadas. A par das paisagens, entre muitos motivos de interesse, destacou-se a visita a um Lagar de Azeite tradicional e a um moinho de água em plena tarefa de moer o milho, assim se preservando ainda os saberes de outrora para os mostrar a todos nós, em autênticos museus vivos. Esta foi uma das boas novidades, mas outras nos apareceram e, desde logo, há a destacar a presença dos dois restaurantes locais que mais e melhor preservam e divulgam este prato de eleição, a Sopa Seca de Alcofra. Partilha e cooperação ali se evidenciaram. Não sabendo se é da água ou da sopa, o certo é que a cultura desta terra também está em alta e isso viu-se no palco com a animação do Grupo de Cavaquinhos da Casa do Povo, com o Grupo de Concertinas, ambos desta terra, e ainda com o Grupo Girafoles, de Viseu, à tarde, e o Grupo Típico Baile da Eira, de Cedrim, à noite. Corpo e alma saíram dali bem alimentados, até porque o artesanato, os produtos endógenos e os petiscos completaram as boas ofertas culturais ali presentes, como destacaram o Presidente da Junta de Freguesia, Celestino Vaz e da Câmara Municipal de Vouzela, Rui Ladeira, na cerimónia de abertura. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, 19 Jul 18

Dos apontamentos à História de Lafões

Apontamentos que nos levam ao conhecimento de Lafões Das crianças enjeitadas aos novos cemitérios, passando pela justiça Cada uma de nossas terras tem escondidos muitos testemunhos e, alguns deles, vão surgindo por mero acaso. Quando aparecem, é mais uma luz que se acende no mundo do conhecimento. Sem falarmos, sequer, naquilo que a arqueologia nos faz chegar, é frequente toparmos com novos documentos e pistas que nos abrem horizontes até então meio obscuros. Há anos, tivemos o privilégio de recebermos a transcrição de um manuscrito que tinha sido encontrado pelo bom amigo e saudoso José Guilherme Cruz numa de suas casas, em Ventosa, referente ao século XIX. Pegando nesses importantes papéis, António Lopes da Costa, infelizmente também já desaparecido, dactilografou-os e assim chegou às nossas mãos essa gentil oferta, numa altura em que os três partilhávamos os bancos da Assembleia Municipal de Vouzela. Bons e recuados tempos foram esses! Agora, quando andamos às voltas com a nossa papelada, demos de caras com esta relíquia, estas folhas avulso. Filho sem pai e sem data de nascimento, a existência deste documento não nos diz tudo, mas deixa muita coisa no ar e viabiliza a entrada, por indução, em novos caminhos. A história é, muitas vezes, este exercício solitário da aventura da descoberta de hipóteses que podem ou não ser verdadeiras. Tentamos, no entanto, ir ao fundo daquilo que nos fazem despertar e tirar delas algo de útil para melhor sabermos de onde viemos e com que linhas foi cosido o tecido do nosso passado. Pisando os nossos montes, foi assim que Amorim Girão desvendou segredos sem fim a nosso respeito. Sem grande método, nesse material é feito um passeio por vários pormenores da vivência dos princípios do século XIX, que nos mostra, por exemplo, a dura realidade dos “enjeitados”, crianças colocadas na roda para serem recebidos por alguém, ficando à mercê de possíveis boas vontades. Esta foi uma prática muito usual em tempos que não estão assim muito longe de nós, talvez nem duzentos anos. Em Oliveira de Frades, a toponímia local atesta esta crua realidade e o seu Arquivo Municipal está cheio de situações dessa natureza. Aliás, o Arquivo Distrital de Viseu cita o “Guia de entradas dos expostos” dos anos de 1874 e 1875, deste concelho, nessa altura já com a designação de “hospícios”. Para melhor contextualizar esta matéria, acrescente-se que as “casas da roda” partiram de uma determinação de Pina Manique, de 10 de Maio de 1783, que as tentou espalhar por todo o país. Ainda com base em Oliveira de Frades, na reunião da Câmara de 26 de Março de 1900, foi analisada a cópia do auto de abandono duma criança do Olheirão, tendo este órgão municipal mandado baptizá-la, arranjando-lhe uma ama e respectivo pagamento, chegando a questionar-se mesmo um subsídio de lactação. Entretanto, diz-se nas folhas aqui citadas que “ No fim de sete anos de criação e, às vezes, mais tarde, são os enjeitados entregues a lavradores para os servirem, ou a mestres de ofícios para os ensinarem”. Entretanto, neste meio tempo entre esse passo e a anterior colocação na citada roda, cabia às Câmaras custear parte das despesas com o apoio a dar a estas crianças abandonadas, como vimos no parágrafo anterior, constatando-se, porém, que em muitos casos “havia bastante desleixo nas despesas “efectuadas. Num outro dos capítulos desta papelada, fala-se muito em coutos, num tom bastante depreciativo para estas instituições e, sobretudo. em matéria de aplicação da justiça, critica-se fortemente um dos inconvenientes aqui aflorados, porque “ se vê com evidência as delongas e estorvos que sofrerá nas suas execuções, sendo preciso fazer deprecadas, porque cada Juiz tem jurisdição ordinária”, o que quer dizer poderes muito próprios. E pergunta-se: “ Que tempo e que despesas farão as partes litigantes, vexadas com tantas demoras, não havendo mais que uma audiência por semana?”, adiantando-se mesmo que a “Justiça dos coutos é justiça dos compadres”. Não se pense, à luz dos tempos actuais, que fazemos maus juízos, mas o que aqui se relata, mais coisa, menos coisa, ainda hoje tem semelhanças que chegam a bradar aos ceús. Desta forma, quase podemos afirmar que, neste campo, há manchas que custam a sair. Aventa-se, nestas folhas, que o concelho de Lafões, extintos os tais coutos, pode formar dois julgados, cujas capitais serão Vouzela e S. Pedro do Sul, separados pelo Rio Vouga: na margem esquerda, Oliveira de Frades, Covelo, parte do Banho, Arcozelo e S. João do Monte, para Vouzela; à direita, Goja, Rio de Mel, parte do Banho, Trapa, Ribolhos, Mões, Sul, Reriz, Alva, Gafanhão, para S. Pedro do Sul. Uma outra grande parte deste trabalho é dedicado a um tema então em acesa discussão que era o dos enterramentos nas Igrejas e seus inconvenientes de ordem médica e higiénica, o que motivou a criação de cemitérios públicos por legislação de 21 de Setembro de 1835, no governo de Rodrigo da Fonseca. Pelo meio, esta determinação gerou intensa polémica a até uma revolta generalizada, a da Maria da Fonte, aspecto a que nos dedicaremos em próxima edição, porque estas folhas ainda têm pano para mais mangas. (Continua)... Carlos Rodrigues, in “Notícias de Lafões”, 19 Jul18

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Peixes e animação em Campia...

Em Campia, de 6 a 8 de Julho Mostra de Peixe do Rio em oásis de verdura Em redor, ainda impera a cor negra numa vasta área a envolver o Parque Fluvial de Porto Várzea, em Campia, que ocupa as duas margens do Rio Alfusqueiro. Do incêndio devastador de Outubro, ficaram as marcas que teimam em apresentar-se por todo o lado. Lá no fundo, o verde das árvores e da relva e o azul do lençol de água, que uma represa põe à disposição dos amantes da natação e dos passeios em barcos, é jóia de uma enorme beleza. É este o espaço em que se desenrolou a Mostra Gastronómica do Peixe do Rio, em terceira edição, este ano de 6 a 8 de Julho. Se o peixe dá o mote, a cultura local tem aqui uma primazia, com destaque para a tarde de domingo em que actuaram os Ranchos Folclóricos de Fornelo do Monte e de Carvalhal de Vermilhas e o Grupo de Cantares da Associação “ Os Amigos de Levides”. Com o calor a ser bom companheiro, vieram da terra em festa e das redondezas centenas de pessoas, que aderiram com entusiasmo a esta programação. Na sexta-feira e no sábado, a temperatura e a meteorologia foram mais madrastas, com o aparecimento do nevoeiro e uma espécie de orvalho que deu ao chão molhado um quase ar de chuva. Mesmo assim, a Revista à Portuguesa, na sexta, e o grupo Hd Musik, no sábado não deixaram de ter os seus públicos especificos. Porém, se as condições atmosféricas tivessem sido outras, como nos confessaram o Presidente da Câmara Municipal, Rui Ladeira, e a Vereadora da Cultura, Carla Maia, talvez ali se tivesse sentido a presença de muito mais gente. Apesar de tudo e com a boa tarde de domingo, o balanço é bastante positivo, mesmo em termos de “negócio” para as instituições que ali se fizeram representar: os Escuteiros, o Grupo Desportivo, o Rancho Folclórico “ Recordações de Campia”, a Associação “ Os Castros” e o Grupo Carnavalesco. Com as trutas e outras espécies a fazerem as delícias de quem se sentou à mesa, bem regadas, as refeiçoes, em família, que ali se degustaram deixaram no ar o desejo de voltar em próximas edições. No relvado, ora se dormitava, ora se punha a conversa em dias em magotes de malta bem animada. No Rio, nadava-se e passeava-se de barco. As crianças, em grande animação, lançavam-se à água ou escapavam-se para os equipamentos infantis que para elas foram concebidos. “ Corvos do Alfusqueiro” assinalaram 18 anos de vida Aproveitando este evento da Mostra Gastronómica do Peixe do Rio, o Moto Clube Corvos do Alfusqueiro fez jus ao seu nome e, à beira do Rio, terminou o seu passeio por Lafões, ali convivendo em saboroso almoço de confraternização por mais uma comemoração do seu aniversário, o 18º. Cerca de 40 motards, vindos de Aveiro, Estarreja, Viseu e de outras localidades, com destaque, como é óbvio, para as gentes da casa e arredores, passaram pela Barragem de Ribeiradio, em Sejães, pela vizinha vila de Oliveira de Frades, pela Virgem Milagrosa, tendo a bênção das motas sido feita na Igreja Paroquial de Campia. Apagadas as velas, cantados “Os parabéns a você”, fizeram-se votos para que o Clube continue a ter sucesso e a seguir em frente. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, 12jul18

Com tractores e vontade pessoal também se faz solidariedade...

Um passeio solidário Tractores rolam pelas serras em favor dos Bombeiros Pela terceira vez consecutiva e sempre com o objectivo de apoiar instituições da região de Lafões, a gerência das Bombas da BP, de Paços de Vilharigues, organizou mais um passeio de tractores, no passado domingo, dia 8, a que compareceram cerca de 40 participantes e mais do dobro no almoço de angariação de fundos, que se lhe seguiu. Nesta edição de 2018, foi a Associação dos Bombeiros Voluntários de Vouzela a entidade contemplada com cerca de 700 euros. Com um percurso mais inclinado para as estradas alcatroadas, que a habitual Serra da Penoita ainda mostra recordações tristes e negras em virtude dos incêndios de Outubro de 2017, tendo sido por isso evitada e também porque os caminhos estão bastante degradados, a opção deste ano foi, assim, mais meiga para as máquinas e seus condutores. O espírito continuou, no entanto, o mesmo. Os fins solidários desta iniciativa, que teve a apadrinhá-la o próprio Presidente da Câmara, Rui Ladeira, movem muitas boas vontades e isso nota-se nas vias por onde passam os tractores e, muito em especial, no almoço e convívio, actividade animada com jogos e sorteios com vista à obtenção de mais verbas. Pelo meio, este ano, junto ao Quartel dos Bombeiros, o Padre Ricardo procedeu à bênção das máquinas, instrumentos de trabalho, fazendo votos para que nunca nos tragam tristezas, como, infelizmente, tantas vezes tem acontecido. Por isso, ali se orou pelos vivos e por quem já nos deixou nas citadas circunstâncias. A caminho, em Ventosa, a homenagem prestada no Cemitério a um participante de todas as horas passadas marcou também, em emoção, este encontro. É de realçar-se o carácter filantrópico destes gestos que, pegando em peças da nossa vida agrícola e outras actividades, as colocam ao serviço destas causas sociais, a deste ano com um significado muito especial: o apoio aos Bombeiros em tempos de dolorosas memórias. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, 12 jul 18

Ponto II: Oliveira de Frades com mais uma valência social

Uma nova valência social em Oliveira de Frades Nasceu o Campo de Formação Escutista e Juvenil Situado num local de onde se avista toda a vila de Oliveira de Frades e grande parte da Serra da Gralheira, o Campo de Formação Escutista e Juvenil José Rodrigues Pinto de Magalhães, nome de um dos principais doadores do terreno onde foi constuído, já começou a ter vida própria e uma certa autonomia. Ocupando uma área de cerca de quatro hectares, nasceu do sonho do Padre Manuel Fernandes, assistente do Grupo de Escuteiros local, e de sucesssivas ofertas de espaços florestais, a partir da primeira dádiva de Maria da Conceição. No passado sábado, dia 7, foi inaugurado e benzido pelo Bispo Dom Ilídio Leandro, em fase de despedida de suas funções. Esta obra contou com um sem número de boas e generosas vontades, quer na obtenção global de todo aquele vasto espaço, quer na sua vedação, construção dos primeiros equipamentos e infraestruturas, tais como água, luz, acessos, quer ainda no apoio logístico que tem vindo a ser conseguido para as várias actividades que por lá já se vão fazendo. Do sonho de outrora à obra de hoje, como acentuou Dom Ilídio, a realidade ali está viva e para o futuro. Momento alto na vida dos Escuteiros, os promotores desta iniciativa que contou, desde o primeiro dia com o empenho da Paróquia e da sua Comissão Fabriqueira, estrutura de onde saiu toda a logística e em todas as fases, desde as escrituras aos trabalhos vários, ali estiveram em peso. Associaram-se ainda o Presidente da Câmara, Paulo Ferreira, a Vereadora Clara Vieira, também com alma escutista, o Presidente da Junta de Freguesia, José Cerveira, o Grupo 1313 de Oliveira de Frades e outros das redondezas e da diocese, bem como o Grupo de Jovens que muito colaborou nas cerimónias religiosas. Significativa foi a presença dos ofertantes dos terrenos e dos colaboradores, tantos eles foram, em todo este projecto e grande empreendimento. A inauguração e a bênção A presidir a todas estas cerimónias esteve o Bispo Dom Ilídio Leandro, actual Administrador Apostólico da diocese, como que a despedir-se daquela sua gente e onde passou todo o dia, desde estes momentos ao Crisma e até à bênção do monumento dedicado a Nossa Senhora, já a tarde fugia, no Bairro do Olheirão. As boas vindas foram dadas pelo Padre Manuel Fernandes junto ao rochedo e placa que eternizam esta obra, referindo que tudo foi feito e erguido de baixo para cima, que deste lado para baixo nada veio, isto a nível nacional. A seu lado e à sua frente, se postavam todas aquelas pessoas que, grão a grão, tudo isto fizeram. Deu-lhe continuidade o Bispo, Dom Ilídio, para acrescentar que perante todos os nomes citados não se pode esquecer o do Padre Manuel Fernandes e de todo o entusiasmo que pôs ao serviço desta causa desde a primeira hora. Para o Presidente Paulo Ferreira, o concelho ficou muito mais rico com esta infraestrutura, que se fica a dever aos muitos contributos de tanta gente. Finalizou o Chefe Jacinto, para realçar que, de agora em diante, se pode realizar melhor o desenvolvimento integral de todos os escuteiros do concelho e de muitos outros locais, que esta é uma obra de portas abertas. No pavilhão já instalado naquele local se celebrou a Missa Solene, em que os Escuteiros se dedicaram de corpo e alma tendo construído mesmo com as suas técnicas próprias, madeiras e cordas, o altar-mor. Para alimentar o corpo, seguiu-se um grande almoço e convívio, para festejar quanto se conseguiu até este momento. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, 12jul18

sábado, 7 de julho de 2018

Momentos altos hoje em Oliveira de Frades

Em maré de despedida de seu cargo apostólico, infelizmente, por razões de saúde, o Bispo de Viseu, Dom Ilídio Leandro, passou hoje, sábado, dia 7 de Julho, todo o seu tempo na vila e concelho de Oliveira de Frades, tendo começado, pela manhã, com a inauguração do Campo Escutista e Juvenil da Paróquia local, prosseguindo com o Crisma de mais de uma centena de rapazes e raparigas, para terminar, já ao cair da tarde, início de noite, com a bênção do Monumento em homenagem a Nossa Senhora de Fátima, no Bairro do Olheirão, desta vila, construído e inaugurado há uns meses pelo Presidente da CM, Paulo Ferreira. Esta foi uma jornada de emoções duplas: por um lado, o adeus a Dom Ilídio, enquanto Bispo desta nossa diocese, tem um sabor muito amargo, por outro, a razão da sua vinda mostra a vitalidade desta terra e suas gentes. Finalmente, resta-nos a consolação de sabermos que o nosso Bispo vai continuar a sua missão noutros campos de missão. E esta é mais uma boa notícia... Sem dúvida....

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Bombeiros de Oliveira de Frades recordam S. Marçal e o seu 2º CMDT....

Bombeiros de Oliveira de Frades em festa e homenagens José Santos recebeu o crachá de ouro pelos seus 47 anos de actividade O mês de Julho iniciou-se em Oliveira de Frades com a festa de S. Marçal, padroeiro dos Bombeiros, pelo que foi a Associação local a promover, uma vez mais, este evento. Este ano contou com várias mudanças, como a da localização provisória do quartel na Escola Comendador Manuel Fernandes Gomes e o almoço-convívio em local descentralizado: Chão do Vintém, Arcozelo das Maias. Um outro dado a reter é que as cerimónias começaram em Junho, dia 30, com a procissão a levar S. Marçal da sua sede para a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, tendo regressado às origens já em Julho, dia 1. Nesta mesma data, se procedeu a uma sentida homenagem aos bombeiros e seus familiares já falecidos em romagem ao Cemitério. A missa, a seguir, foi outro destes momentos altos com a corporação e as entidades oficais a marcarem presença, assim como a Fanfarra de Oliveira do Hospital que muito animou o desfile e a procissão de domingo. A sessão solene também foi objecto de alterações em relação aos anos anteriores, na medida em que se realizou em pleno almoço e já em Arcozelo das Maias. Em todo este programa, se viram o Presidente da Câmara, Paulo Ferreira, os vereadores Carlos Pereira e Clara Vieira, a representante da Assembleia Municipal, Sónia Nogueira, vários presidentes de Junta de Freguesia, bem como o 2º comandante do CODIS, Humberto Sarmento, o Vice-Presidente da Liga, Comandante Requeijo e o Presidente da Federação Distrital, José Amaro, estando ainda na mesa de honra os órgãos sociais da Associação em festa, incluindo o presidente do Conselho Fiscal, Luís Gouveia. Neste acto oficial, intervieram o Comandante Fernando Farreca, o presidente da AG, Carlos Rodrigues, o presidente da Direcção, Armando Bento, os responsáveis nacionais e distritais, encerrando o Presidente da CM, Paulo Ferreira. Entre as várias promoções e distinções conferidas, sem dúvida que o apogeu se sentiu quando foi chamado, pelo representante da Liga, o 2º Comandante José Santos para receber daquela instituição a mais alta condecoração, o crachá de ouro. A sua folha de serviço, com 47 anos de dedicação a esta causa, atesta a justiça desta homenagem. Foram para ele, por isto, as mais sonoras e sentidas palmas naquela tarde em que S. Marçal esteve sempre presente. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Julho, 2018

Reis e rainhas em Lafões

Monarcas em Lafões a começar por D. Afonso Henriques A história desta nossa região é rica em visitas, estadias e tomadas de posição por parte de muitos dos nossos reis e rainhas ao longo dos séculos. Território a motivar bons interesses, a dar vultos de relevo para a construção da nossa sociedade, recebia por um lado, dava pelo outro: aqui vinham os responsáveis pela monarquia, a esta fornecíamos gente de peso. Sem irmos mais atrás, muito embora haja referências a fazer ao Conde D. Henrique e sua mulher, a rainha D. Teresa, desde logo, a Lafões se dirige o nosso primeiro Rei, D. Afonso Henriques, não uma, mas várias vezes. Estão documentados vários contactos, um deles em 1152, quando concede ao Banho o seu primeiro foral. Antes, porém, declara o Cónego José Simões Pedro ( in “ A Trapa – Monografia histórica da antiga povoação e couto real do Mosteiro de S. Cristóvão de Lafões, 1990”) que o citado Conde D. Henrique estivera nestas nossas terras em contacto com João Cirita, tido como um dos fundadores do Mosteiro em causa, ele que “recuperara a velha ermidinha já quase em ruínas” (p. 18). Em jeito de conclusão, refere mesmo que o próprio D. Afonso Henriques também por ali passara, mas não deixa grande margem de manobra documental. É de notar-se que, ao conceder ao Mosteiro de S. Cristóvão os Coutos da Trapa (1161), Valadares e Paçô, não se deve estranhar, assim, que por estes sítios tenha andado ainda antes das suas estadias no Banho. Sem grandes dúvidas, tal como assegura António Nazaré de Oliveira, sabe-se que nas Caldas do Banho esteve, em 1152, o rei D. Afonso Henriques, aliás, por alturas da concessão do respectivo Foral, como já dissemos. Estando muito ligado a Coimbra, a então capital do Reino, nem eram muito complicadas as vindas a estes territórios. Há ainda um outro dado a reter: a presença no seu círculo e cúria de fidalgos lafonenses como o pai do S. Frei Gil, alcaide daquela cidade, entre outras individualidades, nomeadamente D. João Peculiar (também muito ligado à fundação do nosso Mosteiro), arcebispo de Braga e uma das traves mestras da suas ligações internacionais. Se esta foi uma viagem anotada nos anais da história, mais famosa ficou, porém, a que fez (e aqui permaneceu por uns meses) no ano de 1169, após o desastre de Badajoz. De Setembro a Novembro desse ano, em Lafões lavrou importantes documentos, entre os quais se destacam: - Escritura de doação de terras em Fafe. - Carta de entrega de bens à Ordem do Templo. - Doação feita à Sé de Zamora. - Carta de Couto passada à Sé de Coimbra de metade da vila de Midões. - Uma outra carta de confirmação da doação do Couto de Oliveira de Frades a Santa Cruz de Coimbra. Adianta António Nazaré de Oliveira que com o Rei, em 1169, também estiveram nesta nossa região os seus filhos D. Sancho, seu herdeiro da coroa, e D. Teresa. Ao assinarem a tal carta, assinala-se ainda a presença nesse acto de Sancho Nunes, Governador de Lafões, do Alcaide Cerveira, fundador da Albergaria de Reigoso em 1195, de Suarez Fernandes, Juíz de Lafões, e de Mendo Pedro, arcediago e presbítero de S. Pedro do Sul. Além desta aludida presença de D. Sancho, enquanto filho do nosso primeiro Rei, tendo em conta que o testamento deste segundo monarca se encontra na Sé de Viseu, de acordo com Alexandre Herculano, na sua “História de Portugal, IV, Livro III, 1185-1211, Ulmeiro, Lisboa, 1983”, não é de se pôr de lado suas novas e possíveis vindas as estes sítios lafonenses, sobretudo depois da saga vivida a sul, no Alentejo e no Algarve. Está escrito que, em 1198, andaria por Trás-os-Montes, o que não invalida, antes consolida, estas nossas suposições. A nossa boa fonte, com uma poderosa marca de S. Pedro do Sul, aponta também a permanência por alguns tempos e talvez várias vezes, dos reis D. Dinis (ver Carta da Feira de Vouzela, 1307), de D. João I, de D. Duarte (Foral de Lafões, de 1436), de D. Pedro, do Infante D. Henrique e de D. Manuel I (Forais novos do Banho e de Lafões), sem esquecer, já em finais do século XIX, 1894 e 1895, a Rainha D. Amélia e seus filhos, D. Luís Filipe e D. Manuel, o nosso último Rei. Numa mais detalhada pesquisa, sobretudo pelos diversos itinerários reais, estamos certos que muito mais informação se poderá colher. Ficam, para já, estes breves apontamentos como aperitivo para outros estudos mais aprofundados. NOTA – Neste campo, tal como publicámos há tempos, não deve esquecer-se que em Moçâmedes e Bordonhos viveu o Rei Ramiro, de Viseu e de Leão, muito antes da nossa própria nacionalidade... Carlos Rodrigues, in “Notícias de Lafões”, Julho, 2018

Boa onda em energia geotérmica nas Termas de S. Pedro do Sul

Energia geotérmica com grande potencial em S. Pedro do Sul A água quente das Termas de S. Pedro do Sul encerra muito mais potencialidades que aquelas que, desde há milénios, delas têm vindo a ser tiradas. Sendo a saúde um de seus pratos fortes, a que se associam o lazer, o turismo e, mais recentemente, o aproveitamento comercial da Linha Aqva, o calor que sai das entranhas da terra pode ter – e isso já se iniciou – outros bons fins. A energia geotérmica é a valência que se segue. No dia 29, feriado municipal, em ambiente de festas da cidade, o Secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, e o seu Director-Geral, Mário Guedes, vieram apresentar um novo programa, o FAI – Fundo de Apoio à Inovação – no âmbito específico da “Apresentação de medidas de incentivo financeiro que promovam projectos de geotermia”, com uma dotação de 2.1 milhões de euros, quase que a dizer-nos que este é fato à medida desta terra.. Entre os muitos aspectos referidos, nomeadamente a ideia essencial de que S. Pedro do Sul tem condições de eleição para o arranque deste e doutros tipos de projectos, destaca-se o lançamento de uma brochura “ Geotermia – Energia renovável em Portugal”, da Direcção Geral de Energia e Geologia, que é um bom repositório científico desta riqueza natural. Por ser um instumento de grande importância para esta nossa zona, que possui, neste capítulo, o seu epicentro nas Termas, dele colhemos alguns tópicos que aqui tentaremos reproduzir e elencar. Em primeiro lugar, dá-se, em termos de potencialidades territoriais, a coincidência de nos situarmos numa das falhas, a que liga Penacova a Verin, passando por esta zona e pela Régua, o que permite fazer toda a diferença entre as onze que se localizam em espaço português, viabilizando 61 ocorrências geotérmicas de várias ordens de grandeza. Neste campo, o norte e o centro capitalizam a maioria desses pontos. Destas, 45 são classificadas como águas minerais naturais e apenas sete, onde se incluem as nossas Termas, abrangem uma dupla valência, a da citada água, a que se acrescenta o destaque que motiva estas linhas - o do seu uso como recurso geotérmico, o que implica o termalismo e a geotermia. Dividindo-se, de acordo com a temperaturas obtidas, este panorama em muito baixa e baixa entalpia, a primeira a situar-se entre os 20 e os 29º e a segunda no intervalo compreendido entre 30 e 73º, sendo que as Termas andam à volta dos 69º(68.7º, mais concretamente) e já com princípios do uso desta força de energia geotérmica, em balneários e e alguns projectos de climatização, incluindo da indústria hoteleira, o que se pretende é alargar a área destas fontes de calor a outros patamares. Com uma ampla “sustentabilidade ambiental e social”, como foi bem acentuado na cerimónia de apresentação das medidas que estão na calha para sair, o concelho de S. Pedro do Sul foi escolhido para este lançamento em virtude de duas variáveis, uma de cariz pessoal, a da persuasão e persistência que o Presidente da Câmara, Víctor Figueiredo, tem posto em cima da mesa, outra de feição natural, que se prende com o facto de as Termas serem mesmo um caso muito especial a merecer todo o apoio que lhe possa vir a ser oferecido. Com a fasquia colocada bem alto, agora é preciso que se passe da palavra à acção: se a geotermia é a viola que se põe na mão do tocador, que os dedos não faltem, nem ela avarie. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Lafões”, Julho, 2018