sexta-feira, 14 de julho de 2017

Tractores em passeio solidário em Paços de Vilharigues, Vouzela

Tractores passearam pela Serra da Penoita em viagem solidária CR Cerca de três dezenas de tractores corresponderam ao apelo da organização do 2º Passeio Solidário, este com o saldo a reverter a favor da ASSOL – Associação de Solidariedade Social de Lafões, numa iniciativa que teve como seus autores os responsáveis pelas bombas de combustíveis de Paços de Vilharigues. Numa jornada em que estas máquinas se desviaram de suas funções habituais, como destacou o Presidente da Câmara Municipal, Rui Ladeira, para efectuarem uma visita lúdica à Serra da Penoita, os seus tripulantes fizeram-no com evidente entusiasmo e empenho, sabendo que a sua participação se destinava a apoiar uma boa causa. Por assim ser, percorreram os vários quilómetros do percurso previamente definido, tendo recarregado “baterias” a meio dessa viagem, num dos aprazíveis parque que esta Serra oferece. Durante mais de três horas, puderam contemplar as belezas destes espaços e de conviverem entre si, até porque a velocidade não era muita e dava para tudo. Entretanto, cá em baixo, nas Bombas, a azáfama era grande para proporcionar a mais de 60 pessoas um bom almoço, que serviu para se continuar a festa que nos duros caminhos dos montes por onde andaram se tinha iniciado. Para além deste apetitoso e bem recheado repasto, houve ainda tempo para um jogo de setas e para uma quermesse de angariação de fundos. Em maré de reconhecimento, o Presidente da ASSOL, Carlos Rodrigues, enalteceu o contributo e a generosidade deste gesto, mostrando-se grato pela ideia que a organização teve e por ver nesta acção a força generosa da sociedade civil, palavras que também serviram de tom à intervenção do Presidente da CM, Rui Ladeira. Carlos Rodrigues, in "Notícias de Vouzela”, 13 de Julho de 2017

Peixe do Rio ganha festival em Campia, Vouzela

Peixe do Rio e animação cultural entusiasmaram o Parque de Porto Várzea CR O 2º Festival de Peixe do Rio, organizado num local cheio de atributos para este tipo de eventos, o Parque do Porto Várzea, em Campia, tendo como pano de fundo o Alfusqueiro e a Praia que nele foi construída, ultrapassou todas as previsões e expectativas, segundo testemunho da entidade organizadora, a Junta de Freguesia, na voz de seu Presidente, Carlos Duarte. As contas apontavam, tal como noticiámos há dias, para um consumo de cerca de duzentos quilos de pescado, mas, afinal, a fasquia teve de ser colocada muito mais alta, na ordem dos 320 quilogramas entre trutas, barbos e bogas, essencialmente. Com várias ementas ali servidas na noite de sábado, dia oito, e no domingo, as Associações a quem foram confiadas as diversas barracas tudo fizeram para surpreenderem a agradarem aos muitos clientes que as procuraram. A uma boa velocidade, o peixe ali fazia a sua última viagem para saciar quem apareceu para o saborear e, ao mesmo tempo, escutar música e apreciar folclore. Com migas, papas e presunto, as combinações eram, porém, bem diversificadas. Empenhadas em não deixarem os seus trunfos por mãos alheias, as entidades envolvidas na confecção das refeições e petiscos tiveram boa nota, todas elas. Com a consciência de um bom trabalho feito, os Escuteiros, o Rancho Recordações de Campia, o Grupo Desportivo, o Grupo Carnavalesco, a Associação “Os Castros”, com a Junta de Freguesia a apoiar o seu esforço e dedicação, partiram cansados mas felizes na hora da despedida. Numa outra esfera, o bar e restaurante “Porto Várzea”, infraestrutura fixa deste espaço, também se integrou neste espírito, complementando-o. Num balanço deste 2º Festival, a noite de sábado teve uma boa afluência de público, muito embora se fizesse sentir uma brisa fresca algo não muito próprio desta época de Verão. Já o domingo, com uma tarde mais condizente com estes tempos, mas sem haver um grande calor, ali atraiu mais uma boa quantidade de entusiastas destes convívios culturais e gastronómicos. Animação e desporto fluvial Em cada um dos dias deste Festival, a música teve uma grande importância, em tons diversos. Depois de, no sábado, os Bombos de Campia terem dado o tom, entraram em cena o Grupos de Cavaquinhos de Alcofra, os Cantares do Ídolo, de Ribeiradio, e o de Nossa Senhora dos Milagres, de Adside. À noite, avançou-se para outros ritmos mais dançantes com o GPS. A parte da manhã de domingo contou com som ambiente da responsabilidade de LG Eventos. Depois das 15 h, houve novamente música popular com uma tarde cultural, onde marcaram presença os Amigos da Adega, de Viseu, o Baile na Eira, de Cedrim, e os Trajes e Cantares de Cambra. Numa roda viva, cá fora, em viagens sucessivas, andava o comboio municipal, enquanto no Rio Alfusqueiro, sob a orientação dos Bombeiros Voluntários, se passeava pelo agradável lençol de água, fruto das obras efectuadas há cerca de quarenta anos no sentido da valorização de toda esta zona, o que foi investimento bem conseguido. Por entre os vários recantos verdes, vimos, na tarde domingueira, muita gente em amenos convívios, ao mesmo tempo que, noutro local, a pequenada dava corda à sua alegria nos insufláveis que fizeram parte do programa estabelecido para este evento, que tem tudo para continuar pelos anos fora. Com muita gente sentada nas mesas dos sítios de restauração, sentiu-se o prazer de ali se estar, como nos adiantaram, por exemplo, os Escuteiros, e vimos na alegria de quem ali estava a conviver e a enriquecer este Festival. Quem se mostrou muito agradado com tudo isto foi Amadeu Tavares, um campiense que está sempre pronto para transmitir o seu entusiasmo a tudo aquilo que sirva para elevar o nome e o prestígio de sua terra. Por isso, não arredaram pé, ele e sua família, do posto escolhido para não perderem pitada de quanto ali se ia passando. Carlos Rodrigues, ver também “Notícias de Vouzela”, 13 de Julho de 2017

UMJA e ARCUSPOF na Sobreira, Oliveira de Frades, com sede nova inaugurada

Inauguração da sede da Banda e Associação na Sobreira CR Com as obras do arranjo dos espaços exteriores da sede da ARCUSPOF – Associação Recreativa Cultural da Sobreira, Ponte e Feira – e da UMJA – União Musical Juventude e Amizade, que nelas exerce as suas funções, em fase final de acabamento, foram inauguradas, no dia 8, as respectivas instalações constituídas por um edifício construído de raiz, o pavilhão desportivo e o largo empedrado a cubos entre estes dois espaços, com jardim incluído. Em complemento, assinalaram-se os dezoito anos da Banda Filarmónica, num aproveitamento de um evento duplo que contou com a presença de cerca de 150 participantes. Presidiram a esta cerimónia o Presidente da Câmara Municipal, Luís Vasconcelos, os Presidentes das Direcções da ARCUSPOF, Adélio Santos, da UMJA, Nuno Garcia e da Junta de Freguesia, Luís Santos Pereira. Para dar as boas vindas, falou o Presidente da Assembleia-Geral destas duas colectividades, Carlos Rodrigues, que recordou os fundadores, homenageando com pesar aqueles que já se finaram, tendo posto em relevo a acção desenvolvida pela Banda nas áreas da música, da cultura, da inovação e da arte, fruto da dinâmica de seu Maestro, Pedro Serrano. Seguiu-se a intervenção do Presidente da JF, que se mostrou grato pelo contributo que estas Associações têm dado às terras em que se integram. Finalizou o Presidente da Câmara, Luís Vasconcelos, dizendo que o Município de Oliveira de Frades sempre tem dado todo o apoio possível a estes e outros agentes culturais, enaltecendo ali o carácter muito especial desta juventude que dedica muito de seu esforço para levar longe e alto o nome do concelho e sua cultura. Congratulou-se com o facto de esta sede ter sido edificada e de se ter ido ainda mais além com as infraestruturas que lhe estão anexas. Descerradas duas placas, uma referente a estas obras e outra para perpetuar o nome do Padre João Ramos Pereira, sócio fundador e primeiro Presidente da Direcção, que nunca será esquecido, procedeu-se à bênção destes equipamentos pelo pároco local, Padre Gabriel da Paz Ulundo. Ao cair da noite, iniciou-se um grande e bem servido jantar, em ambiente de satisfação, regozijo e muito convívio. Este dia de festa encerrou-se com um concerto musical, muito apreciado e aplaudido, ocasião que serviu ainda para uma apresentação pública do novo Maestro Adjunto, Tiago Nogueira. Fundadores Para que conste, aqui se registam os nomes dos fundadores que, no dia 11 de Janeiro de 1999, no Cartório Notarial de Oliveira de Frades, assinaram a escritura em causa: Padre João Ramos Pereira, Antero Barreira Rodrigues (1º Regente), Valentim Nunes Nogueira, Luís Manuel Nunes, Abílio Gonçalves Garcia, Carlos Alberto Costa Nogueira, Manuel Lopes, Abílio Lacerda de Figueiredo, Luís Ferreira dos Santos, Luís Miguel Henriques Lacerda, António Tavares Lacerda, Abel Tavares, Luís Manuel Tavares dos Santos, António Rodrigues Pereira, Carlos Ribeiro da Costa e Miguel da Silva Tavares. Foram Presidentes da Direcção, até ao momento, Padre João Ramos Pereira, Bruno Nunes e Nuno Garcia. Como Maestros, Antero Barreira Rodrigues, Pedro Serrano e, agora, nas funções de Adjunto, Tiago Nogueira. Carlos Rodrigues, ver também jornal “Notícias de Vouzela”, 13 de Julho de 2017

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Campia, hoje e sempre na mó de cima. Eis aqui um texto de Fevereiro de 2015: a terra do ouro verde...

Campia, a terra do ouro verde, com visto para o futuro O título que encima esta notícia é uma espécie de montagem de dois tempos: há anos largos, em trabalho de reportagem sobre esta terra, Campia, em conversa com António Ferreira e um grupo de outros amigos, vendo tanta riqueza florestal, logo pensei em associar esse factor, ao ouro, verde, aqui; hoje, passado todo este tempo e por força da dedicação de muita gente, ao longo dos séculos, o futuro está a ser escrito, nesta freguesia, com bons e sólidos alicerces e muitos projectos com larga visão. Desta forma, venham os anos, que a vida está assegurada. E com saúde. Muito embora assim seja, a sua principal matéria-prima, as pessoas, está a fugir, principalmente, desde os anos sessenta do século passado, em que se contavam cerca de dois mil habitantes, quando agora, no Censos 2011, apenas ali víamos a viver 1558 boas e laboriosas almas. Mal do interior, nem o arreganho de quem por aqui anda a sonhar com melhores dias de amanhã consegue fazer estancar essa terrível e mortífera doença. Mas, se não fosse essa vontade de aqui teimar em fazer a sua vida, seria muito, muito pior. Acontece que Campia, pela sua centralidade, pela sua importância, pela vinda de novos investimentos, tem tudo para dar a volta e, de novo, vir a atrair mais gente, que bem a sabe acarinhar e integrar. Com pouco mais de 36 quilómetros quadrados, as povoações de Adside, Albitelhe, Cambarinho, que chegou a pertencer a Cambra, CAMPIA, Cercosa, Crasto, Fiais, Lousa, Malhadouro, Rebordinho, Seixa, Selores e Vales são os espaços onde apetece continuar. Banhadas pelos Rios Alfusqueiro e Lousa, com mais uma boa série de ribeiros e corgas, estas localidades fazem justiça ao seu topónimo especial, Campia, “terra lavradia”, no dizer de Mário João Pereira Loureiro ( in “Toponímia do concelho de Vouzela, CMV, 2008”). Com estas qualidades, vários foram os povos que aqui tiveram interesse em se fixar, como atestam, por exemplo, o Castro do Cabeço do Couço ( Jorge Adolfo Marques – Vouzela, Património Arqueológico, CMV, 2005), as mós romanas de Rebordinho, os vestígios da via também romana da Seixa (Amorim Girão – Antiguidades Pré-Históricas de Lafões, Coimbra, 1921), entre outros pontos patrimoniais de relevo, como sejam também as Casas de Cambarinho e da Ti’ Bernarda, Campia de Cima, estas muito mais tardias, obviamente. Entretanto, numa viagem por milénios de história, fica a saber-se que a sua área encolheu. Veja-se: em 1258, abrangia as “villas” de Alcofra, Campia, Carregal (Destriz), Cercosa, Covelo, Paranho (de Arca), Rebordinho, Reigoso, Selores, Varzielas, para apenas se citarem alguns dos povoados mais emblemáticos dessa época. Alguns séculos depois, em 1527, perdera-se Reigoso, Arca, Alcofra e Varzielas. Administrativamente, pertenceu aos concelhos de Lafões, S. João do Monte, Oliveira de Frades, para se fixar em Vouzela, após o ano de 1871. Cioso da defesa de seus cidadãos, fregueses e paroquianos, o S. Miguel, vigiando, a partir da parte frontal da Igreja de Campia, não pára de zelar pelo interesse de quem também tanto estima este Santo, dedicando-lhe, em Setembro, uma Festa à altura dessa sua imensa devoção. Porém, com corações largos, também Nossa Senhora de Fátima, S. João, S. Tiago, Santa Ana, São Domingos, Nossa Senhora do Milagres e, de certa forma, Nossa Senhora das Neves, em Cambarinho, com uma lindíssima e riquíssima Capela, que ostenta, entre outras relíquias, uma bula papal, gravada em pedra, do ano de 1779 (como escreveu Maria do Carmo Correia, no seu livro “ Campia – História e alma de uma aldeia beirã, CMV, 2005”), são credores de igual entrega à componente religiosa, sinal e marca identitária que se reanima em cada dia que passa. A correr fama localmente e nos arredores, são ainda as comemorações da Semana Santa com as “Endoenças”, uma tradição que se vai mantendo, ano após ano. Sinais de modernidade Com boas vias de comunicação e acesso, Campia foi pilar central da construção do IP5 e da A25, por aí se terem instalado o estaleiro, o escritório e serviços centrais da Empresa Mota e C.ia, responsável por essas monumentais obras. Entretanto, em 1802, falara-se na estrada de ligação da Seixa a Cambarinho, EM de 2ª classe (Maria do Carmo Correia), para, já nos inícios do século XX, se terem dado, neste sector, importantes saltos com a EN 333, 333-2 e outras vias rodoviárias de alcance e dimensão estruturantes. Em todo o século XIX, escreviam-se, como forma de alicerçar o futuro e avançar para a modernidade, muitas e boas linhas quanto à educação, com o arranque das primeiras escolas, até se chegar aos tempos de hoje, em que é predominante o raio de acção da actual Escola Básica Integrada, uma obra nova, que não apaga, porém, uma outra triste evidência: o encerramento das saudosas “primárias”, agora em fase de despedida de suas tão nobres funções. Com uma inegável capacidade para agarrar as pontes que se necessitam para se não parar no tempo, o serviço público de autocarros aparece em 1953, o telefone em 1939, os Correios em 1958, a electricidade em 1969, sendo esta fundamental para o sucesso empresarial, bem patente em cerca de uma centena de empresas, espalhadas por toda a freguesia, vindo, de seguida, o Parque de Leilão de Gado, como que sucessor da antiga Feira, a Casa do Povo, a Extensão de Saúde, a Segurança Social, os Bombeiros, o Centro Social com Lar e Creche, sem esquecer a Mini-Hídrica de Cercosa. Forte sob o ponto de vista comercial, em Campia são muitos os locais onde esta actividade é exercida, tendo-se mantido, apesar de todas as vicissitudes, bem segura durante décadas e décadas, podendo mesmo dizer-se que a inovação é aqui palavra a ter muito em linha de conta: a nova Farmácia, a Agência da Caixa de Crédito Agrícola, os restaurantes, a Agência Funerária, as lojas de diversos produtos atestam esta nossa afirmação. Também os serviços se destacam, desde as cabeleireiras à óptica, passando por várias outras áreas de inegável interesse. Lá bem no alto do pódio, temos a dinâmica e crescente Zona Industrial, que tem a acompanhá-la ainda outras unidades empresariais de relevo, em diversas localidades desta freguesia, algumas delas com um bom e longo historial. Na base destas iniciativas, há agentes empreendedores que merecem toda a nossa consideração e aplauso. No plano de aproveitamento sustentável de recursos naturais, vemos esta terra dotada de um aprazível Parque Fluvial, que foi muito dinamizado em finais da década de setenta, em Porto Várzea, no Rio Alfusqueiro. Porém, o seu selo maior, em matéria de espécies muito apreciáveis, em biodiversidade, com projecção e destaque mundiais, temos a Reserva Botânica de Loendros, em Cambarinho, espaço de uma beleza ímpar sobretudo no mês de Maio. Vida social e associativa Desde criança, sempre temos ouvido dizer que Campia não deixa os seus créditos por mãos alheias, quanto ao gosto e dedicação a causas sociais. Comprovamo-lo ao longo dos tempos, por conhecimento próprio e por outros meios e testemunhos. Recordamos a notória Associação Cultural, que se lançou em cheio na criação do citado Parque e Praia Fluvial, assistimos ao nascimento do primeiro Rancho Folclórico, hoje com a designação de Recordações de Campia, vemos e vimos como singrou o Grupo Desportivo, descobrimos os Bombos de Cercosa, os Escuteiros, o Clube de Caça e Pesca, o Grupo de Amigos de Cambarinho, o Grupo Carnavalesco e sua expansão e afirmação, para mostrarmos quanto aqui se valoriza o associativismo e suas dinâmicas. Neste contexto, é impossível esquecer o esforço de todos os seus dirigentes e dinamizadores e os muitos apoios que têm vindo a mobilizar. A este propósito, há dois nomes que não podem deixar de aqui se registarem em nomes gravados a letras douradas: Amadeu %%%% e António%%%%%. Activos empresários na Venezuela, a sua Campia está-lhes na alma e no sangue. Ao falar destes beneméritos, saltam-nos aqui muitas de suas obras. Uma delas, do foro religioso, assume particular destaque: a imagem de Nossa Senhora Milagrosa, lá bem no alto com os seus 15 metros de altura, perto das Malfartas, que evoca a saúde recuperada de Teresa Rodrigues, em gratidão de seu Pai, Amadeu Rodrigues, que ali imortalizou a sua devoção. Em terra deste quilate, com homens e alma a sério e a valer, como diriam Maria Glória Carvalho, Francisco Cunha Marques e Teresa Tavares, autora esta que é de Campia, que foram obreiros do livro “ Vouzela – A terra, os homens e alma, CMV, 2001”, é fácil esperar então por um futuro risonho. Assim o esperamos e desejamos. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Fevereiro de 2015

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Um arsenal de armas à solta...

Faz-me muita confusão um roubo de armas da envergadura daquele que aconteceu em Tancos, por sinal, um quartel cheio de tropa de elite. Dado que se não trata de um desvio de uma pistoleca qualquer, mas de um arsenal de material de guerra que pode dar cabo de muitas vidas e até ser rastilho para sabe-se lá o quê, IMPORTA que se averigue tudo isto até ao fim. Mas é pouco, muito pouco, ficar-se pelos inquéritos e afins. AGORA há que ir em busca de todo este material. Onde está? Quem o levou? Com que finalidade? Como não pode tudo isto ter acontecido para uma guerrinha de cowboys, altos perigos podem daqui decorrer. Pela precisão cirúrgica da operação, que teve de envolver grande aparato logístico, é quase impossível pensar que não houve participação de dentro para fora, ou, no mínimo, grossa desatenção. Como com armas não se brinca, isto cheira a esturro, a muito esturro. Que se passa? Que país é este que, de dia para dia, se vem esquecendo das suas Forças Armadas, as vê como um apêndice e não como uma fonte de segurança da nossa própria soberania e defesa como nação? Mais: sendo Portugal parte de estruturas militares internacionais, esta nódoa não fica nada bem nas nossas fardas, que, há que dizer-se, tão bom nome de Portugal têm espalhado pelo mundo nas missões que lhe estão confiadas. Honra e reconhecimento a toda essa nossa boa gente. Mas, agora, este assalto a Tancos estragou a pintura toda. É mau demais para não nos deixar envergonhados e com medo do pior que daqui possa vir. Não podemos excluir a hipótese de esta operação ter sido levada a cabo por grupos extremistas, mesmo internos, que tenham más intenções. Todos os cenários têm de ser equacionados e travados. Para terminarmos, que não se faça deste caso uma arma de arremesso político porque toda a gente, desde há décadas, tem culpas no cartório. Com tanta arma à solta, é tempo de nos unirmos em redor de uma qualquer solução que minimize este rombo na nossa reputação mundial. Um país que não é capaz de guardar as suas armas, qualquer dia verá o ouro do Banco de Portugal a voar para qualquer lado. Isto é mau. Muito mau. Uma vergonha nacional.

terça-feira, 4 de julho de 2017

Há 50 anos, um incêndio e uma faísca

Por esta altura, mais dia menos dia, há cinquenta anos (1 de Julho de 1967, Notícias de Vouzela), relatava-se que tinha lavrado um incêndio provocado por uma faísca em maré de fortes trovoadas em terrenos com pinheiros junto à Quinta do Fornelo, na povoação das Benfeitas-Destriz- Oliveira de Frades. Adiantava-se que só não se propagou ao perímetro florestal devido à rápida ajuda vinda das pessoas dos lugares da Sobreira, Ponte, Feira e, obviamente, da localidade atingida por este fogo. O curioso e o inédito, para mim, desta notícia é o facto de ter sido salientada a importância da acção do meu Tio Rufino,da Feira,que descalço (acrescentava-se que nele isso era raro)ali andava em plena refrega no combate às chamas. Quanto aos Bombeiros, vieram em apoio mas quase só tiveram de cuidar do rescaldo, que a valentia daquela gente o tinha quase apagado. Fica isto para memória futura. E para mim esta referência a meu Tio, irmão de meu Pai, um e outro a serem agora saudosas memórias, tem ainda uma carga emotiva que não consigo disfarçar...