sexta-feira, 29 de março de 2019

Novos passes, mais discriminações negativas para o Interior

Continuam as duras assimetrias Transportes públicos com novos passes sociais A partir de 1 de Abril, o território português vai viver uma nova fase na política de transportes com a entrada em cena de passes sociais muito mais baixos nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Tal como vem sendo hábito em políticas públicas, a parte restante dos nossos concelhos vai ter de esperar mais uns dia, falando-se em 1 de Maio, em decisões que vão sair das respectivas Comunidades Intermunicipais. Para aquelas duas áreas vão 85% dos fundos afectos a este programa, na ordem dos 116 milhões de euros, cabendo à grande maioria dos nossos outros espaços a modesta verba de 12 milhões de euros. Pretendendo-se, como se refere na Portaria 1234-A/2019, de 2 de Abril, atingir a neutralidade carbónica e alterar padrões de mobilidade, entre outros objectivos, a parte de leão vai direitinha aos grandes centros e as migalhas espalham-se pela maior parte da área do nosso país. Se já vimos alusões a uma desproporção de 11 para 1, com os passes de Lisboa e do Porto a andarem à volta de 30 e 40 euros por mês, o Presidente da CIM (Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões), Rogério Abrantes, diz-nos que, pelas suas contas, rondam-se as nove vezes mais para aquelas urbes e arredores. Com 18 municípios na AM de Lisboa e doze zonas na do Porto a serem abrangidas por este programa, cabe às outras CIM em questão tratar dos territórios que lhes estão afectos e às Câmaras Municipais assumirem os compromissos com os seus moradores, mediante verbas a transferir no orçamento de estado. A propósito destas matérias, o Presidente da CIM Viseu, Dão Lafões, Rogério Abrantes, confessou-nos que esta entidade vai ter também “ passes sociais, andando à volta de 25% de descontos nos bilhetes comprados e 20% nos passes em questão, o que se aplica em 13 dos 14 municípios e em parte de Viseu, que tem projectos à parte”. Com a candidatura já aprovada em sede de fundos ambientais, acrescentou que “ é nossa intenção ter tudo isto no terreno ainda antes de 1 de Maio, se tudo correr bem”. Para esse efeito, decorrem negociações com as empresas transportadoras, que parecem levar a bom porto. Colocado perante a situação de virmos a receber tão baixas capitações, Rogério Abrantes disse que “isto me dói um bocadão, mas o Interior sempre assim tem sido tratado...” Entretanto, garantiu, a CIM não se vai calar, nem deixar de lutar pelos seus interesses e direitos. Quanto a transportes públicos, para já, são estes os quadros traçados. A ver vamos no que isto vai dar... Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, 28mar19

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