quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Um estado de alma

Com a vontade de conhecer melhor o meio em que vivo, gosto de vasculhar tudo quanto me possa ajudá-lo a compreender. Por razões que o destino traçou na minha vida, por opções que tenho vindo a fazer, como esta de, academicamente, estar metido num projecto em que entendo que as políticas públicas, muitas delas e ao longo de governos e regimes, deram cabo do povoamento do Interior, cheguei à conclusão, através do jornal que faz parte de meu ser acrescentado em termos familiares, desde 1973, o "Notícias de Vouzela", que o seu crescente número de assinantes reflecte a sociologia local e regional. Assim, em 1966, em número de novos assinantes, 184 pertenceram à Grande Lisboa, 16 ao Porto e arredores, 125 a África, 63 a outros destinos, para além de muitas outras paragens um pouco por todos os lados. Conclusão, e é esta a minha "Tese": estas terras deixaram fugir as suas gentes, porque algo falhou na política de planeamento e governação.Logo, há culpados de ordem maior que o meu bom povo bem gostaria de por aqui ficar. É esta condenação forçada a uma fuga de nossas terras, ontem e hoje, que me custa a aceitar. Como nada ou pouco posso a fazer contra estas situações, opto pela posição de as registar em trabalho académico. É isso que me anima desde há uns anitos e que agora está em velocidade cruzeiro, porque o meu estado de alma me diz que não podemos calar esta amargura de ver vazias as nossas terras. Só porque as quiseram matar aos poucos. E isso é que eu não quero...

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