terça-feira, 22 de março de 2011

Isto não anda bem

Aqui, na encosta da Serra do Ladário, entre Aveiro e Viseu, num ponto em que o meu concelho, Oliveira de Frades, quase mostra a sua vertente de transição, começou a chover e a trovejar. O ar primaveril está, assim, a fugir-nos um pouco, esperando-se que por um curto período.
Obviamente que não é isto que me preocupa. Tenho receio, muito receio, do que pode estar para vir a outros níveis: o meu país não pára de sofrer. Perde hoje, não ganha amanhã e tudo cheira a enorme dúvida e confusão.
Se entendo que é tempo de virar a página, tais as peripécias que temos vivido, não deixo de estar apreensivo, muito mesmo.
Sei que, amanhã, se joga muito do nosso futuro próximo na Assembleia da República. Sei que as posições estão nos antípodas de um e de outro lado da barricada e pouco ou nada há a fazer para inverter esse ambiente de incrível crispação.
Sei que os mercados estão sobre nós como gato a bofes. Sei que a UE quer que caiamos na verdade dura do recuo na dívida, mas duvido desta receita que agora nos apresentam e discuto a forma como aqui se chegou.
Sei que é arriscado dar um passo noutra direcção. Sei, no entanto, que prolongar esta agonia também não é remédio que baste. Sei que quero ir para outro lado, mas não sei se esse será o melhor caminho.
Em suma, sei tudo e não sei nada. Seja o que Deus quiser, que os homens falharam de todo!...

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