quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A minha república é grande

Alguns dias depois do início das comemorações do Centenário da nossa primeira república, quero dizer que o meu entendimento sobre esta matéria, já adiantado no post anterior, passa pela concretização objectiva de actos humanitários e sociais que tenham uma verdadeira dimensão humanista.
Naquele dia, sensibilizou-me imenso que uma Banda de uma pequena mas viçosa localidade do concelho de Oliveira de Frades, a UMJA, tenha sido protagonista de um grande momento simbólico: a apresentação do Hino Nacional, às 10.30 horas, na Praça Luís Bandeira, onde se localizou a primeira Cãmara deste município a partir de 1837 e hoje ali se vê um excelente Museu, que assim se associou às cerimónias nacionais. Com uma plateia muito escassa, deliciou-nos com a magia desse instante, percorrendo, ainda, as principais artérias da vila a assinalar o brilho desse dia 5 de Outubro.
Soube-me bem saber, muito embora à "posteriori", que o feriado municipal deste meu concelho tenha englobado a homenagem a figuras e entidades em destaque, no passado dia 7.
Mas, nesta assumida visão global, a minha grande república estou, curiosamente, a vivê-la olhando para o Chile: o resgate dos mineiros que, há 69 dias estavam soterrados a cerca de 700 metros de profundidade, é, para mim e para toda a humanidade, um hino à república universal e solidária, verdadeiramente dedicada àquilo que é mais sagrado - a salvação de vidas humanas.
Ao ver que os mineiros conseguiram ser salvos, senti que vale a pena viver numa sociedade que me ensinou a valorizar esta face do mundo verdadeiramente universal.
Deito até para trás das costas tudo quanto de mesquinho se tem vivido neste meu país em festa republicana: falar-se tanto de querelas de algibeira é exercício menor - e desprezível - em face da grandeza do gesto que se vive nas minas e deserto do Chile.
Um abraço para toda aquela gente: mineiros salvos, obviamente, técnicos, políticos, operários em geral desta operação que honra todo o HOMEM que se preze.
É, por isso, grande a república em que vivo. Porque me não fecha em nenhuma espécie de fronteiras, que a liberdade é o que mais prezo e a vida, como aquela que foi devolvida aos mineiros do Chile, não tem preço - vale tudo, tudo mesmo.

1 comentário:

disse...

e...viva a grande república que por mais que digam é, e será sempre o regime com mais potencialidades democráticas. estou com o meu amigo e com todos os republicanos.
zé ( fonseca )