quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Lisboa sem gente

Esta cidade de luz e cor, cheia de encantos mil, a nossa Lisboa mostra em Agosto uma cara diferente. Sem grande movimento, aquilo é um mimo para se andar, para a contemplar e a absorver.
Naquele dia quinze, o tempo de todas as festas e saídas, a capital resplandece de encanto. Consegue mesmo dar-nos a ideia do país em equilíbrio, quando se vê despida da carga de gente a mais, de carros aos montes e aos pontapés, porque se despejou para o Minho, para as Beiras, para o Alentejo, para Trás-os-Montes, que o Algarve, esse, é um destino de uma outra índole, por cheirar a turismo de rompantes, de verões atulhados de cotovelos e de sol, muito sol.
Naquele dia, só as redondezas do Estádio da Luz nos diziam que, afinal, estávamos mesmo em Lisboa... Quanto aos demais espaços, o milagre do sossego fora conseguido.
Com a cidade dessa forma, Portugal via-se povoado como deve ser: todo ele a mostrar-se uma terra, afinal, com direito a viver um tempo digno, sem atropelos, sem montanhas descontroladas de povo sem alma, por andar num corre-corre, mas distribuído de norte a sul e de leste a oeste, isto é, sem as assimetrias que tanto o condenam ao desnvolvimento desequilibrado e vesgo.
Com Lisboa mais magra, com um corpo apetecível, por também não ser esquelético, a nação, no seu todo, pelo contrário, engorda mais um pouco, oferecendo um aspecto bem mais agradável. Despovoa-se a capital, ganha o reino, no seu todo...
Eusébio, nesse dia quinze, era um HOMEM feliz: numa Lisboa nova, a de Agosto, a Luz dava-lhe mais um pouco do muito que merece.
Na China, lá muito longe, outros portugueses davam ao mundo o pouco ou o muito que são capazes de pôr em prática. Mas disso falaremos mais tarde, quando as férias estiverem a terminar.
Lisboa, em quinze de Agosto, entrou-nos mais no coração, onde tem sempre um lugar marcado, aliás.

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