quarta-feira, 29 de abril de 2020

Trio que nos puxa para casa...

Confinamento e estado de emergência, frio e chuva, eis a tripeça que nos faz continuar por casa. Mais um dia, a seguir a outro e a outro e não sabemos por quanto tempo mais. Do lado de lá da barricada, esconde-se o nosso inimigo comum, universal, diríamos até que altamente democrático porque atinge todos os escalões sociais e etários e nada xenófobo, já que anda por todos os povos do mundo. Muito embora tenha essas "qualidades", dispensamo-lo bem. Totalmente. Tomáramos é que fosse descansar e nunca mais voltar. Dizem os técnicos (e gosto de fazer fé em quem o é, de facto e de direito, dispensando treinadores de bancada) que, para nosso mal, novas vagas poderão surgir e isso ainda nos assusta mais. Dentro de dias, a pressão da mola vai aliviar a sua carga. Mas, ENTENDAMO-NOS, não podemos fazer de conta que o vírus deixou de existir. Isso nunca. Ele vai andar, infelizmente, por aí... Resguardemo-nos... Ate que ele desapareça...

terça-feira, 28 de abril de 2020

Uma viagem pelo ensino em Oliveira de Frades, século XIX

EDUCAÇÃO OFR A acção dos municípios no ensino Um balanço de parte do século XIX no caminho da descentralização Começamos por dizer que Oliveira de Frades, como concelho, de plenos poderes, de facto e de direito, apenas o viu instituído a 7 de Outubro de 1837, depois de avanços e recuos diversos. No período que vamos analisar, alguns anos do mesmo século XIX, vê-se que era curta a experiência quanto aos vários campos de acção e deste, o do ensino, em particular. Apesar de assim ser, nota-se, pelos documentos encontrados no Arquivo Municipal, que foi algo intenso o seu trabalho logo nesses primeiros anos. O que aqui pretendemos pôr em evidência é o facto de já então se dedicar atenção a este sector da vida das nossas comunidades, ainda que com muitas limitações, bem próprias dessa época. Partimos dos anos cinquenta e não muitos. Mas já nos dão uma ideia do que foi feito e das linhas com que se cosia todo este mesmo tecido, com algumas práticas quase descentralizadoras, mas olhadas a nível superior. Numa altura em que aos municípios eram solicitadas formas de parceria educativa, muito embora, como aflorámos, significativamente tuteladas, constata-se que, nos orçamentos de 1855 e 1856 e outros anos, relativos ao concelho de Oliveira de Frades, há uma acção que se imputa a esse poder local e que mostra que, já no século XIX, se exerciam algumas formas desse poder partilhado. Documentalmente, alude-se, por exemplo, ao subsídio a pagar a quatro professores, no valor de 80$000 réis, enquanto que, nas dividas contraídas anteriormente, se registam por sua vez, 60$000, destinados aos professores do ensino primário de Cambra, Pinheiro de Lafões e Arcozelo das Maias, na modalidade de gratificações anuais. De notar que Cambra, até 1871, integrou este mesmo concelho, para, então, se ligar a Vouzela. Sem grande esforço, é visivel a afectação de 20$000 réis anuais por docente, porque nesse mesmo campo orçamental se fala em 10$000 devidos ao “professor desta vila” no que diz respeito apenas ao segundo semestre. Como complemento, em matéria de ligações a instituições de ensino, obrigava-se o município de Oliveira de Frades a enviar à Universidade de Coimbra um foro de 3$120. Nesse mesmo ano, uma carta do Governo Civil de Viseu acusa a recepção dos mapas estatísticos dos movimentos das cadeiras do ensino primário da vila e ainda de Pinheiro e de Ribeiradio, a atestar um outro contributo dado à causa da educação pelas instâncias de poder que estamos a retratar. Ao buscarmos informação no Arquivo Municipal, deparamo-nos, frequentemente, com correspondência trocada com o Governo Civil do distrito de Viseu, entidade que, como meio de transmissão da esfera central para a local, acaba por fiscalizar toda esta mesma matéria, a avaliar pelo ofício de 3 de Junho de 1857, em que se estampa o seguinte conteúdo: “... Para satisfação do que é determinado pelo Conselho Superior de Instrução Pública, pede-se relação das escolas públicas, que estejam colocadas em edificios do estado, municipais ou paroquiais, ou casa arrendada, indicando, neste caso, quanto se tem dispendido nos três últimos anos... Desta mesma entidade foram recebidas várias outras solicitações, em anos posteriores, o que prova a atribuição de competências mitigadas aos municípios, sempre apertados em termos de controle propriamente dito e de outros métodos com essa finalidade, assumidos de uma forma precisa e detalhada. Ora, à laia de aconselhamento, ora com outras implicações, anotem-se estas indicações: - 16 de Agosto de 1858 – Informa-se que a Junta de Paróquia de Campia pede a criação duma cadeira do ensino primário. Solicita-se ao Administrador que a Câmara se pronuncie sobre as circunstâncias locais e urgência, bem como o número de lugares e de fogos, incluindo ainda a frequência previsível de alunos e apoio para funcionamento da escola, que pode vir da Junta de Paróquia, Câmara, irmandades ou particulares. - 19 de Agosto – Pede-se que seja ouvido pela Câmara o candidato à cadeira do ensino primário na localidade citada no parágrafo anterior. Em termos de tarefas a desenvolver pelos municípios, é possível descortinar vários eixos de actuação, exigíveis nesta segunda metade do século XIX, com particular ênfase nos domínios da informação estatística, da avaliação das necessidades locais e na audição prévia, quanto ao perfil, inclusivamente, dos próprios candidatos à docência, como se pode deduzir da cópia da circular do já referido Conselho Superior de Instrução Pública, enviada aos municípios pela secretaria do Governo civil do distrito, datada de 2 de Novembro de 1858. Nesse documento, referem-se aos seguintes aspectos: frequentes queixas e rumores contra muitos professores (...), não cumprimento dos deveres (...), abandono de regência (...), desleixo (...), brutal severidade (...), afastamento de alunos (...), mapas de frequência imaginada (...), descurando a educação moral dos alunos (...), senão corrompendo-os pela exemplo de vida publicamente devassa e escandalosa. Diz-se aí então que é “absolutamente necessário verificar se essas gravíssimas acusações têm fundamento” Face a esse quadro negro, ordena-se: que se não pague sem mapa de frequência dos alunos, verificado e assinado pelo Presidente da Câmara; que, em cada semestre, se confrontem os mapas parciais com os gerais; que o Governo Civil redobre de cuidado e vigilância (...) acerca do procedimento moral e profissional dos mesmos, fazendo advertir os que o merecerem e instaurando os devidos processos; que nos concursos se informem o bom ou mau desempenho das funções professorais do candidato. Num organograma triangular, sucedem-se as recomendações, determinações e outras exigências do sistema, frequentemente emanadas do Ministério do Reino, com passagens pelos governos civis e a desembocarem nos respectivos municípios, segundo a tramitação que se passa a esquematizar: Ministério do Reino – Governo Civil – Municípios/ Câmaras Municipais. Nesta ordem de ideias, uma outra correspondência, com origem no citado Governo Civil, de 31 de Outubro de 1859, vem tentar fazer cumprir “ o que é determinado em portaria circular do Ministério do Reino de 17 de corrente”, antes de se proceder “à criação de novas cadeiras de instrução primária a requerer pelas Câmaras Municipais e Juntas de Paróquia”. A passar por um crivo apertado, a autorização a dar para o aparecimento de novas escolas (cadeiras) implicava o detalhado interrogatório que atrás se pôs em evidência, não deixando os municípios de ter uma palavra a dizer, a esse respeito, apesar de “ o sistema português da administração pública ter sido sempre fortemente centralizado “ ( Formosinho, João et alia, 1999), concordando-se, em parte, com António Sousa Fernandes (autor da obra “Autonomia da Escola Pública”), , quando nos diz que, por esta altura, as competências municipais eram irrisórias, Mas existentes, como se viu. Para dissipar dúvidas, relativas à “falta de esclarecimentos dos administradores dos concelhos”, vem, de novo, o Governo Civil relembrar “ que lhe cumpre coadjuvar o Comissário dos Estudos e satisfazer directamente as requisições que por este lhe forem feitas sobre pontos de instrução(...)”, adiantando que “haja o maior rigor para com os professores particulares, que não prestarem anualmente os esclarecimentos e mapas estatísticos (... ) . – Ofício de 21 de Junho de 1860 – Nesta abordagem a um dos pontos da teia, quanto a sabermos como se desenrola o mecanismo de participação dos municípios, continuamos a apresentar parte da correspondência trocada entre estes dois poderes, o local e o distrital, muito embora se possa aceitar que nem sempre são claras as fronteiras entre esses patamares, em parte vistos como ramos da administração central, tal como defende António Sousa Fernandes. Quando se coloca a necessidade de o município responder ao Governo Civil (13 de Setembro de 1860) acerca das razões por que não procedeu à oferta de casa e mobília para a escola de Campia, pode inferir-se que não era apenas residual a participação concelhia em todo o edifício educativo, mesmo que encarada num esquema de colaboração e nunca vista sob qualquer prisma autonómico propriamente dito, longe disso, aliás. Sendo este um aspecto essencial, decisivo até no arranque de novas escolas, vimos já que outros se podem classificar como verdadeiros apêndices das relações entre as diversas entidades, com implicação no campo do ensino, por aludirem apenas a informações complementares: apresentação do diploma de professor Arcanjo Henriques de S. José, colocado temporariamente no ensino primário de Santa Maria de Alcofra ( 13 de Setembro de 1860) e “estatística exacta da frequência e aproveitamento de alunos na escola primária”. Pretende ainda saber-se “ as peculiares circunstâncias de cada centro de populações, posição topográfica, estado das suas relações, os hábitos, condições da sua existência, para melhor e mais conveniente colocação das cadeiras existentes e apropriar o ensino às verdadeiras necessidades de instrução “. (Idem). Da mesma entidade distrital, a 23 de Outubro de 1860, “ordena-se que se intimem legalmente os professores do concelho para que remetam, indefectivelmente, a essa administração (... ) os mapas de frequências dos alunos das suas escolas”, para, quatro anos depois, aludir “ aos abusos dos professores de instrução pública”, que não cumprem os horários, que entregam a regência a pessoas incompetentes e não habilitadas, pedindo-se que se empregue todo o zelo “ e vigilância sobre tão importante ramo do serviço público, fazendo vigiar muito de perto pelos seus regedores de Paróquia o comportamento, assiduidade e deveres.... “ Confirma-se assim o papel fiscalizador da acção docente, mobilizando todas as forças e meios locais, nomeadamente os regedores, com vista a assegurar o cumprimento duma notável acção, entendida expressamente como serviço público. Confere-se, por esta via, à educação um lugar de destaque na esfera das atribuições sociais, sinal evidente da sua reforçada importância e interesse, implicando-se todos os parceiros, sem esquecer as autarquias e suas ramificações. A completar esta série de informações, passamos a apresentar, agora de uma forma esquemática, estes e outros actos administrativos, que mostram o contributo dos municipios no quadro organizacional educativo, assim distribuídos: - Origem do documento – Governo Civil, 13 de Março de 1860, pedindo a estatística exacta e aproveitamento de alunos - Ministério do Reino, 2 de Junho, publicação de editais de concurso, quanto à cadeira de instrução pública, 1º grau, Santa Maria de Alcofra - Idem – 5 de Junho, Correcção dos editais anteriores - Governo Civil, 19 de Setembro, solicitando-se o envio duma declaração de existência do professor substituto da cadeira e local atrás referidos - Idem, 8 de Novembro, queixa relativa à entrada de mapas de professores - Id – 12 de Novembro, questão colocada sobre a casa e utensílios para preenchimento da cadeira do ensino primário em Campia. - Junta de Paróquia de Campia, 28 de Novembro, a comprometer-se e obrigar-se a ter pronta a citada casa até ao dia 15 do futuro mês de Dezembro. - Governo Civil, 10 de Maio de 1861, pedido de mapas de 1858 e 1859 - Município de Oliveira de Frades, 30 Junho 1861, envio de mapas concelhios com o número de meninos dos 6 aos 14 anos, de freguesias, de escolas públicas e de alunos matriculados - Idem, 30 de Outubro, reclamando-se a relação dos indivíduos que dirigem colégios ou exercem o magistério particular sem os diplomas que os habilitem, intimando-se essas entidades a encerrar esses estabelecimentos, sob pena de procedimento... Como exemplo concreto da acção municipal no que concerne ao desenvolvimento da educação em Portugal, já no século XIX, apesar do cepticismo de alguns dos nossos grandes intelectuais, desde Almeida Garrett a Eça de Queirós, como sublinha António Sousa Fernandes, podemos ainda servir-nos dos mapas de orçamento da Câmara Municipal de Oliveira de Frades. Podem aí lerem-se as verbas que se passam a descrever: - 1855/56 – Subsídio a quatro professores – 80$000 réis - 1856/57 – Gratificação aos professores do ensino primário – 50$000 - 1858/59 – Subsídio aos professores – 100$000 e para rendas de casas e escolas – 3$600 Em complemento destes dados, pode acrescentar-se que o extinto subsídio literário ascendia a 292$080, referente a este concelho, segundo uma comunicação da Direcção Geral das Contribuições Directas, de 16 de Abril de 1857, o que atesta a afectação imputada às organizações locais, uma outra forma de participação na causa educativa portuguesa, ainda que de forma indirecta. No Arquivo Municipal de Oliveira de Frades podem descobrir-se muitos outros documentos, que comprovam a ligação das entidades autárquicas a este mesmo sector, colocando-lhe uma nova dimensão de cariz mais interventivo. Nesta ordem de ideias, apresenta-se um livro de folhas de vencimentos de professores, com base nos anos de 1896 a 1903 e uma outra documentação, esta a estender-se de 1881 a 1924. Sem pretensões em demasia, nem a veleidade de se ir além do que se torna evidente, em função dos diversos percursos de investigação, pretendemos apenas com estas notas dar à luz uma pequena resenha das aplicações concretas da acção municipal nesta especifica área territorial. Partimos dumas ideia simples: desvendar o caminho da descoberta, prosseguir na senda de tudo quanto possa servir de pista para encontrar os parceiros, que alinharam na construção do sistema educativo ao longo dos tempos. Com algumas dúvidas, mesmo depois das buscas efectuadas, continuamos a manter a convicção de que “ este caos original não deve ser motivo de inquietação; pelo contrário, é a marca de um espírito que não se alimenta de simplismos e de certezas estabelecidas” – Quivy, Raymond; Campenhoudt, Luc Van – 1998. Convém que se diga que as incertezas não recaem, a nosso ver, no papel destas instâncias municipais. Sabemos que tem existido vontade e acção, ainda que em graus e implicações diferenciadas no tempo, o que se pode ver pelos exemplos documentais de que nos acabámos de servir. Fica-nos, no entanto, a dúvida quanto à capacidade de os municípios influenciarem o rumo educativo e qual o grau ou peso dessas mesmas entidades. Comungamos, em parte, de alguns cepticismos, patente nos autores que, ultimamente, temos vindo a citar: talvez se não possa falar – e isso aceitamo-lo sem grande dificuldade – em qualquer descentralização municipal no sentido moderno do termo, mas é certo que estas estruturas não ficaram ao lado, nessas e noutras épocas, desta área da educação nacional, pelo que é justo considerar-se que, a este nível local, houve actuações concretas e específicas que lhes pertenciam por regulamentação e por estatuto. Por outro lado, não podemos deixar de assinalar que as verbas dispendidas com a educação, enquanto manifestação da expressão de competências postas em prática, se revelam muito aquém do que era obrigatoriamente afecto à conta dos “expostos”, talvez por esse ser um grave problema com que as comunidades se debatiam, rubrica essa, em 1855/56, que era de 297$936 réis, enquanto o subsidio para os professores se situou nos 80$000. E esta tendência mantém-se nos anos seguintes. Aliás, quando para a área da educação, nestes tempos, não descortinámos quaisquer exigência quantitativas, relativamente aos expostos determina-se, regularmente, o valor das comparticipações de cada municípío, expresso em tabelas prévia e superiormente definidas. Numa apreciação a esta atitude, talvez se possa adiantar o argumento de que este flagelo se apresentava como uma grande chaga da sociedade portuguesa, o que motivava a atenção especial que então lhe era conferida. Pragmaticamente, hierarquizavam-se as preocupações e a dos expostos surgia como o mais premente, no quadro social dessa época, relegando-se a educação para uma outra esfera, ainda menos relevante, por não ter conseguido afirmar a sua verdadeira importância, num processo evolutivo, cheio de sobressaltos, avanços e recuos. Isso não admira porque, no seio dos intelectuais desses mesmos tempos não se havia chegado a acordo quanto à necessidade de localizar a educação. Esta noção duma certa municipalização aparece-nos, no entanto, posta em evidência por Alexandre Herculano, Henriques Nogueira, Manuel Augusto Alves dos Reis e Rodrigues Sampaio, curiosamente muito menos tocados pela literatura e mais vocacionados para o campo da investigação sociológica e histórica, ao invés do que aconteceu com os citados Almeida Garrett e Eça de Queirós, além de Camilo Castelo Branco, Teixeira de Vasconcelos, Arnaldo Gama e Júlio Dinis, que imputavam aos municípios um certo ar de caciquismo, de mediocridade e incultura, tal como nos sugere António Sousa Cardoso. Para terminarmos este curto trabalho, vejamos ainda algumas datas e assuntos tratados, a nível geral: - 1886/1892 – Actas da Junta Escolar - 1882/1888 – Actas de júris de exames - 1885/1890 – Criação e afectação de cadeiras - 1882/1918 – Concursos e professores - 1894/1899 e 1900/1902 – Posses de professores - 1887/1891 – Vencimentos Agora, de uma forma muito mais detalhada: - 1881/1882 – Acção Escolar – Arcozelo das Maias e Concurso para cadeira de ensino público - 1881/1882 – Livro de Actas das sessões da Junta Escolar do Concelho - 1882/83 – Dois livros de recenseamento escolar das freguesias de S. João da Serra e Sejães - 1883/94 – Livro de Actas das sessões da Comissão Inspectora de Exames - 1885/96 – Concursos - 1887/88 – Processos de nomeação de professores - 1891/92 – Folhas de vencimento dos professores - 1893/97 – Idem - 1896 – Relação de rendas de casas dos professores e de edifícios escolares - 1897 – Correspondência recebida, instrução primária - 1898 – Folhas de vencimento e outras despesas no ensino primário - 1899/1903 – Idem - 1913/17 – Processsos de nomeação de professores e recenseamento escolar, ensino primário - 1913/18 – Livro de escrituração de fundos de instrução primária - 1914/18 – Livro para o cadastro das escolas públicas e dos professores primários - 1934/35 – Relatório do material e mobiliário das escolas primárias Como facilmente se depreende, as questões que aqui foram analisadas foram transversais à Monarquia e aos primeiros anos da República. Existindo muito mais para dizer e tratar, estes foram alguns apontamentos de quisemos aqui elencar, sendo esta uma componente de uma investigação mais vasta, feita nos anos noventa deste século XX, sobre os municípios e educação, numa perspectiva mais vasta e mais alargada em todos os seus níveis, desde o tempo às políticas gerais adoptadas, sobretudo tocando nas transferências de competências que, entretanto, se começaram a desenhar, essencialmente, no final do século e anos seguintes. Carlos Rodrigues

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Dias e dias assim-assim...

Sento-me a ouvir a música chuvosa nas telhas/Pelos campos fora, em verdes degraus, vejo além as Abelhas/Por cima das terras verdeja a erva/Por baixo das pedras, talvez, durmam os lacraus/Baloiçam as árvores ao vento/Serra acima até ao alto/Fora da janela, as cerejas/Espreitam e esperam o calor do sol/P´ra despontarem, mais tarde, avermelhadas/ Em Maio florido/Ou, quem sabe, em Junho/Neste tempo trocado com toda a gente em casa/Contando os dias e as noites sempre iguais/ À espera do calor que é brasa/ Sem se sair à rua/Em modo Covid aqui estamos/ Deitamos os olhos para longe/ A alma quebrada/ Que aquela vida sem vida, danada/Nos trama os dias, noites, manhãs, tardes, noites, manhãs, dias, sempre assim/Vem da serra a água que ouço no tanque a cair/Com esta doença no ar/Daqui não se pode fugir/Isto não é sorte, mas azar/ E só a esperança nos ajuda a passar/// Estou quase a habituar-me a este silêncio da casa/Num tempo sem tempo, dias sem dias/Sentado à porta olho p'ra minha estrada/Onde poucos passam/ E, a dois metros, a outra, a de muitas idas e voltas/Mas agora quase vazia, abandonada/Como eu, há muita gente que em casa se fica/ E nem ao café vai para tomar uma bica/Nestas horas sem horas/Não há pressas, não há demoras/Tudo está parado, à espera/ De que o mundo continue a ser uma esfera/Neste céu carregado que agora vejo/Sinto umas claridades raras/ São sinais de tempos novos/ E de alegria para nossos povos////

quarta-feira, 15 de abril de 2020

A imprensa em Lafões e noutros locais...

IMPRENSA EM LAFÕES Jornais em Lafões e noutras localidades Fontes – Publicações diversas e, muito em especial, a recolha feita por Miguel Linhares, de Travanca – Oliveira de Frades, há anos, com publicações na comunicação social local - OLIVEIRA DE FRADES - O Lafões – 1892/1893 e outras edições, 1900/1911 e 1923/1930 - Mocidade de Lafões – 1914/1941 - O Azorrague – 1914/1915 - Ecos de Lafões – 1916 - O lafonense – 1935/1937 - Jornal de Lafões – 1966, sem edição de qualquer número. Retoma-se o título em 4 de Maio de 1974 até 1982 - Jornal de Oliveira de Frades, 1986 - O Ribeiradiense – 1920 - Oliverdade – 1997 - Rádio Oliveira de Fades, 1986 (?) - Boletins Paroquiais – Voz de Oliveira de Frades; Mensageiro de Arcozelo das Maias; Voz de Ribeiradio - S. PEDRO DO SUL - O Lafonense – 1891, sucedendo-lhe “ A Defesa” – 1926 - Jornal de Lafões – 1904 (?) - A Comarca – 1898 - O Vouga – 1898/1899 – 1907 (ano 9) – 1912 – Folha política, agrícola, literária e noticiosa – Ed. Joaquim Rodrigues Laranjeira - O Progresso – 1903 – 1907 (ano 5) – Semanário político noticioso e literário – Prop Red – Ferreira d’ Almeida - A verdade – Semanário nacionalista de SPS – Dir. José Augusto d’ Ameida; Prop . Edit – C. Martins, 1910/1912 - Voz da Beira – Semanário republicano católico – 1910/1911 – Dir, Prop. José Augusto d’ Almeida - Ecos do Sul – Órgão de defesa dos interesses da Ponte – Dir. Manuel de Almeida Guimarães, Ponte – S. Pedro do Sul, 1909, nº 1 a 4 - Ecos do Vouga – 1913/1915 - O Innominado – 1905 - Povo da Beira – Trimensário regionalista- Dir. Manuel de Almeida Guimarães - 1906 (?) – 1927, ano 21, 1939/1943, nº 1608 - A Democracia de Lafões – 1925 - A Tribuna de Lafões – 1952/1953 – Anos 80/90. Em II Série – 2006 - Gazeta da Beira – 1928/1930 e, depois, 1978… - Correio de S. Pedro do Sul – 1922 - Rádio Valadares e Rádio Lafões, finais dos anos 80 - Ecos da Gravia – 2003 - Notícias de Lafões - Voz da Montanha e Água Viva (?) - Jornais Paroquiais – Sintra da Beira; Voz de Covas do Rio; Comunidade Cristã de Carvalhais; Santa Cruz da Trapa; S. Cristóvão; Ecos da Família – Serrazes - VOUZELA - Aurora do Vouga – 1887/1891 - A democracia de Lafões – 1895/1896 - O Beirão – 1915 - A Revista de Lafões – 1896/1900… 1926(?) - O Presente – 1898 - O Echo de Lafões – 1898 - Aurora de Lafões – Folha regeneradora – Ed. Adm – Fernando de Oliveira, 1904/1905 – Ano I - O Vouzelense – 1907/1929 – Órgão do Partido Regenerador – Dir. Prof. Ernesto d’ Almeida Teixeira - Ecos do Vouga – Quinzenário ilustrado independente – Dir. A. Walgode – 1910 (nº 1 a 4) - Correio de Lafões – 1915/1917 - O Lafões – 1900 - Alvorada – 1907 - O Lafões – 1928 (Antes, existira em Oliveira de Frades) - Correio de Vouzela – 1930 - Notícias de Vouzela – 1935 - Vouga Livre – 1974, Julho, 1975 - Rádio Regional de Fataunços; Rádio Vouzela/VFM - Boletins Paroquiais – Alcofra, Queirã VISEU e outras localidades Fontes várias, com destaque para o Arquivo da Biblioteca da Universidade de Coimbra -- Álbum Viziense - 1884 - Jornal artístico e literário – Dir. José de Almeida e Silva - Ave Azul – 1899 – Revista de arte e crítica - Beatriz Pinheiro e Carlos de Lemos - A Beira – 1907/1911 - Semanário republicano – Dir. Ricardo Paes Gomes - Anuário do Liceu Alves Martins – 1910/11/, 1912/13, 1914/17 - Beira Alta – 1910-1919 - Dir. António Rodrigues da Costa Silveira; Ed. Caetano de Figueiredo Ferreira – Santa Comba Dão - O Beirão – 1887/1888 – Mangualde e 1910/1912 - Boletim Diocesano de Viseu – 1897/1900– Miscelânia religiosa, científica e literária – Dir. Rita e Cunha - Viseu - Campeão das Províncias – 1898 - 1907/1923 – Aveiro - O Comércio de Viseu – 1907/23 (ano 21) – 1933 - Órgão da Junta Distrital da Causa Monárquica – Dir. José Júlio César – Viseu - Correio do Vouga – 1908 (ano 2) – 1910 – Dir. Alfredo Coelho de Magalhães – Eixo - O distrito de Viseu – 1908/11 – 1930 (nº34) – 1935 – Jornal progressista – Dir. Álavaro de Melo – Viseu - A Folha – 1900 (ano 12) – 1921 (ano 21) - Bi-Semanário católico – Red.Principal – J. Silva; Ed. Manuel F. Figueiredo – Viseu - Folha de Tondela – 1907 (ano 2) - Semanário regenerador liberal – Dir. Annibal de Figueiredo/Fernando de Figueiredo – Tondela - Jornal de Viseu – 1899 (Maio/Dez) - Prop. Ed. J. de Melo Borges – Viseu - Mensageiro Popular – 1901- 1903 - Arquivo de conhecimentos históricos, científicos, religiosos, literários e curiosos – Dir. J . M. Rita e Cunha – Viseu - Província – 1907/12 - Bi-semanário regenerador liberal – Dir. Mário Barroso Henriques da Silva, Prof. Nicolau Luís Damião, Rito e Cunha – Viseu - Rabiscos – 1909 - Literatura inocente, crítica pacata – Dir- Ramiro de Soveral – Viseu - Revista Católica – 1907 (ano 17) – 1956 (ano 65) - Publicação semanal católica – Dir. Prop . Miguel Ferreira de Almeida – Viseu - A voz da oficina – 1907 (ano 9) - Semanário socialista – Fund. Alberto Sampaio – Dir. Prof. Bernardo Ribeiro de Sousa – Viseu Listagem feita em função do blogue “Teoriadojornalismo.ufp.edu.pt/inventario .... Rui Pedro Duarte Ribeiro, com referências a seu autor, Maximiano Aragão. Pode acontecer que, coordenando com outras notas, apareçam repetições. Apesar disso, aqui vão os dados em questão: - Boletim noticioso e político – 1865 - O viziense – 1853 - Viriato – 1855 - Liberal – 1857 - O jornal de Vizeu – 1865 - A mocidade – 1869 - Atalaia – 1873 - O imparcial – 1870 - O imparcial de Viseu – 1874 - A liberdade - Jornal dos rapazes; Escolástico- 1873 - Chronica Viziense; O observador; Caridade – 1878 - O século; Districto de Vizeu – 1879 - Idea Nova – 1882 e 1890 - Álbum viziense; Almanach de Vizeu – 1884 - Liberal; Independente – 1885 - O comércio de Vizeu – 1886 - Atalaia Catholica – 1888 - A folha; Viziense; Berlinda – 1889 - Democracia da Beira; Revista Catholica; Mocidade; O artista; O investigador – 1891 - Académico ; O Maganão; A vespa – 1892 - O Echo Viziense; O grilo da Cava; A nova lucta; O intransigente – 1894 - Hylario – 1896 - Boletim diocesano – 1897 - A voz da oficina – 1898 - A ave azul – 1899 - Números únicos publicados em Viseu - Almanak da Beira – 1872 - Marquês de Pombal – 1882 - A Kermesse – 1886 - Vizeu-Porto – 1888 - Os Bombeiros Voluntários Vizienses – 1893 - A infância desvalida - Pelourinho - 1895 E ainda de “ A imprensa local e regional em Portugal, ERC, 2010” - Notícias de Viseu - Diário de Viseu Acrescentando-se: - Via rápida - Jornal do Centro NOTAS - Gazeta em que se relatam as novas que houve nesta Corte e que vieram de várias partes – 1641/1647 - Red. Manuel de Galhegos, João Barreto – Lisboa - Boletim Oficial de Instrução Pública – 1861 (nº 1 a 12) - Dir. Prop. Oliveira Guimarães – Lisboa - UMA CHAMADA de ATENÇÃO – Esta listagem não está de maneira nenhuma completa. Como processo em construção, a cada momento pode ser ampliada... Carlos Rodrigues

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Mais do que a necessidade de não se sair da casa, daqui a pouco nem do concelho...

Aceito. Aplaudo. Pouco sabendo de Covid 19, de uma verdade eu não desconfio: o confinamento. Se o vírus não anda por aí a esvoaçar e só contagia quando duas ou mais pessoas se contactam, estando uma ou mais infectadas, ficar em casa é o melhor dos remédios. Assim o tenho cumprido, com umas fugas à minha serra por caminhos sem ninguém e com ar puro, creio. A partir da meia noite, porém, uma outra obrigação/recomendação: não se sair do concelho de residência, quando se sabe que a Páscoa vem aí. Certo. Poderia ser de outra forma? Podia. Por exemplo, um certo raio de acção. Mas o caminho foi aquele. Não refilo. Acato. Como a minha Festa já estava estragada, por ter de me confinar, venha mais esta recomendação. QUE SEJA PARA NOSSO BEM. Já agora, uma última NOTA: depois de uns dias de paragem, o nosso grande Notícias de Vouzela vai voltar a sair, no próximo dia 16. Graças a Deus. FAZIA-ME falta o seu aconchego e a grata tarefa de para ele escrever há mais de 40 anos. Quarenta, disse. E quem me dera fazê-lo por mais uns "anotes". Por mim, que assim aconteça. Rico desfecho, este. Quinta-feira, temos NV. Que bom!...