quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Em plano inclinado

Até me tenho desviado de pegar nesta página da Net, a minha amiga de muitas horas, porque são pesados os tempos que estamos a viver. Aqui, no ponto em que a Serra do Ladário deve rondar os 400 metros de altitude, chegam dados de todo o mundo. O tempo de saber pouco, de acreditar em que a chuva e o sol eram universais em cada segundo, iguaizinhos nos seus efeitos em todas as partes deste mundo, já passou. O meu concelho, o de Oliveira de Frades, anda de ouvido atento e nada lhe foge. Nem este desconchavo de ver um país, o seu, a quase afundar-se nos leva a tapar os ouvidos e a cegar os olhos.
É triste o panorama que vivemos: ninguém acredita em ninguém, todos falam, não há razão alguma em qualquer das partes, advogados atiram-se a juízes e magistrados, estes dizem mal daqueles, e aqueles destes, os jornais divertem-se em minar tudo o que seja ponto de pólvora, a rádio e a televisão seguem o mesmo caminho, a voz pública anda desconfiada e, pior, muito pior do que isso, as carteiras estão cada vez mais vazias.
Na minha terra, vive-se com o credo na boca. Na estranja, os grandalhões teimam em querer deitar a nossa credibilidade abaixo, os ricalhões bancos falam já em encontrar meios de continuar a encher os bolsos, o governo local acena com um outro forte apertar do cinto - o do congelamento dos salários até 2013 - e, no meio de tanta gritaria, já se sabe quem vai pagar o maior quinhão da crise: o mexilhão, a arraia miúda do meu amigo Dr. Jaime Gralheiro.
Vem aí o Carnaval.
Máscaras?
Tenho que chegue. Esta, a da crise e dos desvarios que por aí abundam.
Mais?
Porra!... Nunca.

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