domingo, 12 de julho de 2009

Nova forma de desenvolvimento

Está de rastos o esquema de desenvolvimento que tem norteado - com acentuados desvios - o nosso mundo. Ideias e programas, tudo tem andado às avessas. Com muito mais tecnologia, com a ciência em ponto altíssimo, com as máquinas a quase fazerem esquecer a necessidade do homem, o que se afigura desastroso, nada disto resulta em termos de verdadeiro progresso para a humanidade.
Cada vez mais, cavam-se fossos e aumenta a miséria e a desgraça, reforçam-se perigosamente desníveis sociais, distanciam-se os muito pobres dos poucos imensamente ricos, caminha-se para um qualquer abismo e nós teimamos em nada querer fazer para alterar radicalmente este quadro.
Ainda há poucas horas, vi correr Mogadíscio para o terror em que se mantém há anos, com a morte a espalhar-se pelas ruas sem ordem e sem sossego. Ouvi também falar de um Iraque a ferro e fogo, senti o choro de gente que sofre por não ter eira nem beira, nem pão nem saúde, nem feficidade nem alegria. Um pavor!
Vejo reunir os 8, os 20, os 12, os 1000 e tudo continua praticamente na mesma.
Descobri, no Vaticano, uma fresta de esperança: a encíclica " Caritas in Veritate ", que infelizmente não conheço ao pormenor. Associo-a ao Presidente dos EUA, Barack Obama, ao novo Parlamento Europeu a uma nova UE, ao diálogo inter-civilizações e a todos os esforços, tendentes a encontrar um mundo novo.
Misturando tudo isto, talvez se dêem passos mais seguros, de modo a termos uma maior e melhor redistribuição da riqueza, um outro mecanismo de desenvolvimento sustentado, justo e equilibrado, que o actual modelo já provou que está esgotado e morto.
Também Portugal deve saber aproveitar a oportunidade de duas eleições para dizer o que, de facto, quer: ficar como dantes não basta...
É preciso arrojo nas políticas e nas decisões, antes que seja tarde demais.

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