terça-feira, 17 de julho de 2012

Sou da capital do frango do campo

Nascido em terra de afamados peixeiros, mais concretamente, de sardinheiros, essa gente do litoral que, então, aqui buscou refúgio e criou prosperidade, a todos os níveis, vi-me, na década de sessenta, entalado - e bem - numa nova proposta e aposta económica, a avicultura. Passo a passo, esta terra, antes do boom industrial - outra visão de rasgo estratégico e muitos proveitos - foi conquistando espaço e divulgando essa mesma actividade, o que aconteceu também por Lafões, a ponto de, nesta região, terem prosperado dois afamados colossos desse mesmo ramo: a Uniávila, em Oliveira de Frades e a Cooperativa Agrícola de Lafões, em Vouzela. Uma e outras destas instituições vieram a sucumbir, décadas mais tarde. Mas, uma e outra, deixaram sementes e o mundo continuou, talvez até com mais garra e sustentabilidade. Hoje, quando Oliveira de Frades foi "declarada" Capital do Frango do Campo, por acção da Campoaves, uma filha indirecta da citada Uniávila, sinto que esse esforço todo valeu a pena. Obrigado a estes meus conterrâneos, que assim souberam aproveitar uma área de negócio que tem feito escola e permite cursos (?) sem fim para quem anda nesse ramo. Já agora, entre esta alegria, sinto uma enorme tristeza por ver as minhas freguesias a serem engolidas nesta voragem política que não tem nem rei nem roque. A última AM de Oliveira de Frades, ao ter deixado partir Sejães e Souto de Lafões, teve uma atitude que não me agrada, apesar de não contar para nada a esse respeito. Adorei a posição firme e muito digna do Presidente da JF de Souto, esse jovem professor, meu colega, que tudo fez ( até assumir que punha o seu lugar à disposição para Souto continuar a ser independente... )para não deixar cair a sua terra. Assim é que é, António Zé!... Querem que vos diga mais: reforço a minha ideia . Nenhuma AM deveria dar trunfos a quem quer que seja. Uma só posição admito: nada dizer. Quem vier desfazer isto tudo, que se assuma e não se apoie nestas decisões de meia tigela. Ao Governo cabe seguir o seu caminho e se este passa por dar cabo das freguesias, para poupar cerca de 6.5 milhões de euros (para já, que amanhã até pode perder... ), que opte por isso. E depois ver-se-á o que vai acontecer. Cada uma de nossas terras tem o dever de ser solidária com as demais. E os autarcas muito mais!... Um abraço, Tó Zé!...

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