quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Apanhar aves, uma nova profissão

Apanhadores de aves em nova profissão Em grupos de dezenas de pessoas, jovens e adultos, homens e mulheres, juntam-se ao fim do dia para irem desempenhar uma nova profissão que ainda não tem muitos anos de existência:” apanhadores de aves”, desde frangos a galinhas, a incluir ainda os perus, situação esta que se verifica, com mais intensidade, por alturas do Natal. É frequente assistir-se a esta concentração profissional, por exemplo, nas Bombas de Combustíveis de Paços de Vilhariques, na EN 333, variante nova, para uns minutos de convívio e reabastecimento alimentar. Actuando por equipas, em organizações empresariais que se dedicam a este ramo de negócio, deslocam-se dezenas de quilómetros para esse seu trabalho. Há carrinhas já com o símbolo destas novas empresas e a respectiva descrição funcional no seu exterior. Mas, em termos de meios de transporte, se essa é uma modalidade já mais avançada, outras formas subsistem, porque o que interessa é não deixar de comparecer nos restectivos aviários à hora certa, por regra, bastante tardia, como dissemos. Entrando em contacto, há dias, com um destes apanhadores de aves, um jovem de Oliveira de Azeméis, ficámos a saber, por alto, como funciona este esquema: há uma firma integradora, que recruta o pessoal, com quem contratualiza o respectivo vencimento. Descobrimos que pode ser feito à hora, ou à peça. Neste último caso, os preços variam: se forem frangos pequenos para churrasco, por exemplo, tem um custo por ave. Se se tratar de espécies maiores, sobe-se a parada. O pagamento, nesta situação, é feito por equipa. Cada um de seus elementos recebe a parte individual que lhe compete. Quanto a trabalho desempenhado, isso também é variável. Tanto se faz uma como uma série de carradas numa só noite, ora num local, ora em várias terras. Em complemento destas presenças, também se vêem os grandes camiões que transportam as jaulas, às centenas e ali, por vezes, comparecem para uma troca de ideias. Sendo gente que já se conhece, o trabalho torna-se, por esse facto, mais facilitado. Mas a sua dureza e a força que é preciso fazer nas mãos são apanágio de cada profissional. A correrem, ave a ave, lá saem dos aviários e aí vão, estrada fora, para os matadouros. Por cada uma delas que costumamos saborear, sabemos agora que a sua apanha é tarefa custosa, mas necessária. Muito suor humano tem no seu percurso de vida, por sinal, não muito longa, de uns dias a alguns meses. É esse esforço, a par de muitos outros, que faz com que as possamos saborear Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Nov 2015

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