quinta-feira, 31 de março de 2022

Jeeps e motos em Reigoso, no 2º Sobre Rodas...

Sobre Rodas em Reigoso pela segunda vez As estradas e caminhos pelo meio das terras de Lafões, suas florestas e natureza, foram, de novo, percorridas em passeio motorizado à base de jeeps e motos, uma iniciativa da Comissão de Festas de Reigoso, que, organizou, em segunda edição, mais um “Sobre Rodas”, que contou ainda com provas diversas na respectiva Zona Industrial no mesmo lugar onde decorreu, há cerca de dois anos, a primeira prova deste género. Desta forma, 58 jeeps e 32 motos participaram neste evento, que, para o Presidente da Câmara, João Valério, foi “… Uma excelente forma de dinamizar as nossas terras e freguesias, dizendo mesmo o território concelhio no seu todo, proporcionando ainda um bom convívio e divulgação das nossas paisagens e riquezas culturais. Se a prova é interessante para todos os residentes, para o concelho também é muito importante que venham corredores doutros locais, que assim ficam a conhecer o que de bom temos para oferecer… “. Presente no grande almoço que juntou cerca de 250 pessoas à mesa, disse João Valério que o apoio logístico fornecido ali estava a mostrar um bom retorno. Acrescente-se que este repasto decorreu nas instalações da ARCUSPOF/UMJA, na Sobreira, cabendo ao pessoal da primeira destas colectividades a confecção da ementa e todos os serviços inerentes a esta parte do programa. Foi ainda evidente a aceitação da sociedade civil, porque, por exemplo, o proprietário de um terrenos anexo a esta sede permitiu que nele estacionassem as dezenas de veículos que ali iam chegando à medida que completavam o percurso, ou, no mínimo, parte dele. Ao contrário desta atitude positiva, alguém, na povoação do Ladário, tentou travar a passagem da caravana em caminhos públicos, problema que veio a ser resolvido após negociações levadas a cabo. Com uma paragem para “reforço alimentar” na Santa Maria, Talhadas do Vouga, o trajecto, segundo a Organização, constou de uma parte sul feita pelas motos e a norte pelos jeeps, o que se inverteu depois desse momento. Assim, passou-se por Cercosa, Carregal, Benfeitas, Silveira, Alagoa, Soutinho, Ladário, Sobreira, que atesta que três concelhos estiveram envolvidos neste “2º Sobre Rodas de Reigoso.”: Oliveira de Frades, Vouzela e Sever do Vouga. A parte da tarde foi toda ela vivida, com arrojo e emoção, na Zona Industrial, onde a perícia e a transposição de obstáculos foram as notas dominantes durante horas a fio e perante a observação e aplauso de um mar de gente que ali acorreu. Se o desporto foi o motor desta festa, houve ainda tempo e espaço para um solene momento de evocação de quem partiu, nomeadamente o saudoso Carlitos (Carlos Ferreira) que há dias nos deixou, ali tendo estado presentes os seus familiares, nomeadamente a esposa e filhinha, a irmã e os pais, a ACRENE de que era elemento destacado e o Presidente da Junta de Freguesia de Pinheiro de Lafões, Filipe Antunes. Nesse mesmo momento, evocaram-se também os familiares infelizmente desaparecidos da respectiva Comissão Organizadora. Com participantes vindos das redondezas na sua maioria, contou-se ainda com a presença de equipas que vieram de muitos outr022 os lados, nomeadamente das capitais do nosso distrito de Viseu e de Aveiro. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, 31 Março 2

quarta-feira, 23 de março de 2022

A democracia veio anular a eleição de Ester Vargas, de S. Pedro do Sul...

1 - Nestas Crónicas de Meus Dias, se há tempos nos congratulávamos com a eleição como Deputada do PSD pelo círculo da Europa de Ester Vargas, de S. Pedro do Sul, impõe-se que hoje aqui corrijamos essa notícia, porque, mercê da repeitição das eleições em causa, o novo sufrágio veio a consagrar dois eleitos para o PS, ficando o PSD fora desta corrida. Lamentando, por razões afectivas e regionais, este desfecho negativo, nada há a dizer: houve uma votação e a decisão é a que é. Logo, nada a afirmar. Mas FICA uma lição: que se mude a lei eleitoral de uma vez por todas. 2 - No momento em que escrevemos estas linhas, passam nas TVs os nomes dos novos Ministros para a próxima legislatura. Para não especularmos nada, que apareçam em boa hora e que sejam dignos dos cargos que vão ocupar... O País fica à espera...

terça-feira, 15 de março de 2022

Nuvens amarelas...

Nestas Crónicas dos Meus Dias, devo dizer que tenho visto nuvens e nevoeiro de cor escura, quase a tombar para o meio preto, umas vezes, e outras assim meio cinzento... Mas com um tom castanho, fruto das poeiras do deserto do Sara e do norte da nossa vizinha África, em quantidade como hoje, sem querer mentir, penso que não conto assim uma grande quantidade de episódios. Neste dia 15 de Março de 2022, o céu é mesmo cor de areia e até o sol nos fugiu. Isto veio fazer-me pensar que a África não está assim tão longe. Ali, para os lados do Algarve, com um salto pomo-nos logo em Marrocos e em Ceuta (a Espanha do lado de lá), pelo que, a haver uma grande mudança climática, que leve a chuva e traga o sol, nós, estes portugueses em fronteira com esse outro Continente, apanhamos logo os efeitos dessas alterações. O tempo está mesmo a mudar e os homens não querem compreender esses fenómenos... Até um dia...

sexta-feira, 11 de março de 2022

Um felizardo com fim de semana

Nestas Crónicas dos Meus Dias, tenho de confessar que me sinto um felizardo por pensar que vou ter mais um fim de semana, tal como acontece com frequência. Infelizmente, aqui ao lado, paredes meias com o meu quintal, na Ucrânia, há muita, muita gente que não pode, infelizmente, dizer o mesmo. Com os aviões por cima das suas cabeças, com os canhões e as metralhadoras a levar tudo em frente, a sua vida resume-se a dois palmos de espaço debaixo do solo, talvez sem luz, sem água, sem alimentos, sem carinhos, sem a força do sol criador. Uma vida não vivida, um tempo em que, assim o cremos, só pode trazer alguma esperança, quem sabe se ténue demais, e alguma luzinha ao fundo dos tristes túneis por onde ali se vegeta. Viver, aquilo não é viver, nem sombra disso. É apenas uma forma de estar aqui, mas sem se saber nem por quanto tempo, nem se todos estes sacrifícios valem alguma coisa. Face a esta dúvida, uma coisa sabemos: a coragem deste povo ucraniano já está a dizer-nos que ali há a alma de um povo que se não quer vergar, nem tombar sem resistir. Fica aqui a minha enorme admiração por tudo quanto ali se está a fazer pela paz e pela dignidade humana... Bem haja por tudo...

quinta-feira, 10 de março de 2022

De novo, a Guerra na Europa

De novo, a Europa em guerra Quase oitenta anos depois do fim da terrível 2ª Grande Guerra, acabámos de entrar, uma vez mais, em ambiente bélico nesta nossa Europa. Depois de alguns outros conflitos pelo meio, esta invasão da Ucrânia pela Rússia tem um temível novo significado, porque consagra a entrada por um país soberano adentro, assim violando a Carta da ONU, num de seus muitos artigos, nomeadamente aquele em que se diz que nenhuma nação tem o direito de violar as fronteiras de outra e de pôr em causa a sua soberania. É isto que está a acontecer neste dramático conflito entre dois estados vizinhos. Neste século XXI, no passado dia 24, quinta-feira, as tropas russas levaram a cabo a penetração total na Ucrânia, praticamente em todas as suas fronteiras, por terra, via Bielorrússia e pela Crimeia ( anexada de rompante em 2014), pelo leste quanto às repúblicas de Donetz e Lugansk, na zona de Donbass, sector territorial que a Rússia sempre teve como ponto a absorver, pelo mar e pelo ar. Se pelo leste era mais ou menos previsível um avanço, o que pouca gente acreditou é que uma infiltração em larga escala, de norte a sul e de oeste a este, seria possível. Infelizmente, foi esta pior hipótese com que o mundo e os ucranianos se vieram a defrontar. Mais grave ainda: a intenção é tomar o poder e, assim sendo, aniquilar a própria capital, Kiev. Com o andar dos tempos, desde quinta-feira a hoje mesmo, segunda, dia 28, revela-se que não está fácil à Rússia a conquista dos seus objectivos, porque a decisão em resistir por parte dos ucranianos tem sido algo de decisivo para travar tais ímpetos. Para esta posição, muito tem contribuído a determinação do Presidente Zelensky e do próprio líder da Câmara Municipal da cidade capital do país. Mas têm sido fundamentais também a mobilização do povo atacado e das muitas manifestações de apoio e solidariedade que têm surgido por todo o lado, em muitos e variados países e instituições, como a ONU e a EU. Como ponto prévio a espoletar todo este desfecho da guerra entre estas duas nações, outrora partes de um universo comum, a URSS, e agora a viverem a sua independência desde que, na década de noventa do século passado, tal império foi desfeito, tivemos o reconhecimento por parte da Rússia das repúblicas separatistas, Donetsk e Lugansk, que desde 2014 têm vivido em estado de guerra permanente, que provocou já cerca de 14 mil mortos e um infindável número de feridos e refugiados. Posta essa decisão em cima da mesa, temeu-se, desde logo, o pior, mas nunca na força que veio a adquirir em termos de extensão e gravidade da invasão geral posta em marcha. Com a Crimeia a ter sido um sinal de alerta que o mundo não ouviu devidamente, o movimento que agora está a dilacerar a Ucrânia veio, finalmente, fazer com que as consciências mundiais viessem a despertar para a essência do que ainda pode vir pelo caminho, seguindo-se a estes massacres. Com as cidades invadidas, com as perdas militares e civis em catadupa, é de dor o momento histórico que por ali se tem vivido. A destruição e a debandada do povo ucraniano em massa, fugindo para os países vizinhos, mostram bem o horror que a guerra ali tem levado. Perante temperaturas negativas, os abrigos, bem nas entranhas do seu solo, é que têm sido os portos de abrigo para toda aquela gente, de modo a escaparem aos efeitos dos ataques e bombardeamentos. Os apoios e as mudanças em curso Num dia (segunda-feira) em que as partes em conflito estiveram em negociações na fronteira com a Bielorrússia (que, aliás, tem sido uma escada de apoio a Putin) e que ainda nada decidiram, estão no ar as sanções financeiras e económicas impostas à Rússia, às suas entidades e personalidades, o que se pretende que seja como que uma força de pressão de modo a tentar travar o seu avanço militar. Do outro lado, o gás natural e outras formas de energia são aspectos a ter em conta nesta equação, mas não podem fazer com que o ocidente abrande naquilo que entende ser necessário, urgente e eficiente para pôr fim a esta escalada de violência. A guerra não tem preço para ser travada. As vidas humanas valem todos os esforços que possam e devam vir a ser feitos. A coragem e a dignidade do povo ucraniano têm de ser compensadas com os apoios internacionais que, como vimos, estão a acontecer por toda a parte, incluindo na sociedade civil russa onde a contestação e as prisões andam de mãos dadas. Com uma presença de dezenas de milhares de ucranianos a viverem no nosso país desde há dezenas de anos, Portugal tem honrado os seus pergaminhos em solidariedade e humanismo, sendo imensas as manifestações em seu apoio e os movimentos criados para a integração de quem vier como refugiado. Municípios, organizações e sociedade civil tudo têm feito para acolherem bem aqueles que vierem bater a nossas portas. Ao mais alto nível, registe-se o facto de, hoje, dia 28, o Presidente da Ucrânia ter solicitado a adesão oficial à EU, o que, do lado de cá, está a merecer a atenção devida. Por sua vez, a NATO tem vindo a reforçar a presença nos países, seus membros, alguns deles na fronteira directa com a própria Rússia. É aqui que reside um dos aspectos mais perigosos em todo este cenário: um toque numa destas nações pode ser o rastilho para uma guerra ainda bem mais devastadora. Com desproporções assinaláveis a todos os níveis, militares, populacionais e territoriais, a balança só se equilibra com a determinação na sua defesa do povo ucraniano. Mercados, segurança, fornecimento de energia, tudo está em aberto. Mas as ameaças nucleares são o mais terrível que pode existir. Se tudo nos dói nas guerras, o sofrimento humano é aquilo que mais se teme. Infelizmente, na Ucrânia, esta vertente, até do lado das crianças, mostra-se presente. A par disso, a cibersegurança também não fica alheia em todo este conflito. Nem a desinformação. Pior: esta é uma arma que, em termos de meios bélicos, entra em cena vezes a mais, o que perturba tudo quanto diga respeito à realidade vivida no terreno e em cada parte desta terrível contenda. Cinco dias passados, não temos um vencedor. Veremos o que vem a seguir. Mas o que presenciamos já nos deixa altamente preocupados e entristecidos. Doridos sem fim. Carlos Rodrigues, in “ Notícias de Lafões”, Mar22

domingo, 6 de março de 2022

A guerra toca-nos a todos...

Nestas Crónicas dos Meus Dias, reafirmo que não há guerras santas nem meigas: quando começam, não escolhem alvos, nem fazem da piedade o seu código de conduta. Postas em marcha, levam tudo em frente. No palco dos combates, destroem, matam, provocam mortes e feridos e seguem em frente. Ali não há lugar para a compaixão, nem para olhar para trás. Foi sempre assim e na querida Ucrânia assim é e será por muito tempo se não houver juízo que faça parar o conflito. Entretanto, os seus efeitos, espalham-se por toda a parte. Que o digam os detentores de veículos que já estão a sentir a subida dos preços dos combustíveis em flecha. Ainda ontem, num posto de abastecimento em Oliveira de Frades, era enorme a afluência de viaturas em busca dos preços amigos (que já não são tanto assim, nem nada que se pareça). Também os cereais e os produtos minerais não escapam a esta onda. Mas o pior são as mortes, os feridos e a destruição. Nesta Europa em guerra, que Deus nos salve...

quarta-feira, 2 de março de 2022

A tempestade das armas não amaina na Ucrânia

Nestas Crónicas dos Meus Dias, sempre que pensei, na minha santa ingenuidade, que as tropas de Putin parassem de atacar a Ucrânia, o que já está a acontecer há quase uma semana. Em vez disso, acirram-se os combates, destroem-se cidades, vilas e aldeias, atacam-se instituições e equipamentos e mesmo bairros habitacionais. À frente dos canhões, infelizmente, tudo marcha. Debaixo dos céus, só fica a destruição, a morte e o sofrimento. À beira-mar, acontece o mesmo. O mundo condena, mas em Moscovo, ninguém quer ouvir e quem ousa contestar as decisões de Putin tem como destino a cadeia, onde já se encontram milhares de russos que lutam pela paz. Nesta escalada de terror, as estradas, os postos fronteiriços mostram quão grave é este conflito. Se isto não parar, não sabemos mesmo o que vai acontecer ao mundo, a cada um de nós, a todos nós em conjunto. Esta não é uma gierra contra a Ucrânia, é uma ofensa a todo o mundo... A todo o mundo, repetimos...