sábado, 12 de março de 2011

Sem palavras

Desde Fevereiro, esse mês curto, à medida do nosso ordenado e, mesmo assim, com muitos dias a mais, que nos não abeiramos desta banca. Temos o dever de pedir desculpa por tal omissão. Isso aqui fica. Mas, agora que regressamos, vamos ao trabalho:
1 - Temos Presidente novo-velho, reeleito e agora empossado. Veio à Assembleia, em dia solene de baptismo renovado, e barafustou. Não foi cordial? Não. Foi duro? De que maneira... Falou demais? Talvez para o "dia", que não para as necessidades de alguém que seja capaz de dar dois murros na mesa de tanta ilusão, morta em função daquilo que se conhece... Foi o fim de um ciclo? Cremos que sim. Acabou-se o verniz? De todo... Até porque, de partida para Bruxelas, o PM se encarregou de, a machado, aparecer de catana e carro-canhão, ao esconder aquilo que deveria ter confessado, em sinal de constitucionalidade não quebrada... Vêm aí tempestades? Já não há sol que nos anime....
2 - Geração à Rasca, não; um mundo de gente descontente, sim: só assim se compreende o protesto que saiu para as ruas do país, oriundo de um modo desorganizado e inorgânico, neste dia 12 de Março. As multidões que, há pouco vimos na TV, dizem tudo. Ouvi-las é um imperativo de consciência e de governação consciente. Baixar os olhos será sempre o pior dos caminhos.
Não estivemos lá, porque os combustíveis estão caros. Mas, em atitude mental, não perdemos pitada deste movimento que nos põe todos a pensar. Ou, pelo menos, assim deve acontecer.
3 - A comunicação de que os camionistas vão parar é outro sinal incomodativo.
4 - A existência de uma Europa em soluços pressupõe grande constipação, quase pneumonia a caminho de um sufoco total, se não quiser segurar o projecto de sonho que, um dia (e que rica ideia ela foi!) nasceu. Se não agir num todo económico, cai em vão tudo aquilo que for dito. Pegar em pontas não diz nada: precisa-se é de mais acção conjunta, a 27 e não desta forma casuística e calculista...
4 - Mas o que mais nos tira o sono é o que se passa no Japão, onde a natureza ditou as suas poderosas e, neste caso, destruidoras leis. Para todas as vítimas, o nosso pesar. Para aquela gente, que foi dada a conhecer à Europa, pela primeira vez, por portugueses, que a vida continue!
5 - Cheios de incertezas, ainda acreditamos que é possivel esperar dias melhores. Mas, por cada dia de atraso em escolher o melhor caminho, é todo um futuro que se hipoteca.
6 - Dito isto, dêem-se os passos que muitos aguardam, incluindo nós próprios e as "gerações à rasquinha" e tantas elas são!...

Sem comentários: