quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Uma greve em dia de "lixo"

Com o país em greve geral, que engrossa sempre na Função Pública e se expressa melhor nos transportes, um meio de fazer metade do mundo ficar em casa, a pior novidade veio-nos, uma vez mais, das agências de notação financeira, que nos colocaram, literalmente, na categoria "lixo".Como português de Oliveira de Frades, sinto-me chocado com este epíteto. Mas, paciência...
Voltando à greve, defendo sempre a ideia de que só nela participa quem quer. Tenho horror aos piquetes, a essa gente "mandada" para a rua para impôr uma lei à sua medida. Sinto-a como um direito, que não se pode sobrepor a um outro: a não adesão.
Por esse facto,aos números com que ninguém se entende, junta-se-lhes a nódoa negra de uns disparates "à grega" que não abonam nada em favor de quem tais actos pratica.
Assim, se a greve teve todo o mérito de fazer saltar a indignação, hoje ficam-me também duas imagens negativas: o tal "lixo" e os desacatos havidos.
Mas a história dirá um dia, daqui a anos, quando os relatadores se distanciarem dos acontecimentos, se esta foi ou não a maior dos últimos trinta anos, em três, salvo erro, a que assistimos.
Hoje, só sei dizer que muita gente ficou em casa, por sua vontade,ou por força de outros impedimentos.
O Dr. Mário Soares, que nos sonegou um subsídio, há anos, está todo feliz ao ver a rua agitada.
Gostei muito mais de o ouvir na Alameda, há muito, muito tempo...
Esta foi uma "deixa" que lhe não saiu bem.
Mas, mesmo ele, com carro e gabinetes à borla, por ter sido quem foi e por uma legislação enviesada, tem todo o direito de se manifestar.
E errar.

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