quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Regressar sem partir

Depois de um arremedo de "férias", com todas as aspas e mais algumas, aqui estou, de novo. Trago no peito a ânsia de escrever muito. Mas já sei o que vai acontecer: este é um caderno que se abre poucas vezes. E, noutras, alturas, nem me apetece falar. Empanturrado com carradas de informação, o difícil é seleccionar aquilo que interessa. Crivada, pouco fica no cimo desse instrumento de escolha e limpeza de cereais. Mas há mais: - Não quero falar de desemprego, porque, tendo alguns meios de sustento, nem sei como abordar um tema que cheira a dor, sofrimento, carteira vazia, desânimo, desespero, revolta... - Não quero meter-me com o Governo, porque já sei que vou levar porrada, ainda que com luva branca: sei que o Orçamento de Estado para 2013 ( um ano que, até pelo número, tem tudo para ser azarento)será de mais miséria, de mais aperto para esta mártir classe média... - Não quero avançar por essa nossa Europa fora, porque, por lá, ninguém se entende e os discursos são cópias de outros que já li, vezes sem conta... - Não quero pensar, sequer, que nos vão tirar as Juntas de Freguesia e os Tribunais... - Não quero falar nas eleições nos Açores, porque sei que a disputa maior é a dois... - Não quero comentar o Gordon, porque, meiguinho q.b, passou, ali por aquele arquipélago e, felizmente, não fez grandes estragos, até porque a malta da Protecção Civil se portou bem à altura dos acontecimentos... - Não quero cruzar-me com o Relvas, porque teria de lhe dizer duas ou três coisas bem desagradáveis - aquela de que está sempre toda a gente a pensar e uma outra muito pior: a dos rombos que quer dar no poder local, mesmo a nível de nova legislação... - Não quero, aqui por Oliveira de Frades e Lafões, pensar em concelhos sem vereadores eleitos, antes escolhidos pelos Presidentes das Câmaras, facto que estendo a todo o país... - Não quero dizer o que penso disso, porque só me saem asneiras das grossas quando me vem à cabeça um disparate desses... - Não quero deixar passar esta oportunidade blogosferal sem enviar um abraço para quem, por falta de meios e vontade, nem sequer teve, ou pôde gozar férias... E isso é que é grave...

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