segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Fim das SCUT

Com a última palavra a ser desbloqueada, ela que estava em sossego no Palácio de Belém e onde - por mim - até se poderia ter perdido para sempre, acerca do fim das SCUT e introdução do enviesado programa de pagamento de portagens, eu, que vejo o A25 todos os dias , a metros de casa, sinto que esta minha terra levou um valente murro no estômago.
Andando de Herodes para Pilatos e deste para aquele como se de um braseiro quente em mãos se tratasse, agora morreu de vez a «minha querida» SCUT e as de tantos outros cidadãos de um Portugal que não sabe, neste caso, ser solidário.
As zonas que precisavam de empurrões a sério, para não definharem, são assim tratadas como chão que importa fazer secar. A quem assim decidiu (uns e outros)quero dizer que comete um crime de lesa território. E atingem gente da boa, sobretudo isso.
Na história da minha terra, este momento negro não mais vai ser esquecido! Nunca!...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Uma greve em dia de "lixo"

Com o país em greve geral, que engrossa sempre na Função Pública e se expressa melhor nos transportes, um meio de fazer metade do mundo ficar em casa, a pior novidade veio-nos, uma vez mais, das agências de notação financeira, que nos colocaram, literalmente, na categoria "lixo".Como português de Oliveira de Frades, sinto-me chocado com este epíteto. Mas, paciência...
Voltando à greve, defendo sempre a ideia de que só nela participa quem quer. Tenho horror aos piquetes, a essa gente "mandada" para a rua para impôr uma lei à sua medida. Sinto-a como um direito, que não se pode sobrepor a um outro: a não adesão.
Por esse facto,aos números com que ninguém se entende, junta-se-lhes a nódoa negra de uns disparates "à grega" que não abonam nada em favor de quem tais actos pratica.
Assim, se a greve teve todo o mérito de fazer saltar a indignação, hoje ficam-me também duas imagens negativas: o tal "lixo" e os desacatos havidos.
Mas a história dirá um dia, daqui a anos, quando os relatadores se distanciarem dos acontecimentos, se esta foi ou não a maior dos últimos trinta anos, em três, salvo erro, a que assistimos.
Hoje, só sei dizer que muita gente ficou em casa, por sua vontade,ou por força de outros impedimentos.
O Dr. Mário Soares, que nos sonegou um subsídio, há anos, está todo feliz ao ver a rua agitada.
Gostei muito mais de o ouvir na Alameda, há muito, muito tempo...
Esta foi uma "deixa" que lhe não saiu bem.
Mas, mesmo ele, com carro e gabinetes à borla, por ter sido quem foi e por uma legislação enviesada, tem todo o direito de se manifestar.
E errar.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Índice de Poder de Compra

Veio,há dias, a público o Índice de Poder de Compra concelhio. Prova-se, uma vez mais, apesar de se notarem evoluções positivas generalizadas, que o País está mesmo virado do avesso: uma nesga de terra, com três pólos, absorve mais de metade desse capacidade de adquirir qualquer coisa. Lisboa, Porto e Setúbal são esses sugadouros da nossa riqueza. A "paisagem" continua na mesma: tesa que nem um carapau.
Num planeamento nacional que anda torto desde há séculos, que as democracias não foram capazes de corrigir, é natural que o grosso do território só fique com as migalhas. Resta-nos uma consolação: como essas terras não têm ninguém, praticamente, que não tenha origem no Portugal profundo, muito desse carcanhol volta às origens por vias travessas.
No meio em que me insiro, gostei de saber que o meu concelho, Oliveira de Frades, mostra estar sempre a subir e que se destaca dos demais pela positiva, muito embora desejasse, eu próprio, que assim acontecesse com todo o interior. Como não é possível, enquanto se não encarar a descentralização a sério, fica-me esta consolação doce, mas com o tal travo amargo que dói a todos nós.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Fado a património

Está prestes a ser conhecido o veredicto da UNESCO sobre o fado como património imaterial da humanidade. Só acredito numa possibilidade: a sua aprovação. Ouvindo-o, reconhece-se um povo, o nosso, o lisboeta e todo o país. "Descentralista" como sou, nesta matéria sou de Lisboa dos pés à cabeça. E de Coimbra, que também merece - e bem - ser incluído nessa mesma classificação.
Espero de Bali uma decisão favorável.
E torço por isso.
Vamos a isso!...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A esperança

Se tenho andado um pouco com a moral em baixo, que não é para menos, tantas são as más notícias, hoje estou com esperanças de que, pela via do futebol, vou arribar um niquito. Tenho cá uma fezada especial: a de que a nossa malta do futebol nos leve ao Euro 2012. Com todas as razões para nisso acreditar, acrescento mais uma, que isto de jogar na Luz é outra coisa. Para além de não ser uma qualquer horta, longe disso, aquilo é um estádio a valer.
Logo, daqui a curtas horas, força Portugal!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Olhos turvos

Com esta maré de carestias apertadas, de notícias que nos põem os cabelos em pé, aqui em Oliveira de Frades, há sinais de que a crise tem escapatórias, como esta de sabermos que a Martifer já ganhou mais um Estádio no Brasil, o terceiro nesta fornada, quando detém um saber de reconhecido interesse que lhe vem do Euro 2004. Antes, porém, na Expo 98 teve um enorme baptismo de fogo em obras de vulto. Com estes pergaminhos, esperamos, vivamente, que assim continue, dentro e fora de portas, tal o efeito de alavanca que tem para a nossa economia.
Numa história de vida, que vale sempre a pena recordar, aqueles Irmãos Martins (e, de início, o Primo Bastos) mostraram bem o que pode fazer a veia empreendedora e muito, muito trabalho. Desde a pequena oficina, feita a pulso, ao império actual vão cerca de 20 anos.
Um dia, esta gente tem de ser homenageada, por tanto que tem feito em prol desta terra, Oliveira de Frades e região de Lafões.
Vestida a camisola do empreendedorismo e do risco que lhe está inerente, o seu exemplo merece ser sempre posto em evidência.
É isso que aqui estamos a fazer com muito gosto e reconhecimento.
Com esta Martifer, é meio caminho andado para o sucesso, melhor até que o código postal.
Força, rapaziada!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Os gregos põem-nos gregos a nós

Neste Dia de Finados, espero bem que da Grécia não venha um qualquer mau sinal em termos de União Europeia e projecto Euro. Por estarmos a recordar os nossos queridos e saudosos antepassados, não nos apetece nada que, daqui a um ano ou dois, alguém venha recordar, com saudade, o sonho lindo de continuarmos numa Europa cada vez mais unida. Por aqui, por este recanto de Oliveira de Frades, uma terra que pensa sempre em andar para a frente, temem-se os efeitos nefastos que o referendo proposto para a Grécia possa vir a provocar. Se somos defensores de todo o aprofundamento da democracia (de que o referendo é meio importante, talvez um dos maiores), esta peregrina ideia, neste tempo e neste contexto europeu e mundial, é o pior que nos pode acontecer.
Se queremos que os gregos tenham sempre uma palavra a dizer sobre o seu futuro, não desejamos, porém e agora, que atrapalhem as nossas vidas, eles que até chegaram a "aldrabar" dados para entrar neste comboio do euro que, agora, tantas aflições nos dá.
Depois de Bruxelas ter descoberto uma meia medida para salvar este nosso mundo atribulado, o pior que pode vir a acontecer é perder-se tudo para salvar a dita "honra" de um governante, pondo tudo em polvorosa, que quer sacudir a água do capote. É disso que se trata e nada mais. De apego à democracia, não vemos nesta atitude um qualquer sinal de que assim seja. Cheira a tacticismo do mais refinado que há em matéria de opções políticas. Isso e só isso.
Só que brincar assim com o fogo é perigoso demais.
E pode colocar-nos ainda mais de cócoras do que aquilo que estamos.
Por isso, tenho medo, muito medo destas achas postas numa fogueira que arde demais e pode queimar tudo à sua volta.
SOS precisa-se. E quanto antes!...