Temos Presidente da República

A minha terra, aqui na Serra do Ladário, concelho de Oliveira de Frades,lá foi votar no domingo passado. Seguindo a regra geral, escolheu, em dose reforçada, Marcelo Rebelo de Sousa para Presidente da República. Esta é a verdade , para mim, a boa verdade, dos factos. Já agora um comentário: como é que alguém parte para estas eleições só a pensar lutar por uma segunda volta? Quem assim pensa e age, não merece a vitória. E por isso, a "oposição", nove em dez, perdeu em toda a linha. Por estranho que pareça, salvou-se a honra da Marisa Matias e de Vitorino Silva, o " Tino das Rans". Acabo a dar um conselho aos outros candidatos; batam com a mão no peito, porque escolheram a estratégia errada. Querem que diga mais? Para mim, até calhou bem. Mas gostava de ter visto mais afinco em lutar pelo taco a taco, no domingo, e não esperar por outra ocasião. Como se viu, esta saiu furada...

O tempo e as presidenciais

O céu, teimosamente, está hoje enevoado e descarrega alguma chuvita. Nesta mesma hora, perto das doze horas deste dia 20 de Janeiro de 2016, está em câmara ardente, na Basílica da Estrela, em Lisboa, o Dr. Almeida Santos, uma personalidade que marcou a nossa história e que deixa dois tipos de sentimento: um profundo respeito e admiração em muitos de nós, onde me incluo, e alguma aversão para quem vê nele o causador dos males da descolonização. Por mim, quero recordá-lo como o homem afável, dedicado à democracia, hábil nas leis, não esquecendo até uma campanha, em que participei, em que não foi além dos cerca de 22%... Com este seu desaparecimento, o país está de luto. Paz à sua alma. Paralelamente, até a campanha presidencial parece comungar do citado céu enevoado, quase sem pingo de rasgo algum, tudo muito morninho, quase sem sal, nem cheiro, mesmo no debate a que ontem assistimos. Uma tristeza de ideias e de projectos para o futuro. Uns não os quiseram explicitar, outros pouco tinham para dar. Aqui, na minha Serra do Ladário, no concelho de Oliveira de Frades, nada de novo chegou. Se já não tivesse feito a minha opção, não foi com as intervenções de ontem que a poderia fazer. Nem talvez ninguém. A ver vamos o que nos dizem os resultados no domingo: presumo que ficará tudo resolvido, até para não se prolongar a agonia de mais uma campanha sem ponta de pimenta na língua, sem pitada de sol, mas a continuar neste ambiente enevoado e triste...

A morte ceifa nossos amigos

Ontem, dia 12, partiram para sempre dois bons amigos, Armando Teixeira, de Vouzela, e Manuel Laranjeira, de Oliveira de Frades. Já se encontram do outro lado da vida. O Armando deixou a sua marca na cozinha da Escola Secundária e na adoração que tinha pela Associação "Os Vouzelenses", tendo falecido, aos 66 anos, vítima de acidente de viação; Manuel Laranjeira, de 89 anos, finou-se no Hospital de Viseu, sendo para sempre lembrado pela sua dedicação ao GDOF, aos Bombeiros, à ASSOL, à Misericórdia de Nossa Senhora dos Milagres e a todas as instituições e organizações de sua e minha terra - Oliveira de Frades. Por isso, ontem foi um triste dia para todos nós. Que descansem em paz!...

A chuva faz adiar Festa dos Reis nas Talhadas

Há tradições que, ainda bem, não morrem. O Cortejo dos Reis nas Talhadas do Vouga, aqui bem perto de minha terra, também na Serra do Ladário, que ali tem outro nome, esse mesmo, o da Serra das Talhadas, é um costume de que sempre ouvi falar e que tem sobrevivido de geração em geração. Fui lá duas ou três vezes e encontrei sempre vários motivos de interesse. Com os passos e os locais e serem quase imutáveis, com as gentes e as vestes a fazerem recordar personagens bíblicas, e os cavalos a saberem o caminho, com os "artistas" a terem na ponta da língua os papéis e os gestos, com o povo a levar suas prendas, em dia de Reis as Talhadas vivem um clima de festa que é seu cartão de visitas e seu bom orgulho. Este ano, estava programado para amanhã, dia 10. Sábios, os seus mentores e obreiros, adivinhando chuva da grossa, acharam por bem adiar estas cerimónias para o dia 17. Deus queira que o tempo esteja então de feição. O Cortejo dos Reis, nas Talhadas, merece que S. Pedro colabore. Esperamos por isso...

Frio e neve por aqui

Depois de um ano e de um mês de Dezembro que foi dos mais quentes dos últimos anos, a chuva e o frio bateram à nossa porta, não muito de mansinho: vieram em força e dizem que para durar uns dias. Neve? Pouca, um tanto mais ao longe, nas Serras da Gralheira e do Montemuro, caindo devagarinho na do Caramulo para logo se escapulir. A minha Serra do Ladário quase nem a viu e muito menos a sentiu. Lá mais a baixo, a Barragem de Ribeiradio, fartinha de água, encheu uma vez mais e algo repentinamente. A velha estrada de Virela a Fornelo, que ainda vai dando passagem em tempos de menor lençol de água, ficou inundada. Mas isso não é problema, que a nova via, alternativa, já exerce suas funções, como estava estipulado. Voltaram as capuchas e o bom calor da lareira. Finalmente, cumpriu-se a tradição: este é um Inverno que se preze...

Debates à fartazana

As Presidenciais 2016 têm uma virtude que é também um defeito: a quantidade de debates, muitos deles à mesma hora, ou quase, nos vários canais das televisões e rádios. Sou, por norma, feitio e funções, acérrimo defensor do diálogo, do confronto de ideias, dos debates. Mas, neste caso, o que é demais é moléstia, como se diz por aqui na minha Serra do Ladário, concelho de Oliveira de Frades. E acrescento: gosto de ouvir o Tino das Rans, mas noutros contextos. Sinto-o fadado para aquilo que é, nunca para aquilo que agora quer ser. Cada coisa no seu lugar. Outros candidatos também os vejo como alguém que quer uns minutos de fama. Não ficam muitos por onde escolher. Mas há opções de vulto e de peso. Eu já escolhi, mas ainda não abro o jogo... E dei mesmo o meu nome para subscrever um deles... Agora, vou ouvindo e, às vezes, chego a pensar que é preciso rever qualquer coisa nesta matéria. Chego mesmo...