terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Neve e chuva alimentam rios

Este Inverno tem-nos trazido um pouco de tudo. Envergando vestes de outrora, trajado a rigor de capote e capucha, ora aparece com um frio de rachar, ora se verte todo em águas-mil, ora nos brinda com um poderoso manto de neve tão branca que faz doer os olhos, ora deixa escapar uns raios de sol, ora bufa, assanhado, por todos os lados, ora grita desmedidamente, quase a meter medo, ora se esgueira de nós sem dizer palavra e aí vai cedinho para a cama, fugindo por entre as águas do mar, para voltar, de novo, no dia seguinte com o seu ar de improviso, por mais que se esforcem os homens em querer ler a sua sina...
Hoje mesmo e nos dias imediatamente anteriores, todas estas sensações se entranharam nas nossas vidas, com particular interesse. Por aquilo que vimos, o planeta terra ainda tem algumas boas reservas, que convém não desperdiçar, para que se conservem tal como sempre foram: estações do ano, à antiga e à maneira de nossos queridos e saudosos avós.

Dicas do dia

Nas andanças da vida, melhor, na necessidade de ter o carro em ordem, tivemos de ir a Tondela, lá em baixo, onde o vale de Besteiros se apresenta senhor de si mesmo: plano, aprazível, cheio de barro preto e muita arte e até uma povoação que tem nome de África, mas fica ali a dois passos do centro de mais uma das nossas novas cidades. Com Marrocos no seu património, um concelho assim é sempre mais rico e mais cosmopolita.
Feita esta visita europeia e "africana", chegou a hora do almoço e lá fomos nós, aí pela décima vez, até à "Varanda do Criz". Coube-nos em sorte um saboroso coelho estufado, envolvido na maior das surpresas: um Rio, aquele, o Criz, cheio que nem um ovo, melhor, que ovo partido com a força que imanava do seu interior, porque as suas águas inundavam as margens, quase abafavam a porta do moinho, ouvindo-se dizer que, em sete anos, aquela era uma enchente de se lhe tirar o chapéu.
Com as suas fontes a serem a chuva e a neve caramulana "derretida", a quererem caminhar para o mar, via Dão e Mondego, um Rio assim vale a pena ser visto e lembrado.
Por mim, não vou esquecer tão depressa o espectáculo que me foi dado apreciar daquela "Varanda" especial...
Prometo voltar, de certeza.

Sem comentários: