segunda-feira, 11 de julho de 2011

Uma má avaliação e um grande estremeção

Anda toda a gente arreliada com a Moody's, porque esta agência se comportou mal e veio castigar, injusta e, talvez, malevolamente, as nossas finanças nacionais e os bolsos individuais e particulares. Uns malandros, essa gente!
Sei que assim é e acompanho o cortejo de lamentos e condenações, mas não deixo de observar que, com cerca de um século de vida, todas essas organizações conviveram com o nosso sistema, sem grandes queixumes.
Só que, agora, o caso muda de figura e o dólar sente-se ameaçado pelo seu novato parceiro, o euro. Como a Moody's e afins estão todas localizadas nos EUA, eis uma "boa"razão para desancarem na malta europeia. Aqui, a Oliveira de Frades, vieram dizer-nos que esta é uma estratégia que, fazendo cair Portugal, depois a Grécia, a Irlanda e já a Itália se chegará ao cerne alemão e, por via disso, ao euro em si mesmo: derrubá-lo é o objectivo final. Pelo meio, que se lixem os pequenotes, do tamanho de uma casca de noz, aquelas que correram mundo, divulgaram culturas e ciência e, nestes tempos, são facilmente descartáveis.
Não é este o mundo que quero e esta solidariedade bem a dispenso. Repito o que disse há muito tempo: ou a Europa se une, ou cai estatelada em chão movediço, lodacento.
Que Bruxelas abra os olhos! Isto já não vai com meias medidas, nem com falinhas mansas. É preciso bater o pé e dar cabo das políticas que nos querem abafar. Só em bloco isso se pode conseguir.
Uma voz é necessária e só uma, mas proclamada por estadistas e não por quadros de meia tigela.
Esse é o caminho.
Este, o que agora estamos a trilhar, só nos levará ao abismo e aqui, em Oliveira de Frades, ninguém o deseja.
Mas precisamos de gente e este interior perde-a ano a ano, Censos a Censos, como aconteceu neste ano de 2011, em S. Pedro do Sul, com menos 2335 habitantes, Vouzela, menos 1203 e Oliveira de Frades a perder 389 pessoas nesta última década. Uma calamidade bem maior que aquela que a Moody's nos traz, porque esta fala de falta de guita e aquela refere-se a um bem mais precioso: gente, gente, gente, que escasseia e não se sabe para onde vai, num País assimétrico, desorientado e sem um plano de equilíbrio que impeça esta fuga em massa de quem tão necessário é ao bem estar de uma região e de um povo.
Esse é o problema, que o resto resolver-se-á a seu tempo...

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