sexta-feira, 16 de maio de 2008

Um cigarro, um cigarro apenas

Entre gestos pequenos( que podem ter até grande impacto) e aquilo que é verdadeiramente importante, optamos sempre por acolher esta opção em detrimento daquelas minudências.
Quando se morre aos milhares, em Nyanmar, por causa de um ciclone e aí se impede, governamentalmente, o socorro, quando, na China, se morre também aos milhares, em virtude de um terramoto, mas com pleno acesso internacional, em termos de apoios, quando, em Portugal, se morre aos bocadinhos, devido a um crescente mal estar e a uma acentuada carestia de vida, tendo como base os aumentos constantes e os cortes nos rendimentos, andamos todos entretidos com a bufarada de um cigarro, que o Primeiro-Ministro se lembrou de inalar.
Achamos que este facto, já confessado e com mostras de arrependimento, não pode passar em branco. Certo. Mas fazer disto um cavalo de batalha política, numa altura em que Portugal revê em baixa toda as suas finanças e economia, é arreliadora miopia.
Tanto mais grave isto é, se pensarmos que o próprio partido do arco do governo, também ele carregado de mazelas e problemas, que deveria estar atento às causas maiores, se entretém a invocar um cigarro, um cigarro apenas. É pena que assim seja, mas esta é a política que temos, a tal que desvia os jovens e espanta os mais idosos, por nela se não reverem.

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