quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Há 55 anos, chuva, centenas de mortes e destruição em Lisboa e arredores CR De sábado para domingo, isto é, de 25 para 26 de Novembro de 1967, a cidade de Lisboa e os concelhos em redor acordaram com uma noite de terror. Uma tempestade imensa, num ano que até ia seco, segundo relatos da época, fez cair uma tromba de água, que chegou a atingir os 170litros por metro quadrado e por hora (170L/m2/hora). Se toda a zona da capital foi afectada, os efeitos mais trágicos e dramáticos aconteceram em bairros da periferia, sobretudo habitados por migrantes de todo o lado que para ali tinham ido em anos anteriores que habitavam instalações precárias, muitas delas situadas, a esmo, em leitos de cheia. Oficialmente foram contados 462 corpos de vítimas mortais, mas as mais variadas fontes falam em cerca de 700 mortos. Aldeias e bairros inteiros foram literalmente varridos do mapa. Houve 20 mil casas desaparecidas De acordo com informações pessoais e memórias de descrições desses tempos, ficámos a saber que, por exemplo, nas margens dos Rios Trancão e Jamor, eram visíveis os estragos durante bastantes meses (ou mesmo anos) depois. As marcas dessas fatídicas cheias por todo o lado se notavam. Então como hoje, sempre que as catástrofes acontecem são as zonas degradadas as mais penalizadas, tese que tem estado muito em cima da mesa, quando agora se fala na problemática das alterações climáticas. E, nessa noite de 25 para 26 de Novembro de 1967, há 55 anos, assim aconteceu. Num fenómeno natural tido como o pior desde o Terramoto de 1 de Novembro de 1755, acerca de 1967, no jornal Século Ilustrado, entre muitas e dolorosas imagens e títulos de grande dureza, assim se escreveu: “ A noite em que a chuva matou… Chuva e morte no fim de semana…. Noite de pesadelo numa cidade em pânico… “. Num mar de lama e dor, até o Rio Tejo se converteu num perigo à solta, no momento em que as suas águas subiram cerca de quatro metros. Com recolha de testemunhos de sobreviventes ou de familiares dos desaparecidos, na Rádio Renascença, 50 anos depois, Dina Soares e Joana Bougard, em detalhada reportagem, relataram situações vividas em vários concelhos, incluindo o caso particular da Aldeia das Quintas, no concelho de Vila Franca de Xira, onde consta que faleceram na ordem das 100 pessoas. Evocando esta imensa tragédia, a Junta de Freguesia de Castanheira do Ribatejo ali colocou uma placa em homenagem a essas vítimas. Igual gesto teve a actual CM de Odivelas, que veio a erguer um mausoléu em memória de quem, nessa área, então a ser parte de outro concelho (Loures), ali perdeu a vida. Por sua vez, no Parlamento, em 25 de Novembro de 2017, estes tristes episódios não deixaram de ser recordados e evocados. Durante essas terríveis cinco horas caiu, em chuva, perto de 1/5 de toda a precipitação de um ano inteiro. Foi essa fustigante intensidade e a debilidade de muitas das zonas atingidas que levou àquelas dimensões catastróficas. No meio dos escombros e das lamas em massa, gerou-se uma enorme onda de solidariedade colectiva, com destaque para as camadas estudantis universitárias, como que lideradas pelo Instituto Superior Técnico e pela Juventude Universitária Católica em geral, associando-se ainda alunos do ensino secundário. Os Bombeiros, como sempre acontece nestas situações, foram também incansáveis. De Cascais a Alenquer, as ondas de destruição fizeram-se notar por todo o lado, dizendo-se que muita coisa se não soube porque as autoridades estatais não deixaram que se investigasse e comunicasse a fundo, tentando minimizar o impacto de tudo quanto, na realidade, se passou. Muito em especial, tratou-se de tentar apagar as condições habitacionais degradadas de muitas das famílias desaparecidas, que eram o espelho de uma pobreza meio esquecida. Como quer que seja, com a versão oficial, ou com os dados referidos por outros meios, aquela noite de Novembro de 1967 é uma página negra e triste na nossa vida como povo e nação. Se a natureza é, por vezes, implacável, a acção ou inacção do homem têm, nisto tudo, também uma forte palavra a dizer, sendo que o planeamento e a prevenção são essenciais… Ontem, hoje e amanhã… Carlos Rodrigues, in Notícias de Vouzela, Dezembro, 2022 Uma acção solidária para a ASSOL CR No pólo de S. Pedro do Sul da ASSOL, veio das panelas e dos tachos um gesto generoso por parte do Chef Diogo Rocha, que já leva duas estrelas Michelin no seu currículo, a que junta ainda uma outra verde, tendo-se posto à disposição desta Instituição para oferecer o melhor que sabe e gosta de fazer: cozinhar com primor e arte, tal com faz no restaurante Mesa de Lemos (Viseu), e apresentar iguarias topo de gama que fazem as delícias de todos os comensais. Foi o que ali aconteceu no passado dia 7. Meia centena de felizardos puderam tomar contacto com a sua alta gastronomia, ao mesmo tempo que comparticiparam com a verba paga o trabalho desenvolvido pela entidade premiada – a ASSOL. Como tudo tem um princípio, coube ao Presidente Gil Almeida falar desta ligação e da forma como se estabeleceu: sendo sua Tia uma das funcionárias desta Casa, deveu-se a ela a ideia de ali trazer o seu Sobrinho para, em acção solidária, mostrar tudo quanto sabe e tem conseguido mostrar ao mundo. Como que a sentir-se em sua casa, devido a esses laços familiares existentes em S. Pedro do Sul, Diogo Rocha mostrou-se, ele mesmo, grato por poder associar-se à ASSOL desta maneira. Acrescentou ainda que teve ali bons colaboradores, os funcionários daquela Colectividade, o que tornou possível a realidade desta Ceia de Natal especial. Para juntar a estes bons momentos, também a cultura se fez sentir a cargo de Kattrina Kabali, natural da Grécia, mas a viver neste concelho, que com seu cravo (instrumento musical) animou este serão a solo e a acompanhar o canto de Clara Spormann, em versão portuguesa e alemã. Enfim, uma generosa noite bem passada em saborosa companhia do Chef Diogo Rocha e suas especialidades gastronómicas, boas até mais não… Carlos Rodrigues, in Notícias de Vouzela, 2022

ASSOL a receber missão solidária

Uma acção solidária para a ASSOL CR No pólo de S. Pedro do Sul da ASSOL, veio das panelas e dos tachos um gesto generoso por parte do Chef Diogo Rocha, que já leva duas estrelas Michelin no seu currículo, a que junta ainda uma outra verde, tendo-se posto à disposição desta Instituição para oferecer o melhor que sabe e gosta de fazer: cozinhar com primor e arte, tal com faz no restaurante Mesa de Lemos (Viseu), e apresentar iguarias topo de gama que fazem as delícias de todos os comensais. Foi o que ali aconteceu no passado dia 7. Meia centena de felizardos puderam tomar contacto com a sua alta gastronomia, ao mesmo tempo que comparticiparam com a verba paga o trabalho desenvolvido pela entidade premiada – a ASSOL. Como tudo tem um princípio, coube ao Presidente Gil Almeida falar desta ligação e da forma como se estabeleceu: sendo sua Tia uma das funcionárias desta Casa, deveu-se a ela a ideia de ali trazer o seu Sobrinho para, em acção solidária, mostrar tudo quanto sabe e tem conseguido mostrar ao mundo. Como que a sentir-se em sua casa, devido a esses laços familiares existentes em S. Pedro do Sul, Diogo Rocha mostrou-se, ele mesmo, grato por poder associar-se à ASSOL desta maneira. Acrescentou ainda que teve ali bons colaboradores, os funcionários daquela Colectividade, o que tornou possível a realidade desta Ceia de Natal especial. Para juntar a estes bons momentos, também a cultura se fez sentir a cargo de Kattrina Kabali, natural da Grécia, mas a viver neste concelho, que com seu cravo (instrumento musical) animou este serão a solo e a acompanhar o canto de Clara Spormann, em versão portuguesa e alemã. Enfim, uma generosa noite bem passada em saborosa companhia do Chef Diogo Rocha e suas especialidades gastronómicas, boas até mais não… Carlos Rodrigues, in Notícias de Vouzela, 2022