terça-feira, 27 de maio de 2008

O protesto das vacas

Nesta crise petrolífera, já não são apenas os seres humanos que berram por todo o lado, impotentes face aos efeitos dos preços altos do gasóleo e da gasolina, que lhes minam o ânimo e destroem a esperança. Também o gado bovino, cavalar e asinino começa a elaborar um caderno reivindicativo com os seus protestos, porque estes animais estão a ser chamados para trabalhos de que se tinham desabituado desde há muitos anos.
Com um sol tão negro, ei-lo que chega a todos, sem apelo nem agravo, desde as casas aos estábulos, ou mais popularmente, aos currais. Se o problema se espalha desta maneira, um pouco por todo o lado e situações, são verdadeiramente difíceis os tempos que estamos a atravessar.
Quando as vacas se não calam, juntando a sua à nossa voz, é certo que os contornos de tudo isto exigem medidas claras, decididas e eficazes : fechar os olhos é o pior dos caminhos.
Não sabemos o que fazer, mas somos de opinião que se não pode assobiar para o lado, por temermos que o desastre seja completo. Por ironia do destino, esta fase arrasadora abeira-se de todos nós no momento em que mais se apregoa a necessidade de se encararem de frente as questões ambientais.
Se o petróleo nos está a fazer estas mossas, talvez mais por acção dos homens que por sua culpa enquanto produto, é hora de se procurarem outras soluções. Mas, como isso demora imenso tempo, não podemos ficar à espera : antes da morte, é urgente actuar e isso só os governantes o podem fazer, que as leis do mercado se estão a revelar um desastre, uma catástrofe de dimensões incalculáveis.

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