quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Carros eléctricos e pontos de abastecimento, um bluff...

Choque eléctrico com carros parados Há ideias que se revelam acertadas e parecem acompanhar o ritmo dos tempos que vivemos. Algumas delas ultrapassam mesmo essa velocidade, como aconteceu, há décadas, com o nosso amigo Dr. Virgílio Borges, infelizmente já desaparecido, que sonhou com a energia fotovoltaica, a estudou em Doutoramento e a aplicou na sua moradia no Estoril e no relógio do Monte Castelo. Sonhador, tempos antes, quisera fazer da Quinta de Valgôde um sucesso empresarial agropecuário. E conseguiu-o, ainda que parcialmente. Desviando-nos do fim que tínhamos em vista ao iniciarmos estas linhas, só aqui colocamos o parágrafo anterior para homenagear quem assim antevê o futuro. E o Dr. Virgílio Borges foi um homem desses. Estávamos para falar dos carros movidos a electricidade e é disso que vamos tratar. Primeiro ponto: um cartão vermelho para a MOBI-e, entidade a quem temos vindo a solicitar dados para alinhavar esta espécie de estudo e nunca nos respondeu. Nem um linha sequer. Fazendo-nos falta essa voz oficial, ficamos com outras pistas, talvez não tão acertadas, mas as possíveis. Segundo ponto: por aquilo que sabemos ( e é, infelizmente, muito pouco) isto foi um bluff, desculpe-se a expressão, de todo o tamanho. Em 1026 postos de abastecimento espalhados pelo País – dados de 2010 a Fevereiro de 2012 - , estilo um que conhecemos junto à Biblioteca Municipal de Viseu, poucos préstimos tiveram. Temos uma vaga ideia que foi quase nulo o uso que deles se fez… Nesse mesmo período, a nível nacional, tinham sido comercializados 231 veículos, alguns deles para o Governo de então mostrar algum trabalho de casa. Pouco mais. Terceiro ponto: o facto de terem de ser abastecidos sensivelmente de 120 em 120 quilómetros, por um período de cerca de seis horas, não é trunfo que possa surtir efeito agradável. Quarto ponto: o preço exorbitante do seu custo inicial põe muita gente a fugir dessa solução, sendo que, valendo à volta de dez mil euros, chegam a atingir os mais ou menos 40000 euros, o que é um absurdo e um disparate de cabo de esquadra. Quinto ponto: desconfiança de todo esse sistema, que só agradará muito mais quando descerem esses valores e se puderem carregar as respectivas viaturas, por exemplo, em casa. Sexto ponto: pode estar para breve o retorno a esse caminho, uma vez que a Nissan Leaf tem para venda 50000 carros, mas, mesmo assim, longe das nossas bolsas, por custarem em Portugal cerca de 32990 euros. Espalhando-os por 17 países, conta já com cerca de 7000 proprietários, pensando nós que nenhum no nosso país Sétimo ponto: creiam que muito gostaremos de aceder a estes veículos e a esta energia limpa. Mas, por enquanto, parece que há mais choques eléctricos que cheques em circulação. E isso é que é pena. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Fevereiro de 2013, talvez ainda actual em Dezembro de 2014

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