terça-feira, 22 de novembro de 2022

Santuário de Nossa Senhora do Castelo em Vouzela com muro em forte perigo de derrocada

Subir à Nossa Senhora do Castelo e recuar milhares de anos A estrada que dá acesso ao Monte e à Nossa Senhora do Castelo beneficiou de grandes obras no ano de 1938, altura em que se pediu mesmo o alargamento das curvas da antiga via, como se relatou neste Notícias de Vouzela em Abril, para possibilitar a circulação de autocarros, “ a fim de se poder adorar o maravilhoso panorama”, numa visão de futuro que, pouco tempo depois, viria a ter todo o cabimento. Acontece que, milhares de anos antes, já este espaço era desejado e ocupado pelos nossos antepassados, como veremos de seguida. Pelo meio, em épocas diversas, houve contendas várias, como a que aconteceu em 1957 com o descontentamento do facto de a mata ter sido entregue aos Serviços Florestais, por deliberação da Câmara Municipal e da publicação do Diário do Governo de 22 de Março, com excepção da parcela onde se encontra a Capela. Com os tempos actuais a trazerem graves problemas de sustentabilidade, quando a queda do muro de suporte ao Santuário está a ruir e a prolongar esse estado de destruição de dia para dia, podem ser extremamente graves, no imediato, os seus efeitos se nada for feito para impedir um desastre total. Do lado da torre da televisão, cujas obras podem ter espoletado esta situação, a insegurança é total e a Capela está a pouquíssima distância da parede em ruínas. Não agir depressa pode trazer, para o futuro, altos prejuízos, incluindo a possível destruição da obra religiosa que ali se encontra. Sem panos quentes, ou se actua, ou a inércia será fatal. Estando nós em presença de um monumento de inegável interesse histórico, turístico e religioso, tudo o que agora se fizer para o salvar terá impactos imediatos de grande alcance a longo prazo. Dar-se-lhe vida hoje é preservar um património que testemunha milhares de anos do nosso passado comum. Se o Monte não será, certamente, atingido, a queda do Santuário será, sem dúvida, uma perda irreparável e é disso que se trata na altura em que ali se notam sinais de uma derrocada iminente. Sabendo que a Confraria já entregou a quem de direito um projecto para as necessárias obras e que a Câmara Municipal e a Direcção Geral do Património estão de posse dos dados em questão, urge que estas entidades dêem as mãos e avancem depressa com os trabalhos. Fazê-lo é algo que se impõe e não pode demorar muito, ou mesmo nada, que o Inverno pode continuar a ser mau conselheiro… Com uma boa conversa, também a Altice, talvez, possa – e deva – participar neste processo de recuperação, num exercício de cidadania, em termos de responsabilidade social ou de mecenato. Com os acessos vedados por precaução, a Capela arrisca-se a não poder ser contemplada e isso impede que se descubra o templo em si e a fantástica paisagem que dali se avista. Reconhecendo a sua grande posição estratégica no contexto da zona de Lafões de antanho, povos houve que escolheram este local para ali se fixarem, ou, no mínimo, para dali fazerem um posto de atalaia com o Vale do Vouga aos pés e os Castros do Banho e de Baiões à mão de semear. Tendo em conta o texto “ O povoado e fortificação de Nossa Senhora do Castelo em Vouzela”, da autoria de Manuel Luís Real e outros, apresentado por alturas das I Jornadas Arqueológicas de Lafões, a sua localização proeminente e de grande importância estratégica, bem como as jazidas mineiras dos arredores e no próprio Monte foram condições para, na Alta Idade Média, ali nascer um segundo povoamento, o que faz pressupor usos anteriores. Aliás, tendo sido um dos pilares para a reconquista de Viseu, veio, na sequência desse apoio, a sofrer represálias e até a sua destruição por essa altura, inícios do ano 1000 dC. Aliás, desde 1019, aparecem referências escritas a seu respeito e ao topónimo Alafões. Em séculos posteriores, são cada vez mais frequentes os documentos que atestam a existência deste local, das suas muralhas, da ermida inicial que, de acordo com a Vouzelar, se pode associar a Vasco de Almeida, primo de D. Duarte de Almeida e que com ele viveu uns tempos na Casa da Quinta da Cavalaria, que, mercê de um desgosto de amor, ali mandou edificar em 1456 uma pequena ermida e uma rudimentar habitação que ocupou até à sua morte em 10 de Fevereiro de 1510. Ao pegarmos hoje neste tema, a que regressaremos em breve, tanto há a dizer, fizemo-lo para deixar o ALERTA atrás citado: é preciso reparar a fundo as muralhas em redor do Santuário antes que tudo se despedace pelo Monte abaixo. Desta forma, outros pormenores históricos ficam para uma próxima ocasião… (Continua) Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, 17 Nov 2022

O vinho americano, PROIBIDO, em Festival na Sobreira

Do produto de contrabando ao 1º Festival do Vinho Americano Foram os lugares da Sobreira, Ponte e Feira, na freguesia de Reigoso, fortes produtores, em tempos, do vinho americano, praticamente o único que por ali se dava melhor. Sem grandes problemas e gastos com tratamentos, os cachos tintos e brancos por lá apareciam e engordavam a sério e em grande quantidade, se a meteorologia fosse de feição. Das terras saía essa riqueza natural que era muito apreciada localmente e por essas cidades fora, sobretudo nas áreas de Lisboa e Porto. Hoje, quase que não existem videiras nem a consequente produção. Recordamos bem as operações de transporte camuflado desta “pinga”. Pela calada da noite, disfarçados em camiões de palha, madeiras ou outros produtos, lá iam no meio os barris aos montes e em grande quantidade. A caminho de Lisboa, por exemplo, um ponto negro, entre muitos, a ser sempre temido era o Posto da Polícia do Carregado. Vencido esse obstáculo, lá se ia até à capital. Nesta cidade, eram muitos e sobejamente conhecidos os postos de venda, como a enorme casa Laranjeira e Pereira da Silva, de uns amigos de Ribeiradio, que vendia milhares e milhares de litros por ano. Muitos outros comerciantes lhe seguiam o exemplo. Para que estas tradições se não esqueçam, a ARCUSPOF organizou o 1º Festival do Vinho Americano, que se realizou no dia 11, com o S. Marinho por muito perto. Em sistema de bordadura ou agarradas às árvores, as videiras rodeavam as propriedades agrícolas em altura ou então espalhavam-se por ramadas. Raramente, se viam as vinhas no sentido formal do termo. Pode dizer-se, sem quaisquer dúvidas, que, na maioria das casas agrícolas, a venda (proibida) deste vinho, das vitelas, da resina, de alguns porcos, das árvores era o grande suporte económico da cada família, sobretudo até surgirem os aviários. Por isso, aquele era um produto altamente apreciado por esse factor e também pelos seus indefectíveis defensores em termos de gosto. Deve-se ao surgimento da filoxera por volta de 1870, que destruiu grande parte das vinhas, a adopção desta variedade mista com raízes na América e na Europa, que passou a ser conhecida como a origem do vinho americano ou morangueiro, sempre na mira das autoridades, talvez pela enorme concorrência que veio a constituir, ou pela dita fama negativa de possuir metanol, uma componente que se dizia que faz(ia) mal à saúde, tese ainda agora discutida. Como quer que seja, sempre a vinha americana foi objecto de severas punições, pelo que, nos anos 40, 50 e outros, ora se arrancavam as videiras, ora se taxava fortemente a sua produção. Contra tudo isso, lutavam os agricultores ou arranjavam as citadas escapadelas para dele tirarem algum lucro. Feitas estas considerações, voltemos ao referido 1º Festival do Vinho Americano. Organizado, como vimos, pela ARCUSPOF, fez juntar ao jantar mais de 100 pessoas, vindas dos lugares em causa, dos arredores e até de sítios mais distantes como Ílhavo. Ao lado do salão de festas, 800 litros estavam na cuba que agora se encontra na barraca rural bem restaurada como património a preservar, cujas uvas foram vindimadas, pisadas e armazenadas em virtude do trabalho das gentes locais. Perante um júri sabedor, compareceram mais de uma dezena de produtores, que obtiveram as seguintes classificações e distinções: Ouro excelência – Pedro Portela; ouro – Fernando Carlos; prata – Miguel Figueiredo; bronze – Mário Garcia; menções honrosas – Luís Gonçalves, Manuel Fernandes, Fernando Sousa, António Pereira, Abílio Garcia, Carlos Ribeiro e Celso Gonçalves. Em ambiente de animação e com uma ementa à base de carne de porco, castanhas, vinho americano, jeropiga, festa foi aqui festa a valer. Mas o que fica como grande recordação é este 1º Festival, numa zona onde, outrora, por exemplo, João Figueiredo chegou a ter 600 almudes de vinho e, na actualidade, nas mesmas propriedades não se colhem mais de 80. Sinais dos tempos e da perda de importância da nossa agricultura, infelizmente. Logo, estas tradições assim revividas fazem todo o sentido… Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, 17 Nov 2022

sábado, 12 de novembro de 2022

O clima a meter medo

Tentar travar os mortais ataques ao clima Carlos Rodrigues No Egipto, por estes dias vive-se e fala-se muito daquilo que nos aflige: os ataques que estamos a fazer à natureza e, por via disso, à nossa própria sobrevivência. Na “ Cimeira do Clima de 2022(COP 27), que ali decorre, é disto que se trata, com o alto patrocínio da ONU e de seu Secretário-Geral, o nosso compatriota António Guterres, que tem feito deste tema, honra lhe seja, um forte motivo das suas preocupações globais, não se cansando de apelar a que tudo se faça para impedir o desastre total, o que equivale a dizer-se, a possível implosão da humanidade. De cimeira em cimeira, muitos são os objectivos estabelecidos, as metas a atingir, a curto, médio e longo prazo, como, por exemplo, aconteceu há anos em Paris. Fechadas as portas desses encontros mundiais, tudo praticamente volta à estaca zero, ou recua mesmo. Depois, volta-se à discussão, às pias intenções e não se sai deste círculo vicioso. Na prática, o que é muito mau e verdadeiramente lamentável, não se ata nem desata, isto é, não se sai da cepa torta. Em Sharm-el-Sheik, já o sabemos, vão aparecer em cima das mesas muitos e bons propósitos por parte de todos os oradores, praticamente idos de todo o mundo. Infelizmente, no meio da inacção que se segue, quem vai, como sempre, pagar as favas são os povos mais desfavorecidos, que as grandes potências poluidoras lá se vão arranjando… Os países em situação de maiores vulnerabilidades, como as cheias, os tornados, por um lado, e os incêndios, as secas, por outro, são, em suma, as zonas que mais vão sentir, pela negativa, aquilo que os governantes e cada um de nós deixam (os) por fazer. Apesar deste pessimismo, que o passado não tem ajudado a dissipar, ainda nos resta um pouco de esperança: que desta vez e do Egipto saiam práticas e intenções concretas, palpáveis e prontas a entrar em acção. Tememos é que não se preste a devida atenção ao que ali se vai passar: com o Orçamento para 2023 em plena discussão, com uma mão cheia de casos e casinhos, estas grandes e magnas questões ficam quase sempre para trás. E isso é terrível para o nosso futuro… In “ Notícias de Lafões”, 10 Nov 2022

Lafões na prosa e poesia

A cantar-se Lafões desde há séculos Carlos Rodrigues Nestas terras de encantos sem fim e histórias aos montes, sobretudo a partir dos séculos XIX e XX em diante, são múltiplas as alusões em textos em prosa e em poesia que retratam esta nossa zona de Lafões, desde os píncaros das suas serras aos vales encantados de seus rios e ribeiros. Há dias, por exemplo, um amigo meu fez-me chegar a cópia das “ Auras do Vouga”, uns “Versos de José Ozório” como se lê na capa, e não resisti enquanto não folheei esta raridade de 1917. Tal como esta publicação, muitas outras há por aí espalhadas, ou mesmo algures perdidas à espera de quem as faça regressar à luz do dia. São então de José Ozório estas primeiras palavras: “… O Vale de Lafões é toda a natureza singela, amorável e doce, enternecedoramente bela, casando-se com a índole afectiva do seu povo humilde e cortejador, submisso e respeitoso, modesto e inteligente, que acolhe um estranho com um grande abraço de velha amizade. Num passeio pela estrada, em qualquer ponto que nos quedemos, a nossa vista fica maravilhada como ante um quadro de magia… Consola o viver-se no seio desta amorável região de canduras antigas ao lado da pacífica gente que, mourejando de sol a sol na sua faina rural, tem o culto especial do lar…Ó meu adorável vale de Lafões!... “ Num tom e nuns conceitos bem situados no tempo, a sua linguagem e a sua escrita são o reflexo também dessa época, como se pode deduzir da prosa que aqui transcrevemos. Passando-se agora para uns recortes poéticos, apreciemos o seguinte: “//Ó minha terra, berço abençoado/Que embalaste os meus dias de ventura/Já perdidos lá longe, na espessura/Do tempo nebuloso do passado.//… // Montes da minha terra, ó lindos montes/Cheios de cor, vestidos de arvoredos/Onde o sol a morrer nos horizontes/ Colora d`oiro as cristas dos penedos//… // Rio Vouga, meu amigo/ Onde ia desabafar/ As queixas do coração/ Em horas do meu penar//… // Eu parti, já nem sei há quantos anos/Do meu ditoso lar/E na luta cruel dos desenganos/ Fiz-me velho no longo labutar// Uns valentes anos mais tarde, em 2000, na “Terra Lusitana, nº 1”, tendo como Director o saudoso Júlio Cruz, a cantar as “Águas do aquecimento”, Luís Chaves, assim anota os seus pensamentos: //… Valha-me Deus, já não posso/Cantar como cantava/ Já bebi água da nora/ Tenho a fala derramada//… // Coitadinho de quem tem/ Amores além do rio/Que quer passar e não pode/ Do coração faz navio//… // Sentei-me à beira do rio/Para as águas ver correr/Vi correr as dos meus olhos/Para eu mais penas ter//… Falar-se de Lafões em escrita poética e não agarrarmos em António Gomes Beato será como que uma falha imperdoável. Em dois dos seus volumes, “ Lafões, a tradição e a lenda”, 1993, e “ Canções do Vouga”, 1990, é muito e bom o material ali contido praticamente todo ele centrado nas nossas terras. Nas “ Canções” e em “Madre terra de Lafões” assim se começa: // Da terra é que me veio quanto eu sou/O meu sangue, o meu corpo e condição/ Seiva que vem de longe em mutação/ Sempre a ser renovada e me formou//… // De ti eu vim e a ti hei-de voltar/Ó meu Lafões, ó meu jardim sem par/Bendita sejas, Madre Terra minha//… Para concluirmos por hoje, vamos despedir-nos com umas palavras também de alguém que já, infelizmente, nos deixou, o Cónego José Fernandes Vieira, no seu livro “ Rebuscando”, Viseu, 2020, todo ele dedicado à sua terra, Sejães. A certa altura, quase a abrir, assim escreveu: “ Uma razão afigura-se-nos com clareza: este é um lugar sossegado, de bom clima, muito saudável e fértil, algo distante de grandes e barulhentos povoados. Pode dizer-se que é um agradável e tranquilo “jardim-pomar”, onde, para além da beleza natural, abundam produções diversificadas de excelente qualidade e sabor requintado. É este o nosso familiar “torrão natal”, de que vamos oferecer-vos alguns curiosos apontamentos históricos, talvez pouco conhecidos de alguns… “ In “ Notícias de Lafões”, 10 Nov 2022

Muitas castanhas e animação em Souto de Lafões

Festa da castanha em Souto de Lafões veio mesmo a calhar CR É a terra de Souto de Lafões, bem vizinha da sede do concelho, Oliveira de Frades, herdeira, até no nome, da importância dos castanheiros. Aproveitando o que estas árvores produzem, as castanhas, estas têm sido o mote para as tradicionais festas que ali se vêm realizando desde há uns tempos, numa colaboração entre a União de Freguesias e a Comissão de Festas de S. João, a animação por natureza nesta localidade. Este ano assim aconteceu, nos dias 5 e 6, sábado de domingo, uma vez mais. Num novo espaço de eleição, o Parque do Moinho, que combina a natureza com os equipamentos agrícolas, a incluir ainda uma barraca e um canastro, com a zona de lazer, com bar, zona infantil e de jogo da malha ( a condizer com os muitos “craques” que aqui praticam esta modalidade), palco e um agradável e bem tratado curso de água, eis os ingredientes necessários para se levarem a efeito todos estes tipos de eventos, como o desta vez relacionado com a castanha, a rainha da festa em questão. Se, na noite de sábado, o muito frio que ali se fez sentir como que espantou, segundo testemunhos, a clientela, na tarde de domingo, com o sol como companheiro, o caso mudou de figura e para muito melhor: o recinto animou-se e a alegria da participação veio a acontecer. Enquanto, no palco, o Rancho Vozes da Aldeia apresentava o seu bom reportório, o campeonato da malha, com os seus praticantes de sempre e outros, punha os círculos metálicos a correrem de um lado para o outro, ali se vendo, inclusivamente, o Presidente da Junta de Freguesia, José Cerveira, segundo dizem, um bom conhecedor desta modalidade, em acesa e animada disputa. Para que conste, em causa estavam bons prémios como, por exemplo, um presunto. Visíveis eram os montes de caruma a fazerem pensar no magusto que se iria seguir: perto das cinco horas, o lume começou a arder e as castanhas para ali correram apressadas. Nesta festa, participou também a Confraria dos Gastrónomos da Região de Lafões com uma sopa de castanhas e uma sessão de poesia a cargo de seu vice-Presidente da Direcção, Carlos Almeida, assim se associando os petiscos à cultura como convém. Com as castanhas a serem referenciadas por estas localidades desde há séculos, como, por exemplo, nas Memórias Paroquiais de 1758, neste ano de 2022, sente-se que estas optaram por não aparecerem nas árvores e a deixarem desanimados os seus produtores. Testemunhando o seu caso pessoal, José Rodrigues da Silva, também em nome da Horta da Clara, sua esposa, disse-nos que por esta altura se verificou uma queda de quase 70% na produção, caindo-se dos 200/300 quilos por ano para os actuais cerca de 60 a 70 quilos. É mesmo, acrescentou, um dos piores anos que conhece. A seca, as terras ao abandono e até os javalis, tudo isso contribui para este desfecho catastrófico. Participando, ano a ano, em vários eventos na região, com os seus produtos locais, como o mel, o kiwi, os coelhos, o piripiri, as abóboras, as chouriças caseiras e o feijão, além das castanhas, confessou que estar na sua terra é um orgulho e um sinal de confiança no futuro. Vinda do passado recente, a Festa da Castanha de Souto de Lafões aqui está para continuar a escrever as páginas dos nossos dias futuros, como esperamos e desejamos… Carlos Rodrigues, in “ Notícias de Vouzela”, 10 Nov 2022