terça-feira, 30 de setembro de 2008

Tarde de OutonoA

Aqui postado à varanda, a olhar a serra, que me traz boas ondas, ponho-me a pensar naquilo que se passa do outro lado do Atlântico, onde, no reino dos reinos, este Outono vai de mal a pior, porque desabam todos os prédios financeiros e, talvez, um efeito de "tsunami" venha por aí fora, submergindo tudo e todos...
Numa terra que tem sido uma espécie de sonho para toda a colher, afinal nem sempre é assim: quando os homens não querem, os deuses escrevem outras escrituras e o terramoto aparece. Foi assim em 1929, esperando-se que essa trágica história se não repita. Então, a banca desfez-se, as poupanças eclipsaram-se, o mundo ficou depenado e a fome, o desemprego - e, mais tarde, a guerra - ditaram as suas leis.
Hoje, os representantes do povo ainda dormem sobre a derrota da proposta presidencial, que, dizem, traria a bonança, ou, pelo menos, a anestesia. Mas outras esferas vieram a impor-se, porque os tempos futuros são de eleições e os frios cálculos não deixam de suplantar tudo aquilo que, até, poderia ser um poço de virtudes, um pano quente nas dores financeiras que a América sente e o mundo, por inteiro, muito teme.
Nesta roda global, nada fica de fora.
Da China - que talvez venha a lucrar com tudo isto, por ser credora líquida dos EUA - nem o leite foge à regra de uma escalada mundial de triste memória. Da América, é o que se vê. Da Europa, mesmo da União, por mais que se esforce o presidente francês, ainda pouco se passa de uma manta de retalhos: todos falam e nenhuma solução de fundo e em conjunto se vê surgir.
Do mundo, que é de todos nós, pouco se espera de bom, por este andar.
Vale-me a minha varanda, a minha serra e a água que corre - e essa nunca pára - nos regatos da minha aldeia. Até quando? Essa é que é a grande questão.

Sem comentários: