sexta-feira, 3 de junho de 2022

Somar poder é muito bonito, mas reparti-lo é o cabo dos trabalhos

O problema da descentralização do poder vindo do centro para as periferias, onde devem estar as competências e os meios, está a revelar-se um desastre, uma trapalhada de todo o tamanho. Pelo caminho já tombou, na ANMP, uma pedra principal, o Porto. E outras, se lhes tirarem umas cunhitas que ainda as seguram, ameaçam ruir também. Para arranjar poder, o ancinho tudo junta. Para o distribuir é que a porca torce o rabo. Se ele viesse por aí abaixo sem o respectivo porta-moedas, era certo e sabido que de Lisboa já ele tinha vindo em alta velocidade. Mas, quem o vai receber - e muito bem- não o quer assim sem mais nada. Era o que mais faltava!... Para que isto não se não estrague de todo, é preciso muito juizinho, bom senso, cabeça fresca e um exercício de distribuição que não deixe ficar ninguém mal.... É isso e apenas isso que está em questão...

Andar por Lafões e topar movimento por todo o lado...

Fim de semana lafonense recheado de eventos, incluindo Lisboa Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Maio 22 Estes últimos dias 27, 28 e 29 de Maio puseram a região de Lafões num agitado alvoroço em redor das panelas e da cultura musical. Foi aquilo que se chama uns dias em cheio. Se nestes nossos concelhos de Oliveira de Frades, Vouzela e S. Pedro do Sul, de mãos dadas, muito de bom se fez, apareceu ainda Lisboa, com a nossa Casa de Lafões a engrossar a lista das actividades em curso, participando no VI Encontro do Associativismo e Regionalismo. Ali estiveram na Alameda D. Afonso Henriques, junto à Fonte Luminosa, o Grupo Polifónico as Vozes a caminhar para património imaterial da Humanidade, Deus o queira, e uma Exposição de produtos regionais, organizada pela nossa Casa-Embaixada. Por aqui, com dimensão muito para além das nossas fronteiras territoriais, tivemos as comemorações do Dia Nacional da Gastronomia, organizado pela respectiva Federação, que percorreu os três concelhos, Vouzela e S. Pedro do Sul/Manhouce, no dia 28, e Oliveira de Frades, a 29, domingo, tal como já havíamos feito eco. Mostras, desfiles, provas diversas, almoços convívios, palestras culturais, momentos musicais de excelência, assim se deu corpo a uma data nacional que a Assembleia da República aprovou em 2015. A par das comemorações desta efeméride, decorreu em Manhouce o Festival da Vitela com todo o manancial de tradição e festa que caracterizam as actividades nesta freguesia serrana, com destaque, diz quem viu, para o excelente Cortejo Etnográfico. Sem ser nota de rodapé de página, há ainda a registar a eleição de José Miguel Costa Antunes, da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas de Oliveira da Frades, para os órgãos nacionais do CONFAP – Confederação Nacional das Associações de Pais, com todo o peso que esta Instituição tem no tecido escolar do nosso País. Um dado a revelar com muito gosto. Desculpem, mas quase não temos palavras para descrever convenientemente o espectáculo que foi, no Cine-Teatro João Ribeiro, a apresentação, em dose festiva de altíssimo nível, do terceiro CD, Origens, lançado pelo brilhante Grupo Vozes da Terra, já de robusta maioridade e que deixa sempre marca em tudo quanto coloca em palco. Neste fim de semana de alta roda cultural, esta foi mesmo a cereja no topo do bolo. Antes de qualquer avanço na apreciação do que ali aconteceu, deixem que vos diga que a homenagem ao saudoso Sá nos deixou de coração apertado, mas com a convicção de que o seu legado vai mesmo continuar. E ainda bem. Depois de em 2000 terem posto em marcha a edição das suas músicas, estas Origens de 2021/22 vieram mesmo a calhar: são tradição, são busca de património, são registo de vivências e são, também, um bom momento de partilha e parceria que ali foi bem evidente. Mal começámos a ouvir o rufar dos tambores de Levides em sintonia com os acordes que saíam do palco, logo pensámos: isto promete. E o certo é que prometeu mesmo. Um a um, desfilaram os temas: Na casa de minha Avó, Marianita, Namoro na Seara, As passadeiras, Maria das Tranças Negras, As voltas que o linho dá, Fonte da Nogueira, Milho Rei e o Segredo bem guardado. Cada uma destas canções, teve o seu suporte em parcerias de requintada escolha: ACROF, ACRV, António Freire, Canto a Vozes, Celina da Piedade e Ana Santos, Grupo de Bombos Amigos de Levides, Jorge Duarte, Paulo Pereira e Sociedade Musical Vouzelense (SMV). Se cada momento foi um hino à exaltação musical e cultural, o espectáculo final, todos em conjunto, foi mesmo o enorme apogeu final. Uma maravilha. Porque esta gente de As Vozes da Terra tem rosto e nome, aqui fica este registo: André Amaral, voz; Carla Almeida, voz e percussão; Carlos Lobo, viola baixo; Clara Vieira, voz e viola; Conceição Almeida, voz e percussão; Edna Carvalho, voz e percussão; Eugénia Liz, acordeão; Helena Baptista, voz e percussão; Luís Paiva, voz e cavaquinho; Margarida Meireles, voz e flauta; Mário Jorge, voz, viola e cavaquinho; Nuno Figueiredo, voz e bateria. Para a história local, regista-se este semana em cheio aqui por estas nossas terras de Lafões. Há vida por aqui. Vê-se…