terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

De um banquito para um cadeirão

Dizem que somos terra pequena, que não passamos de um qualquer torrão à beira-mar, mas daqui sai gente da alta, como se vê agora com a ida de Víctor Constâncio para a vice-presidência do Banco Central Europeu, o conhecido BCE.
Deixa assim de dirigir o nosso Banco de Portugal, mas não perde importância nem, talvez, proveitos. Se esses pormenores não nos importam, por cheirarem a buraco de fechadura, como alguém dizia há dias, o relevo vai todo inteirinho para esta escolha, que não pode passar despercebida a quem gosta de ser quem é: gente que se sente com aquilo que acontece a cada um dos seus compatriotas. E este caso de sucesso sabe bem reconhecê-lo, verdade seja dita.
Agora, daqui a meses, vai haver mudanças na grande casa do dinheiro português. O senhor que se segue é, para já, uma enorme incógnita. Eu não sou, de certeza absoluta.
Mas que vou estar atento, isso posso garantir. Fica, no entanto, uma sugestão: aproveite-se esta oportunidade para trabalhar com razão de estado aquilo que com o estado tanto mexe. Por qualquer prisma que o vejamos, mais social, menos liberal, mais regulador, menos controlador, o estado, o nosso, não pode ser deixado ao acaso nem ao capricho de ocasião. Pede-se uma outra postura: elevação, eis o termo que me ocorre, de momento.
A mesma palavra gostaria de a ver aplicada à adivinhada contenda que começa a estalar no PSD e já não é sem tempo.
Com três candidatos, pelo menos por agora, dirimam-se argumentos, mas preserve-se o essencial: eleve-se então o discurso, para se poder ver ao fundo do túnel uma qualquer alternativa, credível e apetecida.
É isso que se aguarda, tanto aqui na Vagueira, como lá em cima, na encosta da Serra do Ladário, terras de Oliveira de Frades, que ontem tiveram mais encanto com o manto de neve que as ornamentou.

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