domingo, 17 de maio de 2009

Falar por falar

Às vezes, é mesmo assim: uma espécie de bloqueio atravessa-se à nossa frente, erguendo uma muralha, e quase não nos deixa falar, escrever, dizer qualquer coisa de jeito. Ou então a catadupa de notícias, de casos e mais casos, é de tal maneira avassaladora que não há ponta por onde se lhe pegue. É, muito provavelmente, este o sintoma de que estou a sofrer: uma congestão indigesta dessas trapalhadas em que vivemos. Vejamos:
- De Alcochete e do Freeport só nos vêm cenas tristes, tal como esta de, dizem, haver a hipótese de interferências estranhas na evolução do processo parado, que não anda, nem desanda. A ser assim, é mau demais. Bem pior do que tudo quanto imaginávamos.
- Da justiça, dizem, os magistrados estão tão mal vistos, que chego a corar de medo e de vergonha.
- Do Bairro da Bela Vista chegou mais um sinal social e de polícia, que não pode deixar-nos de braços cruzados, nem a olhar para o ar. É preciso agir depressa e bem, antes que se entorne todo o caldo.
- Do Minstério das Finanças e do seu parceiro do Emprego, as evidências são de arrepiar, com tanta queda e tanta subida: tombam os índices económicos, trepam as estatísticas do desemprego, o que é dramático.
- Do Manuel Alegre não saiu nada de novo, a não ser o contraste com a sua frase mais emblemática: agora, dizem, vai mesmo calar-se, porque lhe vai faltar palco e a comunicação social esquecê-lo-á bem mais apressadamente do que aquilo que se julga. E, em 2011, nem o PS dele se recordará para o combate presidencial... Este meu amigo simpático de Águeda, ali junto ao Restaurante Ribeirinho, parece ter escrito o seu destino: caçar, pescar e escrever poesia, tarefas que faz a preceito e com arte. Boa sorte!
- Neste tropel de notícias tristes, destaco, pela positiva, a voz da Igreja, quanto à entrega, uma vez mais, às causas sociais, via apoio às vítimas da crise.
Valha-nos isto, para nos sentirmos com algum pingo de energia. Só isto justifica que tenhamos vencido a muralha que tínhamos à nossa frente.

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