terça-feira, 29 de novembro de 2016
Minha terra, Oliveira de Frades, com Quartel da GNR renovado
Ontem, dia 28, o concelho de Oliveira de Frades foi dotado, com a sua inauguração, de mais um bom equipamento social. Tratou-se da inauguração das obras de grande restauro e ampliação do velho Quartel da GNR, agora com mais espaço, mais conforto, muito mais qualidade e funcionalidade. O antigo tinha começado a funcionar em 1969, tendo sido beneficiado com pequenas reparações, mas o seu estado inspirava cuidados. Foi então que entrou em cena uma parceria entre o Município e o Ministério da Administração Interna, este a custear os trabalhos, a rondarem 400 mil euros, e aquela a ceder o espaço, em contrato de comodato, por trinta anos. Às cerimónias em causa presidiu a Ministra do MAI, Constança Urbana de Sousa.
domingo, 27 de novembro de 2016
Um dia triste, mas...
Quando se acorda e se dá com a notícia da morte de um Primo, está logo o dia estragado. E triste. Foi o que me aconteceu hoje. Tentando espairecer, veio a vitória do SLB e esbocei um sorriso. Caiu o Presidente da CGD e senti que, finalmente, acaba uma dolorosa novela para o cerne da banca portuguesa. Já nem quero saber se há culpados, mas que os há, há e de certeza. Se se aprender com esta lamentável lição de má governação, seja como no póquer: pagar para ver. E nunca mais repetir cenas desta natureza. Por mais que me digam em contrário, ali houve mão governamental a prometer o que não devia, nem podia. Seja. Agora, é preciso dar a volta a isto e pôr a CGD a funcionar. Vamos a isso!...
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
Covas do Monte, uma terra do concelho de S. Pedro do Sul em que são rainhas as cabras e rei o seu restaurante
Pelas serras em busca de iniciativas novas
Há dias, andámos pela Pena e por lá vimos como se vai dando vida a uma terra que chegou quase a ter a pior das sentenças: ficar vazia de gente e, por isso, morrer aos poucos. Felizmente que esse mau presságio está a ser contrariado em cada dia que passa. Deixámo-la ficar para trás. Mas antes olhámos para uma mensagem escrita em lousa e aqui a estampamos, antes de seguirmos viagem: “ Vale a pena vir à Pena/E ficar com a saudade/Escrever-lhe uma quadra/Dizer adeus à cidade” – A. Almeida.
Verdade. Valeu a pena. Mas o “Notícias de Lafões” pede-nos que não fiquemos por aqui. Manda-nos avançar e é isso que vamos fazer. Por sinal, não sairemos da antiga freguesia de Covas do Rio, hoje uma União com S. Martinho das Moitas, uma enorme asneira que, um dia, aqui e noutros lados, foi posta em marcha. Má hora foi essa, repetimo-lo vezes sem conta. Estas são terras pequenas, são, de certeza. Mas têm a sua identidade e os caminhos para se ir para qualquer lado não são dos mais fáceis. No território, agora abrangido pelo novo modelo de divisão administrativa, as distâncias são enormes e a autarquia de proximidade perdeu muito de seu interesse e encanto. Não queremos com isto criticar ninguém que aqui manda, apenas constatamos um facto. Mais nada. E já não é pouco.
Num buraco da Serra, mãe de todas as riquezas, desde a água às pastagens, encontra-se a aldeia de Covas do Monte. O nome diz tudo, tal como em Covas do Rio. Encravada lá no fundo, por entre penhascos com cerca de 1000 metros de altitude, a povoação, onde pernoitam cerca de 2500 caprinos e bovinos e poucas dezenas de pessoas, fica a 450 metros acima do nível do mar, este lá tão longe e tão perto ao mesmo tempo. Certo, certo é que dali é impossível enxergá-lo, por mais que se estiquem os pescoços.
Falámos em pernoitar e não o fizemos por acaso. Tem esta frase toda a intencionalidade possível. Aquela multidão de cabras, muitas cabras e algumas ovelhas, a que se juntam também algumas vacas, só desce aos currais para dormir, que o resto de sua vida é feito em pleno monte à cata de alimentos naturais, daqueles que ali nascem e crescem apenas para sustentar estes animais. Não se estranha por isso que a sua carne e o seu leite tragam, em si, toda a pureza do mundo. Por outro lado, de salto em salto, a gordura também não pesa no corpo destas reses. Logo, de seu corpo só sai o que é bom, agradável ao gosto e ao paladar e benéfico para a saúde, que ali não há pitada de adubos nem pesticidas.
Foi com base nesta riqueza natural que surgiu uma das ideias e iniciativas que aqui nos trouxe: o seu Restaurante, de que falaremos daqui a pouco. Antes, porém, digamos que os “pobreiros”, à vez, vão cuidando desta tarefa e responsabilidade diária, levando pela Serra acima esses milhares de cabras e ovelhas. Livres como passarinhos, só há que as não deixar fugir para locais perigosos, sendo que a erva tenra, a carqueija e outros pastos estão, em todo o lado, à mão de semear, antes, à ponta da língua para os tragar. O pior é quando os incêndios dão cabo disto tudo e então é que a porca torce o rabo.
Manhã cedinho, é a saída. Pela tardinha, em dias muito mais curtos de Inverno, quase com computadores na cabeça, logo seguem, como relógios suíços, pelos carreiros abaixo, direitinhas, cada uma delas, aos seus currais. Sem atropelos, nem buzinadelas, o seu trinar típico anda sempre no mesmo tom. Assim procedessem os homens e o mundo estaria muito melhor!...
Dos animais ao restaurante
Este enorme rebanho de 2500 animais tem a prioridade absoluta. Deixá-los ir no seu passinho certeiro é o que se pede a cada um de nós. Com a sentença escrita logo à nascença, o seu destino está traçado: dar leite e carne para satisfação dos seres humanos. Sabendo que assim é, em modo de produção e comercialização de proximidade, valorizando as suas potencialidades e saberes, acumulados de geração em geração pelos séculos fora (com o seu isolamento até há décadas a ser um mal e um bem, simultaneamente, um mal porque travou estas terras do desenvolvimento sustentado a que têm direito, um bem na medida em que fez cimentar uma identidade que, ainda hoje e por muitos e bons anos, perdura e é a sua indestrutível imagem de marca), lá veio a nascer o Restaurante típico, num sábio aproveitamento da antiga escola primária, fruto da constituição da Associação dos Amigos de Covas do Monte. Bom passo foi este.
Acessível, sobretudo, por marcação, ali se degustam os produtos locais em ementas tradicionais que estão inscritas no livro do conhecimento local e que se não têm perdido.
Dotando esta aldeia de um particular carinho, muitos são os visitantes e viandantes que ali têm matado a fome e tomado contacto com boas preciosidades à mesa.
Entretanto, outros projectos aqui têm sido semeados, como a criação da Eco-Aldeia, no âmbito do “Criar Raízes” que vingou durante alguns anos no concelho de S. Pedro do Sul, em que se pretendeu dar-lhe um estatuto de coisa rara como, na realidade, é, sempre em diálogo com as populações locais.
Foram estas também, que, ao som dos chocalhos, juntaram a sua voz para indicar as obras individuais e colectivas que, durante dez dias, em 2013, cem voluntários, dinamizados pela área da Arquitectura da Universidade Católica – Pólo de Viseu, ali andaram a erguer, em termos da equipa “Terra Amada”. Acrescente-se que as Autarquias e o Estado, em geral, também colaboraram e cerca de 50 empresas particulares ajudaram a pôr de pé tudo quanto se projectou, respondendo a anseios e necessidades ali bem sentidos.
Covas do Monte, povo rural, foi conquistando tudo a pulso, desde a estrada à água canalizada. Por esse facto, ali vivem o seu dia a dia umas dezenas de estóicos habitantes, que não deixam a sua terra por nada deste mundo. Bem haja por esse sentimento de pertença e orgulho em viverem tão sólida ligação com suas origens. Só assim se mantém coeso e solidário o nosso território nacional, sendo que lá por Lisboa estas questões são esquecidas demais. Perigosamente demais.
Carlos Rodrigues, in “ Notícias de Lafões”, 24 de Novembro de 2016
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
Se não puder vir a Lafões, dê, em Lisboa, um salto à sua Casa, na Rua da Madalena
É Lafões uma das regiões com mais interesse geral do nosso País,pelas paisagens, pelos monumentos, pela gastronomia e doçaria, pelas acessibilidades (A25 e A24),mas, muito em especial pelas fantásticas Termas de S. Pedro do Sul, as de maior frequência na Península Ibérica, e, ainda muito melhor, pela excelência das pessoas que aqui vivem. Por estas e muitas outras razões, este espaço merece ser visitado vezes sem conta, que há sempre boas novidades a descobrir. Já agora, para quem vive em Lisboa ou nos arredores, há nessa cidade, na Rua da Madalena, a nossa Casa de Lafões que é a "embaixada" natural destas nossas terras. Ir aí é já uma forma de se tomar contacto com aquilo que é e há na zona de origem. Sabendo que esta centenária Instituição está com vontade de ainda melhorar a sua imagem e os seus serviços, bom será que se comece a criar o hábito de por lá se passar. Verão que vai valer a pena...
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Apre, já quase não posso ouvir falar da CGD e da CARRIS também não são boas as notícias
1 - Dia a dia, minuto a minuto, raro é o momento em que se não fale na celebérrima, aqui pelas piores razões, CGD. Estou cheio dessa conversa da treta, só porque há uns senhores que se julgam acima da lei e outros que lhes aparam todos os golpes. Consta que, no meio desta trapalhada toda e desde inqualificável impasse, há problemas sérios por e para resolver nesta nossa instituição financeira. Haja tino!
2 - Ainda esta procissão vai no adro e já sinto que, uma vez mais, a mim humilde cidadão do Interior despovoado e sem transportes públicas à altura das necessidades, me irão buscar ao bolso mais uma parte da monumental dívida que a CARRIS deixou: centenas e centenas de milhares de euros para o Estado pagar. Acrescentando: à CM de Lisboa foi dada a gestão desta CASA, mas só na parte do bom presunto, aquele que se come e de que se gosta. Os ossos, os couratos que ninguém quer, isto é, as dívidas, que as paguemos nós os 9500000 pessoas que da CARRIS pouco ou nada beneficiam. Se isto é coesão e solidariedade nacional, vou ali e já venho. À cautela, tenho de começar já a pensar onde vou buscar o dinheiro para mais esta conta que terei de pagar...
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
Dependurado da CGD
Esta noite, já sei, vou ter insónias: a Administração da CGD vai discutir, amanhã, se acata ou não a decisão do Tribunal Constitucional e isso tira-me o sono e dá-me cabo dos nervos. Quero dizer que esta dança triste e desengonçada já cheira mal. Sim ou sopas, entendendo eu que se está a valorizar demais um episódio que tem vindo a chamuscar uma série de gente, desde os Administradores a quem os escolheu e a quem lhes dá conversa. Se a CGD fosse uma tasca de esquina, vá lá, agora, sendo um pilar fundamental do nosso sistema financeiro e uma instituição pública, é uma vergonha este impasse. Credibilidade? Onde andas? Tenho a impressão que já está abalada de todo. Por mim, já tinha tomado uma decisão e há muito tempo: querem, querem. Se não querem seguir as normas do nosso Estado, a porta da saída, larga quanto baste, já lhes teria sido franqueada.Depois, quando já se fala num plano B e em nomes concretos, isto raia a maluqueira total. É um absurdo completo. Quem assim fala é um "dependente" financeiro desta Casa, mas começa de ver que assim não se vai a lado nenhum, ou antes, caminha-se para o abismo e isso é que eu não quero.
terça-feira, 15 de novembro de 2016
Repescando uma viagem pelos restos da antiga linha de caminho de ferro do Vale do Vouga...
Linha do Vale do Vouga com feridas várias e muitos pontos fortes
Num exercício de busca e tira-teimas, um dia saímos de Pinheiro de Lafões e fomos à descoberta do que resta da velha e inesquecível Linha da Caminho de Ferro do Vale do Vouga, no troço que mais nos diz respeito. Dadas umas voltas até S. Pedro do Sul, no sentido oposto, as conclusões gerais são as mesmas: há ali pista a aproveitar e quanto antes, de um lado e doutro.
Sabedores de que anda para aí uma boa ideia, a de pegar este tema de frente e de vez, retomando até iniciativas de outros tempos, quisemos ver como estão as modas a esse respeito. Assim, de bloco na mão, fizemos de carro o percurso que vai da citada localidade até à Lomba, em Cedrim. E daqui não passámos, pelas razões que abaixo se verão.
- Pinheiro de Lafões: perdida a Estação em favor de dois blocos de Habitação Social, mantém-se de pé. e em quadro de rara beleza, a Ponte, que, associada à Igreja Paroquial, é um verdadeiro postal ilustrado. Mais adiante, também a Ponte dos Melos nos encanta. Num piso aceitável, deparamos com o Apeadeiro de Nespereira, onde há, antes, um pequeno desvio, que muito nos agradou no seu aspecto e cuidado com que tem sido acarinhado.
Alguns “metros” além, um bairro novo e um Nicho de Nossa Senhora, salvo-erro, dizem-nos que ali há vida, mesmo sem comboio. Mas quisemos procurar um outro Apeadeiro, o de Santa Cruz, e tivemos dificuldade nessa missão, talvez porque seja uma ruína e nada mais.
Em sinal contrário, ganhámos um piso arranjado nalguns quilómetros, em operação que se não revela muito dispendiosa, mas cai bem. Parabéns a quem teve a gentileza de assim proceder. A seguir à Póvoa, lá estava um dos túneis que são uma constante aquém e além e que bem merecem um arranjo artístico, convertendo-o, este e os outros numa espécie de galerias, ou coisa que o valha.
Ao entrar-se em Quintela, surge-nos um pouco de estrada alcatroada, devendo retomar-se a Linha, junto a uma casa branca, à direita.
- Arcozelo das Maias – Aqui, sente-se um aproveitamento digno de nota, com a Estação a servir de Sede da Nova Geração, depois de devidamente restaurada. Compõe-se o quadro com um Polidesportivo e um bloco de Habitação Social. Feito mais um curto desvio, o percurso normal, à direita, não se faz esperar. Com piso renovado, outro bom retoque, com bermas limpas, ali não há problemas de maior em circular-se.
- Ribeiradio – Ao cruzar com a também sofredora EN16, a Passagem de Nível tem, em frente, um estorvo, já anunciado: uma rede a vedar aquilo que foi “estrada” de ferro, parecendo-nos que ali pode haver solução possível e plausível, procurando-se o consenso para evitar problemas de maior. De qualquer maneira, logo adiante, deparamos com a recuperação da velha Casa do Capataz, também Sede de uma Associação e as magníficas instalações da mais do que centenária Banda Marcial Ribeiradiense, dois pontos que são o orgulho de seus autores e promotores e, um pouco, de todos nós. Vemos ainda um outro pólo de Habitação Social, sinal de vida própria para aquele espaço
Nesta marcha, mais um portão a ter de ser repensado – aquele que ladeia o Parque Desportivo que, apesar de estar aberto, deve ser anulado, aqui também com a dose certa de diálogo e serenidade.
Quanto ao Apeadeiro de Nossa Senhora Dolorosa, é uma lástima e um desatino aquilo que ali se vê.
Entre Ribeiradio e Cedrim, o troço está num estado tal que se não aconselha. Salvam-se os dois túneis do Modorno, que não podem cair no esquecimento, nem a memória de um descarrilamento que ali houve há dezenas de anos. Como ponto de crescente interesse, ali temos a Barragem em todo o seu fulgor.
Em termos de oportunidade para o arranque da entrada em funcionamento desta Linha, como pista turística, muito nos agrada a sugestão, que já vimos escrita, de a associar ao futuro – e ansiado, dizemos nós, sem cansar – lençol de água, um outro tempo do tempo que aí vem.
- O inferno – Chegados perto do Extremo ( e este nome tem a ver com o fim de um distrito e início de outro, nesta caso, Aveiro e Viseu e Viseu e Aveiro) e dado o estado de abandono a que a Linha está votada, é de parar-se. Retome-se adiante, só para olhar o deserto que é o Apeadeiro de Cedrim, um monte de ruínas também. E de silvas e matagal. No lugar da Lomba, nesta freguesia, a via morreu. De todo. Cortada em grande parte, difícil será agora cosê-la pelas poucas pontas que restam. Mas, com engenho e arte, nada é impossível. Nem ali, onde o mal já está feito.
Acabada aqui a nossa viagem, dali para baixo nada mais podemos dizer, por agora. Ficará para outra altura, claro. Partilhando este balanço, o nosso voto vai, inteirinho, para a necessidade de se fazer reviver a nossa velha Linha do Vale do Vouga, mesmo sem comboios, nem automotoras, que se perderam para sempre. Votamos nisso!...
Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, há poucos anos
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