quinta-feira, 27 de maio de 2010

M e M

Esta é uma terra em que os "M" têm uma certa importância, melhor dito, um capítulo à parte: Mourinho é o que é; Marcelo, o Rebelo de Sousa, também não deixa de ter o seu pelourinho com abas largas, porque o seu pouso, o das televisões, só agora teve um desfecho - TVI - e, por aquilo que se viu e ouviu, não é de abastardar esta sua cátedra...
Marcelo tem palavra, descobre a careca de todos, adivinha o coração de seus visados, desmonta-os todos, de alto a baixo, sem contemplações e com voz de anjinho. Mourinho, esse, com ar azedo, se isso for bom para o seu projecto, apresenta obra, da cabo a rabo: foi feliz em Portugal, no Porto, continuou esse invejável estatuto em Inglaterra, prolongou-o por Itália e, rezam as bruxas, não deixará de fazer o mesmo em Espanha, no Real dos Reais.
Com dois métodos e dois esquemas, um e outro são uma espécie de gente que nos deve motivar: se um fala e é aceite, o outro concretiza e mostra que Portugal, afinal, não é um qualquer reino de bananas, mas um país com nível...
Com um terceiro lugar nas tabelas do futebol mundial, com um técnico que é estrela cintilante, com um Eusébio, um Figo, um Cristiano Ronaldo, a culpa de termos um Primeiro-Ministro que teve azar no tempo em que governou, porque mostrou garra, mas esqueceu-se de analisar as condições económicas que o mundo apresenta, não nos cabe, de certeza. Se não votámos nele, sentimos que tudo isto é mau, que a vida a encarecer, talvez, não tenha apenas o seu carimbo, mas não podemos deixar de ver que errou bastante...
Mas o meus Mourinhos são outros, aqui em Lafões e Oliveira de Frades. Dão pelo nome de Martifer, Portax-Iberoperfil, Rações Classe, Pereira e Ladeira, Campoaves, Sequeira e Sequeira, Perfisa, Notícias de Vouzela, que, este ano, comemora 75 anos de idade, Misericórdias e Bombeiros de Oliveira de Frades, S. Pedro do Sul e Vouzela, ASSOL, Barragem de Ribeiradio e tantas outras gentes e instituições desta Região de Lafões que, estando em subida, não pode assistir ao folclore do aumento das portagens sem dizer que esse é um discurso para quem não sabe que a EN16 está entulhada de todo e que o Índice de Desenvolvimento desta zona ainda anda longe daquilo que, sendo necessário, nem aí chega...
Ao terminarmos este mês de Maio, que foi de um negrume que até nos assustou, a ponto de ficarmos calados desde o seu início, porque tudo cheirou a descalabro, desde as finanças, aos impostos, às decisões políticas, só sentimos algum alívio na Covilhã, mas até esse é um ponto em que tudo, não sendo capaz de ser árvore de grande porte, se fica por uma vulgar Queiroz, que, nesta minha terra, tem ar de planta sem pinta de saltos altos: mas, porque o fruto depende de muitos factores, o melhor é sabermos esperar...
M e M têm um lugar especial. O resto é uma qualquer lástima, salvo as estrelas da minha terra, que alumiam com algum brilho e esperança, tantos são os pergaminhos, de idade e valor, que nos podem apresentar.

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