segunda-feira, 25 de maio de 2009

Políticos na estrada

São aos milhares em vinte e sete países, os da UE, aqueles políticos que tentam convencer os eleitores a darem-lhe os seus votos. De terra em terra, o Parlamento Europeu adquire agora maior encanto na despedida do mandato anterior e na chegada de uma nova Casa.
Na estrada, vendem-se promessas, inventam-se sonhos, dá-se o que se tem e até aquilo que nunca se viu: de bolsos desvirados, sem um tusto, falam em milhões; de calças rotas, apregoam fatos de cetim; de barriga vazia, arrotam marisco; de cabeça sem nada, até parecem ser reis de tudo, mas, afinal, de nada.
Esta é a visão que temos dos políticos e das campanhas. Mas não devemos ver assim um exercício de cidadania, que é este, o de escolhermos os nossos representantes no Parlamento Europeu. Afinal, ali se joga o nosso destino, o nosso, que é, ao mesmo tempo, português e europeu, europeu e português. Naquelas sedes, de Bruxelas ao Luxemburgo, passando por Estrasburgo, é a nossa vida, a nossa, que está a ser repensada. Esta votação requer, por isso, uma atenção especial. Deixar para outros uma decisão, que a nós diz respeito, pode ser um risco, uma grossa asneira, que ninguém tem o direito de agir e decidir por cada um de nós, a não ser que lhe transfiremos, por uma espécie de procuração, o nosso destino - o que só se deve fazer se houver a maior das confianças - e isso só em último caso. Regra de ouro: primeiro pegar no que é nosso, nem que isto pareça egoísmo, e só depois fugir da cena... Mas, repensando, votar, votar sempre e em consciência.
É isso que se deseja no próximo dia sete de Junho.
Ouvir, ver e decidir, eis o melhor dos lemas.
Ficar em copas é matar a Europa que queremos viva, bem viva, cada vez mais viva.
Diz isto quem mora numa aldeiazinha, à beira da Serra do Ladário, sempre a olhar para o Caramulo e para Lisboa, onde as filhas, pensando diferente, por serem livres, vão votar em quem quiserem, mas não faltarão a esse exercício de um dever, que muito gostamos que sejam elas a gerir.
Qualquer que seja a sua escolha, para nós é a melhor do mundo, mesmo que nada tenha a ver com as nossas opções.
Só assim seremos livres e conscientes. Só assim.

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