quarta-feira, 5 de abril de 2017

Em Vouzela, a Banda tem imagem de marca

Banda de Vouzela com cinco estrelas e 145 velas Em mais um dia festivo, para assinalar um longo historial, que conta com 145 anos de existência em duas fases distintas e complementares, a Banda da Sociedade Musical Vouzelense veio à rua, no passado dia 12, para mostrar o que vale – e é muito – e para cumprir o programa previamente estabelecido, ainda que com algumas alterações, devido ao tempo chuvoso. Como sempre, apresentou-se ao seu mais alto nível, com cinco estrelas. Logo pela manhã, o primeiro sinal de que este era um dia diferente apareceu com o hastear da bandeira, seguindo-se a Missa Solene e a romagem ao Cemitério, para, aqui, neste local sagrado, lembrar todos aqueles que, tendo dado muito a esta Colectividade, um dia acabaram por partir. Como também é preciso aquecer os estômagos, veio o almoço-convívio, a que compareceram mais de uma centena de pessoas, ali se vendo as mais altas entidades locais, mormente o Presidente da Câmara, Rui Ladeira, os vereadores, o Presidente da União de Freguesias, António Garcez, outros autarcas, antigos maestros e outros amigos da Banda. Em tempo útil, Paulo Carvalho, músico e Presidente da Direcção, saudou toda a família ali reunida, lançando um apelo, o do costume, um pedido à CM para a oferta de um novo instrumento e um novo, o apoio para a publicação da Monografia, de que já há muito trabalho feito pelo saudoso Agostinho Torres, mas que importa completar e editar. Escusado será dizer que ouviu respostas positivas da parte de Rui Ladeira, prometendo tudo fazer para que esse objectivo venha a ser uma realidade. Com votos de que a Sociedade Musical Vouzelense se rejuvenesça sempre, guardado para a tarde ficou a coroa de louros, o concerto musical. No Cine-Teatro João Ribeiro, foram muitos os ouvintes que ali se deslocarem, indiferentes à chuva e ao tempo menos agradável que se fazia sentir. O importante era escutar, com atenção e muita vontade, os sons da Banda em traje de festa. Ninguém dali saiu desiludido. Em espectáculo brilhante, palavras que se ouviram de quem muito sabe de música, como Guilherme Cosme, durante mais de uma hora desfilaram as peças, em viagens musicais e culturais de excelência, andando-se por Portugal e por esse mundo fora até se chegar à Índia, com um famoso e sonoro “ Terra à vista!”. Durante estes momentos, ainda houve a apresentação de duas novas executantes, a Mariana Agnelo, em trompete, e a Mariana Silva, em clarinete. Entretanto, pelo seu fenomenal desempenho como solista num dos trechos musicais apresentados, Cristiana Silva, recebeu uma estrondosa ovação e saudações emocionadas como aquela que veio de seu Avô e Colega de caminhada nesta Instituição, entre outras. Como jovem Maestro, que as águas da sua terra, Vouzela, muita música lhe deram, Diogo Tavares impôs-se em arte, mobilização e capacidade criativa nesta Banda. Uma das peças ali tocadas, “Homenagem a Joaquim Tavares”, seu avô e ex-executante, foi da sua lavra. Com o Pai sentado entre os demais músicos, esta é uma família onde este gosto se serve à mesa todos os dias. É com estas e outras dedicações que se constrói uma obra desta enorme dimensão e envergadura – a Sociedade Musical Vouzelense. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Fevereiro, 2017

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