A Biblioteca Nacional, Lisboa, Portugal, é um lugar onde se está bem por todos os lados: os livros são uma companhia ideal, os funcionários atendem com saber e simpatia, o espaço é agradável e até a temperatura faz aparecer o verão no inverno e a primavera no calor estival.
Com ciência e conhecimento por toda a parte, hoje sensibilizou-nos, de uma maneira vincada, o Álvaro, que desempenha o seu serviço na reprografia. Deficiente, o que se nota, mas não se sente, abeira-se do balcão, fala pouco e transmite muito, caminhando, de imediato, para os livros a fotocopiar e para as máquinas a agilizar.
Feito o trabalho, traz a tabela, as quantidades e o preço bate certo, rigoroso mesmo.
Recebida a maquia a preceito, continua a sua missão, que outro "cliente" está na calha.
Exemplo de integração, mostra-se ali que todos os homens são iguais, de verdade.
Estrutura pública, esta BN deu-nos, pela prática, mais uma excelente lição, a vir da laboração, que assim se junta ao contributo dos livros, esse tesouro ímpar.
Vale a pena a vida, quando se procede desta forma. Parabéns!
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
O céu da minha terra
Com sorte na vida, em termos de terra que nos coube nesta rifa de um local que não escolhemos, mas que viemos a amar, porque ninguém, no acto de nascer, optou por qualquer recanto, estamos hoje muito gratos por termos visto a luz do dia neste querido Portugal.
Numa altura em que em Santa Catarina, no Brasil, as tempestades ceifam vidas e esperanças, para ali vai a nossa solidariedade, de irmãos na língua e nos sentimentos.
Quando, na Índia, o terror faz cair tantos cidadãos de um mundo que, muitas vezes, anda às avessas, para ali vai o nosso pensamento e a nossa fraternidade.
É também por isto que bendizemos este nosso torrão, onde o clima é sereno e os homens ainda prezam, em geral, o valor supremo da vida. É bom estar numa terra que apresenta tão relevantes características, mas muito melhor é sabermos que somos capazes de, nestes momentos de dor, dar as mãos e partir ao encontro de quem sofre.
Só assim é que o ser humano é verdadeiramente uma pessoa a sério, com razão e emoção, com vizinhança e com a distância, porque, no limite, todos somos parte de uma comunidade: o mundo é cada vez mais a nossa casa, mesmo que gostemos imenso de olhar a serra e sentir o mar, ali naquela varanda que nos encanta.
Dela, porém, vê-se o globo inteiro e, por isso, o Brasil e a Índia, nestas horas, não nos saem do coração.
Numa altura em que em Santa Catarina, no Brasil, as tempestades ceifam vidas e esperanças, para ali vai a nossa solidariedade, de irmãos na língua e nos sentimentos.
Quando, na Índia, o terror faz cair tantos cidadãos de um mundo que, muitas vezes, anda às avessas, para ali vai o nosso pensamento e a nossa fraternidade.
É também por isto que bendizemos este nosso torrão, onde o clima é sereno e os homens ainda prezam, em geral, o valor supremo da vida. É bom estar numa terra que apresenta tão relevantes características, mas muito melhor é sabermos que somos capazes de, nestes momentos de dor, dar as mãos e partir ao encontro de quem sofre.
Só assim é que o ser humano é verdadeiramente uma pessoa a sério, com razão e emoção, com vizinhança e com a distância, porque, no limite, todos somos parte de uma comunidade: o mundo é cada vez mais a nossa casa, mesmo que gostemos imenso de olhar a serra e sentir o mar, ali naquela varanda que nos encanta.
Dela, porém, vê-se o globo inteiro e, por isso, o Brasil e a Índia, nestas horas, não nos saem do coração.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Saco cheio
Com tanta questão a barrar o caminho aos verdadeiros problemas da nossa sociedade, já nos enjoa a invasão de temas que só atropelam e de tudo nos desviam: fala-se muito de nada e cala-se o que é determinante, inunda-se o céu e a terra de ruídos e não se atiram para a grelha dos dados decisivos aqueles que, verdadeiramente, são de analisar e tratar.
Do BPN, são-nos oferecidas cargas e cargas de confusões, todas elas do arco da velha, que mais confundem do que aclaram; dos professores, só ficamos a saber que é dura a luta e aguerrida a contenda, com as posições, por agora, um pouco no escuro; das negociações salariais, o governo enche, enche, baralha e tudo deixa na mesma - nem mais um cêntimo, que as finanças não permitem, dizem, qualquer esticadela, por mais justa que seja; das Forças Armadas - até aí se respira um ar pesado - é maior o segredo que a abertura; da União Europeia, prometem-se para amanhã o céu e as estrelas, mas adivinham-se tempestades e das grossas; dos EUA, o Obama puxa os galões e a equipa, alargada e renovada, parece que vai gerar obra, mas nada é certo; do mundo, em geral, pouco de bom se espera, que a globalização, por estes momentos, desfaz mais do que constrói.
Resta-nos, de África, uma visão desapaixonada - uma vez mais - de um Mia Couto, que leu Obama como deve ser: o homem certo para aquele lugar, naquele contexto, mas possível porque assim teve de acontecer, tal o passado a esconjurar e o futuro a construir.
Com este pano, onde caem todas as nódoas, vai o PS avançando o seu caminho. Quanto ao PSD, a luz não tem maneira de sair do fundo do túnel, bem maior do que todas as previsões, pelo que até o desgastado Paulo Portas parece poder esfregar mais as mãos, que o PCP e o BE não deixam de ser aquilo que os caracteriza - um olhar para uma sombra que nem cresce nem minga.
Amanhã, porém, pode haver novidades, mas não é de prever-se que cheguem boas notícias, porque a crise, essa, não nos desampara. Nem a pontapé.
Do BPN, são-nos oferecidas cargas e cargas de confusões, todas elas do arco da velha, que mais confundem do que aclaram; dos professores, só ficamos a saber que é dura a luta e aguerrida a contenda, com as posições, por agora, um pouco no escuro; das negociações salariais, o governo enche, enche, baralha e tudo deixa na mesma - nem mais um cêntimo, que as finanças não permitem, dizem, qualquer esticadela, por mais justa que seja; das Forças Armadas - até aí se respira um ar pesado - é maior o segredo que a abertura; da União Europeia, prometem-se para amanhã o céu e as estrelas, mas adivinham-se tempestades e das grossas; dos EUA, o Obama puxa os galões e a equipa, alargada e renovada, parece que vai gerar obra, mas nada é certo; do mundo, em geral, pouco de bom se espera, que a globalização, por estes momentos, desfaz mais do que constrói.
Resta-nos, de África, uma visão desapaixonada - uma vez mais - de um Mia Couto, que leu Obama como deve ser: o homem certo para aquele lugar, naquele contexto, mas possível porque assim teve de acontecer, tal o passado a esconjurar e o futuro a construir.
Com este pano, onde caem todas as nódoas, vai o PS avançando o seu caminho. Quanto ao PSD, a luz não tem maneira de sair do fundo do túnel, bem maior do que todas as previsões, pelo que até o desgastado Paulo Portas parece poder esfregar mais as mãos, que o PCP e o BE não deixam de ser aquilo que os caracteriza - um olhar para uma sombra que nem cresce nem minga.
Amanhã, porém, pode haver novidades, mas não é de prever-se que cheguem boas notícias, porque a crise, essa, não nos desampara. Nem a pontapé.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Sol de S.Martinho na educação
Se a tradição ainda se mantém, a de S.Martinho, com o Verão a tremer, parece estar a chegar à educação. Agitada nos últimos tempos, a ferver em muitos momentos e a escaldar na actualidade, esta área social, de importância vital para o nosso futuro, tende, se as previsões não falharem, para uma certa normalidade. Por enquanto, é em cima de arame que se vive, razão que nos leva a desconfiar de tudo e de todos, que a Ministra é mais teimosa que uma barra de aço e os agentes educativos, escaldados, de água fria têm medo.
Com o ainda latente braço de ferro entre o poder e os sindicatos, nada é seguro. Mas manda a verdade e exige o bom senso que se páre para pensar, se atirem culpas para o caixote do lixo, se volte a (re)adquirir a confiança e se parta para o entusiasmo que este campo tanto deve suscitar. A ganhar com toda essa nova postura ficarão, de certeza, os alunos. Eles, mais do que toda a outra gente, são quem mais merece o sossego e a entrega total ao acto de educar, que não se compadece com a trapalhada burocrática que aos professores estava a ser reclamada.
Se está na hora de muita outra coisa, não se pode perder mais tempo com uma "guerra" que está a deixar no atoleiro dos destroços um negro e duro espólio, que muito dificilmente se virá a reconverter naquilo que mais se precisa: paz e serenidade, frescura e uma nova acção. Mas ainda é tempo de recuperar caminho e de buscar as melhores soluções.
Nisto, como em tudo, nada está perdido, que o natal é sempre quando o homem quiser. Então se se falar de amizade e de amor, de que a educação tanto espera, muito mais esta regra se aplica.
Trabalhe-se nesse sentido, que o mundo e Portugal muito agradecem.
Com o ainda latente braço de ferro entre o poder e os sindicatos, nada é seguro. Mas manda a verdade e exige o bom senso que se páre para pensar, se atirem culpas para o caixote do lixo, se volte a (re)adquirir a confiança e se parta para o entusiasmo que este campo tanto deve suscitar. A ganhar com toda essa nova postura ficarão, de certeza, os alunos. Eles, mais do que toda a outra gente, são quem mais merece o sossego e a entrega total ao acto de educar, que não se compadece com a trapalhada burocrática que aos professores estava a ser reclamada.
Se está na hora de muita outra coisa, não se pode perder mais tempo com uma "guerra" que está a deixar no atoleiro dos destroços um negro e duro espólio, que muito dificilmente se virá a reconverter naquilo que mais se precisa: paz e serenidade, frescura e uma nova acção. Mas ainda é tempo de recuperar caminho e de buscar as melhores soluções.
Nisto, como em tudo, nada está perdido, que o natal é sempre quando o homem quiser. Então se se falar de amizade e de amor, de que a educação tanto espera, muito mais esta regra se aplica.
Trabalhe-se nesse sentido, que o mundo e Portugal muito agradecem.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Um país, dois sistemas
Ressalvada qualquer abusiva comparação com a longínqua China, este meu país anda sempre a fazer discriminações e a gerar disparidades, absolutamente desnecessárias e até provocatórias, criando dois sistemas para as mesmas questões. Desta feita e de uma só penada de mau gosto e de mau feitio, atirou-se, uma vez mais, aos seus aposentados e aos desgraçados que entrarem na função pública em 2009. Condenando-os a pagar 14 meses de descontos, contra os doze vigentes na generalidade dos casos, mostra este governo uma especial veia para colher tempestades.
Parece que não vale a pena vir a protestar, porque a regra é esta: quanto mais razão se puser em cima da mesa, mais teimosia se gera. Mas é triste e inqualificável, mesmo no panorama das igualdades cívicas e sociais, que se deveriam defender com unhas e dentes, este tratamento. Com esta atitude, lesam-se uns e deixam-se outros de lado, quando é nestes últimos que está todo o verdadeiro caminho - aquele que implica uma prática de gerações e que agora se põe em causa.
Se não é ir longe demais, apela-se ao Presidente da República, ao Provedor da Justiça, ao Tribunal Constitucional, aos Deputados, à Comunicação Social, às forças vivas em geral, ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e do Cidadão no sentido de se não deixar avançar este atropelo à dignidade de quem se vê afectado desta forma e deste jeito sem graça nenhuma.
Em último caso, saia-se para a rua em marcha de protesto e de viva contestação.
Ficar assim é dizer que quem se não sente não é filho de boa gente. E este pessoal, que está a ver irem-lhe aos bolsos, é malta de primeira, igualzinha a toda a outra gente.
Parece que não vale a pena vir a protestar, porque a regra é esta: quanto mais razão se puser em cima da mesa, mais teimosia se gera. Mas é triste e inqualificável, mesmo no panorama das igualdades cívicas e sociais, que se deveriam defender com unhas e dentes, este tratamento. Com esta atitude, lesam-se uns e deixam-se outros de lado, quando é nestes últimos que está todo o verdadeiro caminho - aquele que implica uma prática de gerações e que agora se põe em causa.
Se não é ir longe demais, apela-se ao Presidente da República, ao Provedor da Justiça, ao Tribunal Constitucional, aos Deputados, à Comunicação Social, às forças vivas em geral, ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e do Cidadão no sentido de se não deixar avançar este atropelo à dignidade de quem se vê afectado desta forma e deste jeito sem graça nenhuma.
Em último caso, saia-se para a rua em marcha de protesto e de viva contestação.
Ficar assim é dizer que quem se não sente não é filho de boa gente. E este pessoal, que está a ver irem-lhe aos bolsos, é malta de primeira, igualzinha a toda a outra gente.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Esquecimento ou propósito assumido?
Ao ler o costumado jornal de há mais de trinta anos, que tem nome de um conhecido comboio, ficámos um tanto espantados com o facto de não termos visto dado o destaque devido à eleição de Barack Obama, como presidente dos Estados Unidos da América.
Atirando-o para o interior, parece-nos que tal tratamento noticioso e comunicativo não é o mais correcto. Mesmo que se queira dizer que o que se passa no nosso quintal é muito mais importante que o que nos chega de todo o mundo, este argumento não colhe, porque este órgão de comunicação social é grande demais para pensamento tão curto. Não foi essa a razão, de certeza.
Pena temos é de não sermos capazes de descobrir a verdadeira causa: esquecimento, propósito assumido, fuga para o lado, tudo nos parece um tanto "desconchavado".
Passar-nos-ia isto despercebido, não fora a nossa admiração, respeito e fidelidade que temos tributado a esse jornal. Desta vez, desiludiu-nos bastante, mas talvez haja algo de insondável, que a nossa pequenez não consegue atingir.
Que achamos mal esta omissão, essa é a verdade.
Mas ... pouco mais temos a dizer.
Fale, se quiser, quem de direito.
Atirando-o para o interior, parece-nos que tal tratamento noticioso e comunicativo não é o mais correcto. Mesmo que se queira dizer que o que se passa no nosso quintal é muito mais importante que o que nos chega de todo o mundo, este argumento não colhe, porque este órgão de comunicação social é grande demais para pensamento tão curto. Não foi essa a razão, de certeza.
Pena temos é de não sermos capazes de descobrir a verdadeira causa: esquecimento, propósito assumido, fuga para o lado, tudo nos parece um tanto "desconchavado".
Passar-nos-ia isto despercebido, não fora a nossa admiração, respeito e fidelidade que temos tributado a esse jornal. Desta vez, desiludiu-nos bastante, mas talvez haja algo de insondável, que a nossa pequenez não consegue atingir.
Que achamos mal esta omissão, essa é a verdade.
Mas ... pouco mais temos a dizer.
Fale, se quiser, quem de direito.
sábado, 8 de novembro de 2008
Orçamento na mesa, professores na rua
Com a Assembleia Regional da Madeira de portas encerradas, numa espécie de legislação faz de conta, por ter havido cobras e lagartos e se arrogarem o direito de enterrar leis gerais, a nível nacional tudo funciona: os deputados votaram o Orçamento para 2009, uns sozinhos, outros de cara à banda. De qualquer maneira, com maioria curta, já temos, no papel, a Lei. Falta o dinheiro, mas isso pouco importa, porque ele há-de aparecer, tal como aconteceu com o BPN que, de falido, passou para as mãos do Estado e os milhões surgirão na altura própria, nem que seja do bolso dos contribuintes.
Sem ligar a tudo isto, os professores ameaçam apresentar uma enorme fotocópia do passado oito de Março, levando à rua - e pelos mesmos motivos - uma avalanche de docentes, de modo a inundar a Baixa lisboeta. Espera-se que assim aconteça, se o tempo não pregar uma das suas partidas.
Com os militares em protesto mais ou menos silencioso, estes agentes activos da educação não vão pelo mesmo caminho: gritar e cantar são as suas armas. Serão ouvidos? Duvidamos.
Com papéis a mais e pedagogia a menos, é da burocracia que se queixam.
Com Orçamento aprovado e maquia a menos, é de crise que todos se lamentam.
Com berros e insultos na Madeira, é de falta de bom senso que se deve falar.
Hoje é sábado. Por isso vamos descansar um pouco e esperar que estas feridas venham a sarar, que a dor que causam bem nos preocupa.
Sem ligar a tudo isto, os professores ameaçam apresentar uma enorme fotocópia do passado oito de Março, levando à rua - e pelos mesmos motivos - uma avalanche de docentes, de modo a inundar a Baixa lisboeta. Espera-se que assim aconteça, se o tempo não pregar uma das suas partidas.
Com os militares em protesto mais ou menos silencioso, estes agentes activos da educação não vão pelo mesmo caminho: gritar e cantar são as suas armas. Serão ouvidos? Duvidamos.
Com papéis a mais e pedagogia a menos, é da burocracia que se queixam.
Com Orçamento aprovado e maquia a menos, é de crise que todos se lamentam.
Com berros e insultos na Madeira, é de falta de bom senso que se deve falar.
Hoje é sábado. Por isso vamos descansar um pouco e esperar que estas feridas venham a sarar, que a dor que causam bem nos preocupa.
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