sábado, 1 de janeiro de 2022

Conversa sem resposta

Nestas Crónicas dos Meus Dias, neste bom meio rural em que tenho o gosto de viver, ao meio da manhã deste primeiro dia do ano de 2022, encontrei-me com dois grupos especiais, a curta distância um do outro: acima, um rebanho de ovelhas, mais abaixo umas pachorrentas vacas a devorarem, com gosto, erva verde. Perguntei a cada um destes vizinhos novas deste ano de 2022. Nem um levantar do chão verde com que se deliciavam em refeições apetitosas. 2022 para aqueles bons animais era apenas a continuação dos dias de ontem e todos os outros que para trás ficaram. Estes calendários humanos, nada lhes dizem. Pensei para comigo: têm toda a razão. As convenções sociais são isso e isso mesmo. Que a terra, sem parar, nem delimitar as suas circunferências, anda sempre em volta, sempre, sempre. Nós é que inventámos o champanhe, as passas, as festas de fim de ano, estas coisadas todas com que o comércio se diverte e nós pensamos que algo vai mudar de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro do ano seguinte. Pura ilusão. Pura ilusão. Pura ilusão... Apesar de tudo, BOM ANO NOVO...

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