quarta-feira, 2 de junho de 2021

Recordar sempre Carmo Bica...

Carmo Bica com aniversário entre amigos A “recordação da memória que se não perde” A Carmo Bica, que nos deixou há uns tempos, no meio de grande dor e emoção, faria no passado dia 30, domingo, 58 anos. Para não deixar passar essa data em claro, o Município de Vouzela organizou uma sentida homenagem, a que associou uma frase lapidar: “ Um sorriso de liberdade”. Ao som das águas do Rio Zela e com as pontes por companhia, sua família, muitos amigos e grupos musicais compareceram naquele anfiteatro, ao ar livre, em dia de sol, para dar mais sentido a esta cerimónia de gratidão. Ali estiveram o Presidente da Assembleia Municipal, Telmo Antunes, o Presidente da Câmara, Rui Ladeira, vereadores da terra e, curiosamente, também a vereadora da Cultura da CM de Lisboa, Paula Marques. Seu filho, marido, seus irmãos, cunhados, sobrinhos, primos e a Mãe se sentaram nos lugares da frente, onde também vimos Isabel Silvestre, Francisco Fanhais e outras entidades, mas, em maré de pandemia, os seus muitos amigos espalharam-se por toda a parte, alguns deles até para aproveitar fatias de sombra que já se tornavam apetecíveis. Entre toda esta gente, uma só ideia e uma só intenção: lembrar Maria do Carmo Bica e fazer evocar seus feitos e seu legado, que perdurarão para sempre entre todos nós. Com sua imagem a ultrapassar as fronteiras das serras do Caramulo e da Gralheira, já vimos que também Lisboa disse “sim” neste dia de seu aniversário e de festa. A Carmo, lá longe, ali esteve sempre no meio de todos nós. A abrir esta homenagem, começou por desfilar a Banda Musical de sua querida aldeia, Paços de Vilharigues, que, no dizer de Pedro Soares, seu marido, era o seu centro do universo. Por onde andasse, logo vinha ter com as suas raízes, aquelas que a levaram a dar vida à ADRL e à Cooperativa Três Serras, entre muitas outras iniciativas. Era esse o motor de todo o entusiasmo que transbordava em tudo quanto fazia. Dando-se por inteiro a cada tarefa – e muitas foram ao longo da sua curta vida! – cumpriu assim o que Fernando Pessoa registou em poesia. Eva Martinho, enquanto apresentadora destas cerimónias, logo frisou o sentido desta homenagem, aludindo à “recordação da memória que se não perde” No sentido formal, começaram por usar da palavra o Presidente da Câmara, Rui Ladeira, e Pedro Soares, que entraram lado a lado, porque, afinal, este era o dia em que o concelho e a família tinham em comum a evocação de alguém que continuará presente em cada um de nós e a “ melhor forma de a homenagearmos é seguir o seu exemplo” (Rui Ladeira) e para uma “promotora de redes” (Pedro Soares), em sofrimento, “honramos a democracia e os promotores desta forma de recordarmos Carmo Bica”. Momento solene, duro, fortemente emotivo, foi o do abraço que Rui Ladeira deu à D. Celeste Bica, mãe da homenageada, que também recebeu um ramo de flores do Grupo Vozes da Terra, entre outras sentidas referências. Em espectáculo bem organizado e bem conduzido, durante cerca de três horas, por ali se ouviu a boa música regional e nacional, continuou-se então com o Grupo Vozes da Terra, Vouzela, com o Grupo de Trajes e Cantares de Cambra, com as Vozes da Aldeia, de Santa Cruz, Arcozelo das Maias, com as Vozes de Manhouce, com o Grupo de Cantares de Carvalhal de Vermilhas, todos estes intervenientes a evocarem o orgulho de se poderem associar a tão significativo acto de gratidão, reconhecimento e homenagem à Carmo Bica, que em todos deixou algo de si. Memorável foi ainda a participação de Francisco Fanhais, que, em 1969, ainda jovem sacerdote, acampou com outros seus amigos em Paços de Vilharigues, em férias de Verão, em terrenos, curiosamente, da Família ali referenciada, trazidos por um de seus destacados elementos, o Dr. António Bica. Entre as canções que interpretou, uma delas teve uma história muito curiosa e o selo destas nossas terras, porque ali mesmo foi escrita pelo saudoso António Macedo e cantada pelo grupo em férias e que se tornou altamente popular na nossa cultura portuguesa: “Canta, Amigo, canta… “. Ao dar-se por encerrado estes momentos de emoção, ouviram-se as palavras de um filho que perdeu assim tão prematura e tragicamente sua Mãe, o seu Bernardo Bica, que a todos emocionou e não era para menos. Este foi um dia diferente nestas terras de Vouzela: fez-se uma festa a quem, não estando, nunca deixou de estar presente em cada momento. Homenageou-se a Carmo Bica, na data de seu aniversário, para que nunca mais a esqueçamos. E assim aconteceu. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Jun 2021

A festa do Corpo de Deus desde o século XIII...

Festa do Corpo de Deus com centenas de anos Em Portugal, desde o reinado de D. Dinis Carlos Rodrigues Sessenta dias depois da Páscoa, o calendário litúrgico faz notar a importância da Festa do Corpo de Deus que se comemora, anualmente, a uma quinta- feira. Esta celebração tem as suas origens no século XIII, para assinalar a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. Acompanhado a propagação da fé cristã, facilmente se espalhou por todas as comunidades católicas, dizendo-se que, em Portugal, começou a ser assinalada no reinado de D. Dinis, em 1282, sob a designação do “Corpus Christi”, havendo, no entanto, quem a situe em tempos mais recuados. Pelas nossas terras, é dia grande no calendário da fé cristã. Foi rápida a sua introdução no calendário dos chamados dias santos, a ponto de, em 1403, a Confraria do Corpo de Deus da Igreja de S. João Bartolomeu (Guadalupe), Braga, contar já com a participação de uma centena de irmãos. De Portugal para o Brasil, por exemplo, a sua expansão foi deveras rápida e impressiva, de tal maneira que a tradição de enfeitar as ruas ali, do outro lado do Atlântico, ganhou fortes raízes e se converteu em prática corrente na sua religiosidade. Numa instituição que se relaciona muito com as nossas terras lafonenses, o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, refere-se, nas palavras de Ernesto Gonçalves de Pinho (1981), que a “… Solenidade do Corpus Christi era particularmente interessante, sobretudo pela procissão, que era feita através das ruas da cidade. Era costume fazer esta procissão com todas as festas de folias, chacotas, danças, em que o povo tomava parte activa, transformando a cerimónia sagrada em verdadeira representação de carácter profano… “ (p. 49)… “ As procissões eram, por assim dizer, a parte profana das festas sagradas, mesmo quando eram realizadas no recolhimento do claustro… “. Tendo em conta a importância de Santa Cruz de Coimbra no panorama de toda a nossa cultura, estes testemunhos adquirem uma validade deveras significativa. Esta quinta-feira é feriado nacional e festa religiosa de largo alcance. Incompreensivelmente, no desbaste dos feriados que se sucedeu à crise de 2008 e anos seguintes, veio a ser abolido, o que se verificou nos anos de 2013, 2014 e 2015. Como que a fugir dessas determinações, em muitas terras, as festividades não deixaram de se efectuar e, em muitos casos, com praticamente a mesma força dos tempos anteriores. Agora, com a reposição dos calendários em modos dos tempos anteriores a essa crise, a Festa do Corpo de Deus, tal como todas as outras, em 2020 e 2021, acabou por sofrer um novo abalo, aquele que a Covid veio a impor de uma forma severa e preocupante. O brilho das ruas, a riqueza das cerimónias religiosas viram-se afectados por essas restrições, aguardando-se, em acto de esperança, que tudo isto passe depressa. A história a dar-nos lições Com base nos conhecimentos, em especial, de dois dos nossos concelhos, Vouzela e Oliveira de Frades, estes têm nas comemorações do Corpo de Deus um ponto alto do calendário litúrgico, festivo e artístico de todos e de cada um dos anos de vivências sociais e religiosas. Na primeira destas vilas, a beleza das ruas, a dedicação dos seus habitantes, bairro a bairro, a imponência da Procissão são cartazes que nunca perdem o seu fulgor. Motivos turísticos também, neles se inscrevem momentos de esplendor da cultura local que passam de ano para ano, de geração em geração. Quanto a Oliveira de Frades, a tradição do sermão no edifício dos Paços do Concelho, Salão Nobre, é o testemunho de uma prática que sempre tem unido a esfera religiosa e o poder autárquico, desde há séculos. Por exemplo, em 1906, o Presidente da Câmara Municipal, Manuel Augusto Lopes Ferreira, convidava, relembrando-o, o Administrador do Concelho a participar na festa do Corpus Christi e, anos antes, em 1858, quando o governo do Bispado mandava todas as freguesias participarem nessas festividades, a de Pinheiro de Lafões acabava por solicitar a sua dispensa dessa obrigação, alegando não vir a beneficiar, naquela localidade, das habituais indulgências. Um forte testemunho da força desta Festa colhemo-lo em Liliana Castilho, em “ A cidade de Viseu nos séculos XVII e XVIII, FLUP, 2012”, no que se refere à capital do distrito, onde “… As ruas atapetadas de junco e rosmaninho, as colchas nas varandas e as luminárias transfiguravam as ruas de vias de comunicação em paisagens de aparato… A festa do Corpo de Deus atingia o máximo de solenidade e esplendor na respectiva procissão que transportava a hóstia através da povoação permitindo a todos adorá-la… “. À semelhança do que veio a acontecer em Oliveira de Frades, por exemplo, era à Câmara que cabia um papel decisivo e central na organização de todo este cerimonial. Desta forma, nas actas da vereação do século XVII e XVIII, que chegaram até aos nossos dias, diz-nos Liliana Castilho que “… surgem quase sempre as nomeações/eleições para as varas do pálio… “, citando-se, ano após ano, de 1705 a 1796, os nomes de quem se incumbiria dessa honrosa tarefa. Na disposição da procissão, era a Câmara que tinha como funções escalar quem era quem e como devia desfilar, sobretudo a nível dos mesteres profissionais, em cada uma das edições anuais destas festividades. Misturando as componentes religiosas e profanas, havia ainda representações, danças e espectáculos diversos com as mais variadas figuras, que acabaram por motivar algumas proibições sempre que se detectavam alguns excessos. Nas ruas embelezadas, com as fachadas dos edifícios alindadas, a Procissão tinha lugar da parte da manhã, ficando reservada a tarde para as touradas. Entretanto, em dia de festa, os porcos ficavam arredados de tudo isto, impedindo-se os seus donos de os deixarem vir para as ruas. Para terminar este ambiente festivo, ou havia uma lauta refeição na Câmara, ou eram distribuídas refeições ao povo em geral. Recordando-se uma data tão especial, este ano festejada no dia 3 de Junho, é certo e sabido que cada terra e cada paróquia fazem deste dia algo de extraordinariamente relevante. Beleza, religiosidade e imponência festiva acontecem um pouco por toda a parte. Em 2022, talvez assim volte a ser. Este ano, infelizmente, os sinais da pandemia ainda por aqui se vão notar… Carlos Rodrigues, in “Notícias de Lafões”, Jun 2021

Do Brasil a S. Miguel do Mato, o jornal Notícias de Vouzela a correr mundo ...

Em 1955, evocou-se em especial a visita do Presidente do Brasil Mas muitos outros assuntos vieram ao de cima CR Decorria o ano de 1955, quando, como vimos já, o jornal “Notícias de Vouzela” tinha encetado uma nova caminhada. Apesar das mudanças, os seus fins e objectivos permaneciam intocáveis, pelo que os assuntos relativos à região de Lafões eram o pão nosso de cada dia, de cada edição. A dada altura, fala-se numa polémica que envolveu o Ministério da Educação e a povoação de Serrazes, do vizinho concelho de S. Pedro do Sul. Como aquele proibira a construção de uma Cantina nos terrenos da escola local, a resposta não se fez esperar: o povo juntou-se e adquiriu uma parcela por 3000$00, enquanto uma outra fora cedida por entidades particulares. Com esta boa teimosia, a obra nasceu para bem dos seus alunos. Nesta mesma altura, Fataunços procedia à cobrança de quotas e à recolha de fundos em Lisboa para o apoio à sua Cantina Escolar. Ao que parece, um Entremez que se estava a ensaiar em Real das Donas teve uns contratempos de peso, porque os actores, a certa altura da noite, lembraram-se de alguns excessos e aquilo ia dando para o torto. Entretanto, as peças iam nascendo e o espectáculo deve mesmo ter sido apresentado, cremos nós. Ali perto, em S. Miguel do Mato, prosseguiam as obras de construção da nova Igreja Paroquial, havendo uma altura em que foi preciso decidir-se avançar para a compra dos terrenos necessários à implantação da escadaria, no momento em que nem todos os proprietários se mostravam disponíveis para ceder gratuitamente os seus espaços. Num jornal que se dedica a pequenas e grandes causas e coisas, dedicaram-se umas linhas para evocar a figura do Dr. Alexandre Fleming, inventor da penicilina que tantos milhões de vidas salvou em todo o mundo. Outros tempos: daqui a uns anos, também haverá, por certo, quem recorde e relembre os nomes daqueles que, no meio desta devastadora pandemia, acabaram por descobrir as tão necessárias e importantes vacinas. Por outro lado, uma outra figura mundial veio a estar presente nas páginas do NV, em 1955: a de Winston Churchill, que entretanto acabara de abandonar a política, ele que fora um dos grandes vencedores da 2ª Guerra Mundial. Em grande destaque, a merecer mesmo uma edição especial, esteve a visita a Portugal do Presidente do Brasil, Dr. João Café Filho, mobilizando uma série de depoimentos nos dois países, o que preencheu um bom número de páginas. Dava-se também atenção a uma decisão da Junta Autónoma das Estradas que passara a dedicar um cuidado especial à recuperação das alminhas que estavam junto a essas vias nacionais. Quanto às restantes, remetia-se a respectiva beneficiação para as autarquias locais e comissões fabriqueiras. Dava-se conta da morte em Lisboa do chamado “pai dos marçanos”, Bernardino José Marques, de Ferreiros, que estivera estabelecido mais de 50 anos na Rua das Olarias e por onde tinham passado muitos rapazes em começo de actividade na capital. Por esse facto e pelo carinho com que os tratava, havia mesmo sido homenageado na Casa de Lafões. Com Cambra a pedir a desejada electrificação, Oliveira de Frades queixava-se da péssima audição da rádio via Emissora Nacional. Neste concelho, o Hospital da Misericórdia preparava a sua parte nova, dizendo-se que um aparelho de raios X custava cerca de 100 contos, uma verba bem significativa para aquela época. Ali perto, crescia e edifício da JAE, hoje, por sinal, pertença da citada Misericórdia de Nossa Senhora dos Milagres. Em sinal de expansão dos vinhos de Lafões, Angola passava a recebê-los através da Sociedade Agrícola e Comercial do Calumbo, para recordar aqueles que se bebiam nas adegas locais, um pouco por todo o lado. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Jun 2021

Com as voltas por 1955, encontramos as migrações de Alcofra para o Alentejo...

Em 1955, migrar para o Alentejo era um costume anual Da tristeza do trabalho à alegria do reencontro com os seus conterrâneos Pela pena do Padre José João Pereira, tal como vimos no número passado, a saga dos alcofrenses, em idas sucessivas para o Alentejo e outros locais, nunca passava indiferente às gentes locais. Sem deixarmos de pensar que suas crónicas tinham uma certa grelha de leitura a que não era alheia a sua função sacerdotal, os testemunhos nelas revelado integram uma boa fonte de compreensão para este fenómeno das nossas migrações internas e dos quadros sociais de que faziam parte. Em concreto, a freguesia de Alcofra tem, no seu historial, um importante acervo do que foi a vida das nossas comunidades rurais. Nesta segunda fase da edição do jornal “Notícias de Vouzela”, não deixa de ser significativa a importância que concederam a estes fenómenos. Todos sabemos, ontem e hoje, que o jornalismo não é um exercício isento em termos de escolhas quanto aos temas a editar. Podem omitir-se uns e optar-se por outros. Estávamos em 1955 e a emigração talvez não fosse, nas altas esferas do poder, um assunto pacífico. Decidir dar-lhe honras de primeira página, deixem que diga, é um acto de coragem e um exercício de cidadania que nos apraz louvar. Convém ainda relevar-se a ênfase dada à forma como o Padre José João relatou os factos com um incrível realismo, bem evidente nos parágrafos que se seguem ( 1 de Março de 1955): “ De manhã, ao pontar do sol , estão no trabalho, que é diferente conforme a quadra do ano… À noite, regressam ao «quartel». Os «ruços» fazem o transporte da água e acendem o fogão. Cada qual faz a sua ceia, no mesmo género do almoço e avia alcofa para o dia imediato. Em seguida, conta-se, canta-se, dança-se até que o manajeiro mande recolher… “ No meio das durezas das tarefas diárias, nunca a alegria, até talvez como forma de amenizar aquilo que por ali viviam, ficava de fora dos corações destas nossas gentes. Estamos mesmo em crer que ampliavam o seu enriquecimento cultural, levando costumes beirões para o Alentejo, trazendo outros em sentido inverso. Tutelar, a figura do manajeiro era uma presença constante. De relógio em punho, era ele que punha e dispunha dos tempos de trabalho e de descanso. “Fim de Junho. Quando o sol, em brasa, tudo queima, lá voltam os «galegos», airosos, e «pategos», de grande manjerico na orelha, pena no chapéu e botas brancas nos pés. Por sua vez, as moças, de saia e blusa berrante, meia cento e um e sapato de lona, dão léria aos sete ventos. É uma animação. Dinheirinho fresco que chega, tabernas que se enchem, bailes que se organizam, balbúrdias nocturnas, mocidade que se queima… “. Após quatro meses, lá voltam à mesma vida…. Olhando-se para as vivências deste concelho de Vouzela, informa o Delegado Escolar, o Prof. Antero de Almeida, em entrevista, que por aqui se assiste à menor taxa de analfabetismo do distrito de Viseu e mesmo assim anda-se pela ordem dos 33%. Acrescenta que, de 1944 para 1954, aumentou em 45% o número de crianças matriculadas, passando-se de 1200 alunos em 1944 para 1750 em 1954 e de 31 para 36 escolas. Em 7 cantinas escolares, eram beneficiados 21 estabelecimentos, fornecendo-se cerca de 400 refeições diárias. Apoios assistenciais Num tempo em que as políticas públicas começavam de ter um certo peso social, ainda que muito longe do desejável e do que se ia fazendo por essa Europa fora (depois de se ter saído do horror da 2ª Grande Guerra), em subsídios de cooperação, a Misericórdia de Vouzela recebera 44 contos, o Hospital de Santo António de S. Pedro do Sul – 48, o Hospital de Nossa Senhora dos Milagres de Oliveira de Frades – 30 e a Misericórdia de Viseu – 332 contos. Quanto à distribuição do Fundo de Socorro Social, a Comissão Municipal de Assistência de Vouzela arrecadara 12 contos, o Asilo/Misericórdia – 6, a Comissão de Assistência Social de S. Pedro do Sul, 15, e a Cantina dos Pobres desta mesma localidade – 3. Para a Comissão Municipal de Assistência de Oliveira de Frades foram canalizados 6 contos, para o Albergue Distrital de Mendicidade – 108 contos e para a Comissão Municipal de Assistência de Viseu, 48 contos. Nestes tempos, anunciavam-se 301 novos encartados com cartas de condução em bicicleta, ficando 22 em espera por deficiências nas provas de sinalização. Como sinal de futuro, falava-se na criação das estações regionais dos CTT em Alcofra e Campia, mas advertia-se que se carecia de confirmação oficial, uma forma de bom jornalismo. Numa abertura para novos horizontes turísticos, a Agência de Viagens Novo Mundo publicitava novos destinos, tais como Caracas/Venezuela (bons tempos!), Nova Iorque e Congo Belga. E por hoje aqui nos ficamos… Carlos Rodrigues, In “Notícias de Vouzela”, Maio 2021