quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

As estradas em Lafões ao longo dos tempos...

Planos rodoviários e Lafões em breves notas A propósito do fecho e reabertura da EN 16, do troço de ligação entre Vouzela e as Termas de S. Pedro do Sul, onde já se pode circular desde sexta-feira, dia 6, à noite, lembrámo-nos de mostrar como têm evoluído os Planos Rodoviários Nacionais que começaram a ser definidos, mais estruturadamente, no ano de 1945. Nesse tempo, a rede de estradas contabilizava 20600 quilómetros em vias de três níveis, 1ª, 2ª e 3ª classes. Quarenta anos durou esse documento. Depois de ter servido de guia esse mesmo PRN, um outro aparece em 1985, sucedendo-lhe posteriormente o PRN 2000, com uma configuração muita próxima daquilo que temos na actualidade, salvo os devidos acertos. Lafões teve como um de seus eixos principais aquele que une a zona de Aveiro a Vilar Formoso, a EN 16, partindo daí por essa Europa fora. Antes, porém, a circulação fazia-se pelo traçado da velha via romana e, mais tarde, pela ER (Estrada Real) 41. Data esta de um Decreto de 14 de Abril de 1856, quando foi decidido construí-la em macadame para unir os dois citados pólos habitacionais entre o litoral e a fronteira. Alega-se, em 1862, que, no concelho de Albergaria-a-Velha, havia sido objecto de obras de beneficiação, isto após uma curta primeira existência, o que era já o prenúncio de continuadas obras ao longo dos tempos. Entretanto, tomando como fonte de informação este nosso NV e um seu famoso suplemento, o Especial Via Rápida de 1988, de 11 de Novembro, por altura da inauguração do IP5, anotemos outras classificações também do século XIX, de certa forma ligadas a esta nossa Região, a “Tabella das Estradas Reaes e Districtaes, de 1889”, relativamente aos seus 18427 km. Eis algumas dessas vias: Nº 13 – Viseu-Vouzela-Seixa-Talhadas/Águeda; nº 41 – Aveiro – Albergaria – Pessegueiro – Oliveira de Frades – Vouzela – S. Pedro do Sul – Viseu e por aí fora; nº42 – S. Pedro do Sul – Santa Cruz da Trapa – Vale de Cambra – S. João da Madeira – Porto; nº 45 – Aveiro – Águeda – Arca – Varzielas – Guardão – Tondela – Carregal do Sal; nº 95 – Santa Cruz da Trapa – Oliveira de Frades – Cambra – Campia – Alcofra – ER 45... Como tudo tem um limitado período de existência, também aqueles dois documentos, de 1945 e 1985, e estas referências expiraram o seu prazo. Entra em cima da mesa o já citado PRN 2000, com uma boa série de requalificações, de novas categorias de vias e arrojadas novas propostas, pelo que aqui o vamos detalhar mais em pormenor. Voltando, então, a 2000, aqui colocamos alguns tópicos desse Plano, onde até se falava de “instalação e gestão de sistemas de informação e tráfego nos prinicipais corredores”. Apontavam-se as seguintes rodovias: em nove IP (Itinerários Principais), o nº 5 seria atribuído à ligação Aveiro a Vilar Formoso; o IC 2 – Lisboa – Porto, entre os 34 IC (Itinerários Complementares): havia ainda as EN , como “restos” das velhas e esquartejadas estradas, tais como a 16, entre S. Pedro do Sul e Vouzela; a EN 333 – Oiã – Águeda – Vouzela (Nó); a EN 333-3 – Oliveira de Frades – Nó de Cambarinho; em matéria de AE, aludia-se ao IP5, futuro A25. Tendo havido algumas reclassificações, ei-las: - ER (Estrada Regional) 16 – Oliveira de Frades – Vouzela; ER 227 – Cercal – Oliveira de Frades; ER 228 – Vouzela – Mortágua e Castro Daire – S. Pedro do Sul; ER 230 – Águeda – Carregal do Sal e daqui para Oliveira do Hospital; ER 333 – Vagos – Oiã; ER 333-2 – Campia – Varzielas; ER 333-3 – Ligação da ER 227 a Oliveira de Frades. Entre tantas modificações, várias destas notas podem estar já algo desactualizadas ou menos perceptíveis em termos das suas existências. No entanto, não quisemos deixar de aqui falarmos nestas matérias, no momento em que assistimos à reentrada em funcionamento de um troço que, devido à queda de um muro de suporte, levou a uma inexplicável demora na sua reparação (meses e meses) e só veio a contemplar uns esccassos metros, quando as forças vivas locais tanto pedem a sua total requalificação. Coisas da vida que a vida mal consegue entender... Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela, 12 Dez 19

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