segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Uma portaria para chatear

Veio ter-me às mãos uma portaria, a 303/2011, hoje mesmo vinda a público no DR, que termina o processo do fim das SCUT. Nela se escreve, assim sem dó nem piedade, quanto se vai pagar nas A25, 24, 23 e 22, a casa dos vinte para não haver confusões. Já lá vi os montantes, troço a troço, com algumas "brancas" pelo meio referentes àqueles onde dizem que nada se paga, por não haver mesmo alternativas, como é o caso do pedaço que me diz mais respeito entre Talhadas do Vouga e Reigoso, aqui já no concelho de Oliveira de Frades. Depois volta a pagar-se, vem de novo outro corte e assim se vai até Vouzela nascente, ali perto de Confulcos. Em classe A), de Albergaria a Vilar Formoso são 15.65 euros - A25; de Viseu a Chaves,14 - A24; de Torres Novas à Guarda, 19.30, no A23. São bateladas de massa para regiões de fracos rendimentos e reduzido poder de compra. E vão ficar piores, de certeza. Peço um estudo a quem tiver uma boa máquina de calcular e um conta-quilómetros minucioso: é que me dizem que as fracções custam 0.07324 euros/km mais IVA e eu desconfio que nos estão a vender gato por lebre. Responda quem souber. Que eu também vou tentar tirar isto a limpo!... Se me dói o princípio desta atroz medida, que vem ao arrepio de tudo quanto foi dito durante a década anterior, muito mais lamento a insensibilidade territorial de um país que, nisto, não soube ser solidário. Sei que, nas primeiras dez viagens, se tiver o dispositivo respectivo ou via verde, nada pago. Relembro que, de seguida, tenho um desconto de 15%, mas sei muito bem os reflexos negativos que isto vai trazer para a nossa economia regional. Sei quantas lágrimas se vão chorar, porque, a partir do dia 8 de Dezembro, vamos pagar portagens na A25, quando nos disseram que a verdade era outra. Este Estado não é beirão: não tem palavra! E nós é que o temos de aturar. E pagar. Para nós, talvez, mas muito mais para outros, os de Lisboa e do Porto.

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