sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

A força das intempéries e a capacidade de resistir em Lafões....

Meus Amigos CR Dois anos depois das quentes e destruidoras chamas de Outubro de 2017, eis que a Elsa nos trouxe outros graves amargos de boca, daqueles que nos deixam a pensar qual será a forma de segurarmos as pontas de um território lafonense que se vai desfazendo pelo fogo e pela água. Por mais que nos debrucemos sobre os problemas que nos afligem, menos são as soluções que conseguimos descobrir e encontrar. Os homens e as suas políticas levam-nos os habitantes, a natureza não tem sido nada meiga connosco e, deste modo, pouco ou nada há a fazer para contrariar a má sorte que nos atinge. Se, por um lado, somos levados assim a deixar-nos vencer por esse desânimo, pelo outro, procuramos no fundo do nosso ser e identidade e logo nos apercebemos que nada nos leva a que desistamos. Feitos de rija têmpera, aqui não se dobram as costas, de maneira nenhuma. Ou partem, ou nada. E porque estas não se desfazem, a cada contratempo respondemos sempre com a mesma determinação: em Lafões, a sua gente vai em frente, lutando contra tudo e mesmo contra todos. Temos na nossa génese a garra do Grito de Ipiranga. Quando a água nos devassou as margens dos rios, nos desfez as pontes, nos tombou as árvores, nos levou as barreiras e muros de suporte das estradas, nos destruiu as praias fluviais e os parques contruídos no sonho de dar melhor qualidade de vida aos nossos concidadãos, aqui estamos, firmes que nem uma rocha, para mostrarmos que ainda não é desta que nos daremos por vencidos. Nunca isso acontecerá. Muito menos agora. Com uma alma determinada em vencer as adversidades, só esperamos que as entidades nacionais e europeias nos não desamparem e que remem para o nosso lado. Aqui, no nosso posto, não vacilamos. Vamos em frente. Mas não nos cortem, lá nas esferas dos poderes financeiros e de coesão, a nossa vontade de não morrermos à porta de mais estas desgraças deste mês de Dezembro de 2019, que queremos esquecer rapidamente e para sempre.... Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Dez 2019

Sem comentários: