sábado, 11 de março de 2023

Há 75 anos discutia-se o folclore em Oliveira de Frades

Do folclore com problemas em Oliveira de Frades a novas obras na Misericórdia de Vouzela CR Estávamos no ano de 1948, quando, em Oliveira de Frades, uma reunião extraordinária da Assembleia Geral do Grupo Recreativo e Folclórico não conseguiu arranjar soluções para as desavenças e questiúnculas que se instalaram no seio dos seus associados, a meter em sarilhos a Direcção e os elementos do Grupo propriamente ditos. Como resultado, demitiram-se, nesse dia, os respectivos órgãos sociais. Entretanto, no vizinho concelho de Vouzela eram bem mais positivas as novidades que vinham da sua Santa Casa da Misericórdia, como veremos já de seguida. Deste modo, assinalaram-se, naquela Casa, os cem anos da inauguração do primeiro edifício propositadamente erguido para Hospital. É que, em 1841, atendendo às precárias condições que se viviam no então velho Hospital, instalado junto à Capela de S. Sebastião, a Mesa desse tempo decidiu avançar para a construção de umas novas instalações, com a respectiva primeira pedra a ser colocada em 28 de Janeiro de 1842. A certa altura, foi resolvido adquirir o amplo solar da histórica Casa da Cavalaria, por decisão testamentária da benfeitora D. Vitória Adelaide de Seixas Loureiro e Barros. No ano de 1948, assegurada que foi a necessária comparticipação do Estado, uma nova primeira pedra foi então colocada, desta vez com destino à ampliação e restauro das instalações que tinham sido erguidas muitos anos antes. Do relato dos acontecimentos de 1848, foi dito que, com o Provedor Gil Alcoforado de Azevedo Pinto Figueiredo, partiu da Igreja da Misericórdia um Cortejo até ao Largo de S. Sebastião, onde a bênção desse primeiro hospital esteve a cargo do Padre João Manuel do Vale, Arcipreste e Abade de Pinheiro de Lafões, findas que foram as obras que duraram seis anos. Acontece que, cinquenta anos depois, por ser pequeno passou para a Casa da Cavalaria. Por alturas de 1948, nova inauguração, esta já naquele mesmo local, com uma missa celebrada pelo Padre António Costa, tendo sido distribuído um bodo a 102 pobres, constituído por géneros alimentícios e pão de milho. Era Presidente da Comissão Municipal de Assistência o Dr. António F. Pinto Basto de Figueiredo. O Estado entrou com 248 contos e da Sub-Secretaria de Estado da Assistência foram recebidos 20 contos. Já que estamos a falar de “coisas” novas, também na vila de S. Pedro do Sul se inaugurou a Escola Feminina, em cerimónia presidida pelos Presidente da Câmara Municipal, Dr. Abel Poças de Figueiredo. E em Santa Cruz da Trapa, foi erguido um busto em homenagem ao Comendador Agostinho R. Valgode. Já em Queirã, anunciou-se que seria realizada uma feira nas terceiras quintas feiras de cada mês. Nesta mesma freguesia, para ser aplicado nas obras do CM de ligação entre a ponte da Igreja e a EN 337, recebeu a respectiva JF o montante de 37200$00 e viu-se reforçada em mais 21850$00 a verba de 64400$00 que fora destinada a obras na Igreja Paroquial. Entretanto, com a cantina escolar de Vouzela a ter gerado uma receita de de 13957$50 e uma despesa de 8599$70, foi aqui realizada uma festa escolar com a atribuição do Prémio Benjamim Costa, constituído em memória de seu filho, Serafim Costa, no valor de 100$00 para dois rapazes e duas meninas pobres e, vindo de um anónimo, o montante de 50$00 para o melhor aluno da 3ª classe (de recordar que, nesta época, era essa a escolaridade obrigatória para as meninas). Em matéria de ensino, o concelho de Vouzela viu serem aprovados 215 alunos nos exames do 1ºgrau e 88 no segundo grau, sendo, destes, 33 com distinção. Hoje, da educação as notícias seriam seguramente outras, mas não podemos deixar de relevar a mobilização da sociedade civil de então que à causa das escolas e dos alunos dedicava particular atenção em muitos dos seus sectores. Um exemplo a ter em conta… Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Março 2023

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