quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dívidas na Madeira e fim das SCUT no A25

Estes últimos dias só nos têm trazido notícias más da Madeira, num tornado que nos chega a 200 à hora. Com um acumular perigoso de défice oculto, o que agora(?) se veio a saber traz muita água no bico e pouco do que de mais idílico por ali existe. Numa face negra de uma prática política que não abona nada em favor da credibilidade que devemos demonstrar, assim acabamos por estragar a pintura que estávamos a fazer para impressionar, positivamente, os mercados e os nossos credores.
Com esta mancha esburacada que dali nos veio parar às mãos, está o caldo entornado, a ponto de o Primeiro-Ministro, ontem, ter mostrado um grande embaraço e desconforto - faltou, no entanto, o murro na mesa que se impunha! - e de ter declarado que não pode dar cobertura, nunca mais, a este descabido e descabelado tipo de comportamento.
O mal está feito, na ordem dos cerca de 2000 milhões de euros, porque cada dia sai da panela mais um pedaço de verba a pagar e que não aparecia nos livros, como era dever de quem ali governa. Por este andar, é mais um barco que ameaça ir ao fundo, se não se travar estes desmandos.
Por aqui, na encosta da Serra do Ladário, concelho de Oliveira de Frades, se isto nos incomoda e enjoa, muito mais nos vão doer as portagens no A25, porque, hoje mesmo, já ali vimos placas onde se vai inscrever o valor de cada troço a pagar. É esta falta de solidariedade nacional que me dá cabo das ideias: na Madeira temos o regabofe que agora se desvendou, mas que toda a gente sabia - e calava! - e nas grandes metrópoles somos nós todos que pagamos o Metro enterrado e a descoberto, em Lisboa e no Porto, a Carris, os comboios, os STCP, etc., e, para destruição do desenvolvimento integrado que deveríamos defender, neste território tão esquecido e abandonado durante séculos ( uma palavra de apreço para D. Afonso Henriques que nos coroou de benesses, nas Caldas de Lafões, nas Cartas de Couto, no apoio a esse colosso em que nos integrámos, o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra), vamos agora descapitalizar a economia que nos podia salvar.
Se a coesão é um bem precioso, estas machadadas no seu esquema são vidro que corta, são ferida que mata, são a prova de que temos filhos, enteados e enjeitados.
A tentar ir buscar umas massas, com esta medida, temos quase essa triste certeza, muito mais se perderá.
A ver vamos...

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