segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Quero o meu Tribunal

Vivo por aqui, nesta encosta da Serra do Ladário, no concelho de Oliveira de Frades. Sempre soube que poderia recorrer, se fosse o caso, aos serviços de justiça, em tribunal próprio, que tantas dores de cabeça deu aos meus antepassados. Na luta pela Comarca, foram muitas as lutas travadas, as traições sofridas, até ter chegado a hora de o Conselheiro José Maria Alpoim, nome que a nossa toponímia regista com agrado, a ter oferecido a quem tanto a pediu. Aconteceu esse feito, se a memória me não falha, nos primeiros anos do século passado. Convivi com o velho Tribunal misturado com Câmara, com Notário, com Registo Civil,etc, tudo isto num só edifício, que, restaurado há anos, serve agora como Câmara apenas e Biblioteca Municipal, esta por uns tempos, que está prestes a viajar para uma nova Casa, também recuperada, ali mesmo ao lado. Construído o novo Palácio da Justiça, na década de oitenta, ali ficaram o Tribunal e outros serviços. A terra cresceu, deu pulos de gigante, é hoje um espaço e um território com vida, com desenvolvimento. Mas, azar dos azares, é também lugar de serena vivência, porque, dizem os escravos das estatísticas, não tem mais de 250 processos por ano, em termos de estimativa. Como não se anda à paulada por dá cá aquela palha, o Tribunal, ao que parece, não tem vindo a entupir. Vai daí, quer agora a Senhora Ministra, que, a proceder assim, nunca ali vai ter nome de rua, nem flores à sua passagem, se por ali aparecer,fugir com o nosso Tribunal e mandar fechar as suas portas. Grande inJUSTIÇA vai cometer. Os meus conterrâneos querem andar para a frente, criando riqueza e desenvolvimento. A Senhora Ministra, pelo contrário, quer que a gente fuja a sete pés da terra que amamos, desertificando-a. Se é esta a nossa justiça, mal vamos nós. Ela leva-nos o Tribunal, se a deixarmos fazer esta malvadez. Outros já carregaram com os Serviços de Saúde, há anos, proibindo-nos de qualquer percalço pela noite dentro. Trancaram também muitas de nossas escolas. Agora, é a vez de tomarem de assalto o Tribunal. Uma pergunta, a propósito: que faremos nós aqui? E que futuro se quer para estas nossas terras? Pare lá com isso, Senhora Ministra. Ainda está a tempo de fazer uma boa acção. Esperamos, todos nós, que assim proceda, ou que alguém lhe puxe as orelhas. Se for por bem, não virá mal ao mundo se uma Senhora assim vir suas orelhas bem aquecidas. Nem que seja Ministra, ou talvez mesmo por isso!....

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