terça-feira, 14 de julho de 2009

Nova vida do Parlamento Europeu

Quando se comemoram trinta anos após a primeira eleição directa dos deputados do Parlamento Europeu, ei-los agora a reiniciar funções, muitos como caloiros, com vista a um novo mandato.
Para quem sente este projecto como uma parte substancial da sua cidadania - como é o meu caso, confessando-o sem quaisquer peias -, ver aquela gente ser minha representante a tão alto nível é um privilégio e uma honra. Nada me incomoda que ganhem, dizem alguns, um balúrdio. Espero é que consigam prosseguir a árdua e ingente tarefa de dotar esta nossa UE da força necessária para ser capaz de liderar o mundo, em ideias, em projectos e em boas práticas.
A minha Europa tem de ambicionar sempre essa dimensão: ser um exemplo e um baluarte de todos os mundos novos, este que esperamos e os mais que vão, necessariamente, aparecer, que isto da história nunca, nunca mesmo, está concluída e há sempre muito de imprevisível a bater-nos à porta.
Nestes dias, os deputados europeus andaram numa lufa-lufa para conhecerem os cantos à casa e até arrumarem as suas trouxas. Para além disso, creio eu, trataram de entabular conversa com os seus pares, de modo a não partirem do zero absoluto. Que tudo isso lhes tenha servido de pontapé de saída para os trabalhos que têm pela frente!
Em Bruxelas, Estrasburgo e Luxemburgo, que conheço razoavelmente, não se pode brincar à política, nem as capelinhas ali fazem sentido: ou se é capaz, ou então é melhor arrepiar caminho e regressar a casa, que outros deverão pegar nesses objectivos grandes, de modo a não perder esse carácter visionário - sempre preciso e essencial - de que a Europa tem vivido ao longo dos tempos.
Convém dizer-se que este é o projecto maior, em termos de capacidade e paz afirmativa, de uma Europa que, não esquecendo o Império Romano, o esboço de Carlos V, a tentativa de Napoleão, etc., alguma vez tem trilhado. Essa é a responsabilidade que recai sobre a cabeça desses mais de setecentos nossos representantes, vinte e dois deles, por sinal, portugueses.
Daqui a uns tempos, um outro pilar, o da Comissão presidida pela segunda vez por um nosso conterrâneo - Durão Barroso - vai entrar em funções também.
Mas agora foi a hora de esta gente não assinar o ponto apenas, mas comprometer-se com o nosso futuro europeu, onde tem de estar inscrito o sentir deste recanto, que não pode, nunca, ficar arredado desta sua nobre e alta missão: inscrever Portugal nesta caminhada colectiva, peso que quero que recai-a, inteirinho, sobre os ombros destes nossos amigos - 22 - que ali têm de prestar o melhor dos serviços.
Foi para isso - e só para isso - que foram eleitos.

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