quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Museu Grão Vasco, um bom viveiro

Se às três é de vez, desta feita apenas podemos falar em duas situações. Mas a sua sequência mostra que o Museu Grão Vasco, em Viseu, é um bom laboratório e viveiro para a carreira de quem quer singrar na vida. Primeiro, Dalila Rodrigues saiu desta casa e foi dirigir o MNAA. Agora, calhou a sorte a António Filipe Pimentel, que fez as malas e aí vai de abalada para a casa lisboeta, uma espécie de céu museológico a que todos aspiram.


Como diz o "Público", aqui temos mais um profissional com uma grande ambição, mas, acescentamos nós, com uma lacuna de vulto: a veia para a gestão. Acreditamos, no entanto, que a sua experiência profissional e académica possa ultrapassar aquilo que a Ministra não viu em Paulo Henriques, se tal argumento não tiver sido a poeira para os olhos com que, frequentemente, somos brindados.
Mas, com esta partida de terras de Viriato para a Capital, pela parte que nos toca, ficamos algo agradecidos. Afinal, ao menos, servimos para gerar gente que salta do interior para a Casa Grande, aquela que, em carreira, todos desejam.
Tememos é que tal ida cheire a muito passsageiro, porque a longevidade daquele cargo não é presságio de nada de bom: Dalila viu-se forçada a abandoná-lo, com muita pena nossa; Paulo Henriques, idem-idem.
Resta saber quais são as cenas seguintes do livro que agora se reinicia. Se Deus quiser, aqui estaremos, então, para o saber.
Cá por mim, que de História também sou, MNAA, uf!, nunca: não tenho vocação para fechar e abrir portas vezes demais.
Ao novo Director, apesar de tudo, boa sorte!
Resta esperar para descobrir quem está a caminho de Viseu, que o seu Museu, sendo bom viveiro, não pode ser visto como uma qualquer rectaguarda para Directores em trânsito, uma espécie de comarca de ingresso, daquelas de antigamente.

Se nos agrada que a escolha tenha recaído em quem viveu de perto com "Grão-Vasco", esta constatação não augura nada de bom. É que Dalila Rodrigues teve o triste destino que se conhece e, como agora, os prazos também foram água-vai, bem pode acontecer que Pimentel não aqueça o lugar.

Está visto que a Arte Antiga não se dá muito bem com esta "modernice" de nomeações: por dá cá aquela palha lá se pira o Director pela porta pequena, para não falarmos numa outra "corrida" qualquer...

Ou há ali uma grande pedra no sapato, ou aquela Casa tem enguiço.

De História sou eu, mas, uf!, ali nunca poria os pés

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