sábado, 8 de novembro de 2008

Orçamento na mesa, professores na rua

Com a Assembleia Regional da Madeira de portas encerradas, numa espécie de legislação faz de conta, por ter havido cobras e lagartos e se arrogarem o direito de enterrar leis gerais, a nível nacional tudo funciona: os deputados votaram o Orçamento para 2009, uns sozinhos, outros de cara à banda. De qualquer maneira, com maioria curta, já temos, no papel, a Lei. Falta o dinheiro, mas isso pouco importa, porque ele há-de aparecer, tal como aconteceu com o BPN que, de falido, passou para as mãos do Estado e os milhões surgirão na altura própria, nem que seja do bolso dos contribuintes.
Sem ligar a tudo isto, os professores ameaçam apresentar uma enorme fotocópia do passado oito de Março, levando à rua - e pelos mesmos motivos - uma avalanche de docentes, de modo a inundar a Baixa lisboeta. Espera-se que assim aconteça, se o tempo não pregar uma das suas partidas.
Com os militares em protesto mais ou menos silencioso, estes agentes activos da educação não vão pelo mesmo caminho: gritar e cantar são as suas armas. Serão ouvidos? Duvidamos.
Com papéis a mais e pedagogia a menos, é da burocracia que se queixam.
Com Orçamento aprovado e maquia a menos, é de crise que todos se lamentam.
Com berros e insultos na Madeira, é de falta de bom senso que se deve falar.
Hoje é sábado. Por isso vamos descansar um pouco e esperar que estas feridas venham a sarar, que a dor que causam bem nos preocupa.

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