sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Gastronomia tradicional e Estrelas Michelin

Sou natural e vivo numa região, Lafões, onde a doçaria e a gastronomia tradicional têm um enorme peso social, cultural e mesmo económico. Aqui se come a melhor vitela, os melhores pastéis, os de Vouzela, a melhor sopa, a seca, a de Alcofra, o melhor frango, o do campo, de Oliveira de Frades, o melhor cabrito na brasa, o do Salva Almas, S. Pedro do Sul, não parando a lista de muitas e boas iguarias de fazerem crescer água na boca. Não vejo, porém, que nenhuma delas venha a adquirir uma, uma sequer, Estrela Michelin. Essas ficam para aqueles pratos de onde se debica uma qualquer muito boa novidade, mas que fica muito longe da cozinha que por aqui existe. Sem pensar em que essas classificações são coisa menor, continuo com a minha ideia: não destronam as nossas ementas e até as valorizam. Quem vier em busca de tomar contacto com essas pitéus estrelados, não deixa de, para comer bem, dar uma saltada a uma casa que tenha os bons manjares tradicionais. Proponho, por isso, aos agentes que promovem a escolha dos restaurantes para as tais Estrelas que venham até aos locais onde os saberes antigos têm mais sabor e muito mais encanto. Fica o desafio...

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