domingo, 11 de abril de 2010

Um abraço para o mundo carioca

Não conheço o Brasil, muito menos a sua jóia da coroa, o Rio de Janeiro. Mas todo o meu universo e história pessoais têm muitos desses ecos do outro lado do mar, desde a carta de Pero Vaz de Caminha àquele relógio que, um dia, o meu Tio Abílio me trouxe, assim como um carro de corda, pesado que nem um pedregulho - a fazer as delícias dos meus companheiros de brincadeira -, objectos que nunca mais esqueci. Nunca, meu saudoso tio!
Da minha prima Maria, que a minha mãe tanto evoca, tive o prazer de a contactar assim como os familiares mais directos, que, há poucos anos, aqui estiveram e foram dormir às Termas de S. Pedro do Sul. Estes os laços de Oliveira de Frades. Mas não quero, nem devo esquecer, aquelas ligações que me vieram pelo casamento, esse momento dos momentos da minha vida, acontecidos pelos arredores de Vouzela, ali, ali onde Decepado do Toro, D. Duarte de Almeida, dizem, nasceu e viveu parte de sua vida.
No meio destas recordações, estranho seria não recordar aqueles nossos irmãos de sangue e de comunidade que perderam as suas vidas por entre morros desfeitos de lama e chuva, muita chuva. Que dor a dessa gente, que dor a minha por ver que assim partiram!
Sentidos Pêsames a todas as famílias e um abraço eterno - porque sou daqueles que acredito num Mundo para além deste! - para quem assim se despediu, sem apelo nem agravo, das contingências de um tempo, cujo segundo depois daquele que agora vivemos, não tem qualquer controlo humano...
De momento, perdoa-me Passos Coelho, até me esqueci do discurso de estado que fizeste hoje, domingo, no Congrsesso do PSD. Gostei muito das tuas palavras.
Mas o meu coração está com quem sofre, desde o Brasil à Polónia, terra que viu desaparecer, tragicamente, o seu Presidente da República e tanta outra grata gente desse país nosso parceiro de caminhada europeia.
Num lado, Rio de Janeiro, foi a tempestade que ditou a mais terrível das sentenças para centenas de vítimas, noutro, a Rússia, foi um avião que, talvez, também não conseguiu fugir aos efeitos da atmosfera e suas contingentes partidas, que a todos apanham desprevenidos.
Sempre a morte, sempre o fim de quem por aqui anda e nos escapa assim, com muita tristeza.
Por isso mesmo, até esqueci o Congresso de Cascais, talvez por isso mesmo e uma outra circunstância: acontecer na Linha...
Chiste à parte, que todos olhemos para quem mais sofre: Brasil e Polónia!
E curvemo-nos perante a memória de quem nos abandonou!

Sem comentários: